quinta-feira

For Otis...


Os filmes e séries usam, muitas vezes, aquela pequena sequência (quase sempre em slow motion) em que dois (supostos) amantes se afastam um do outro, cada um para o seu lado, olhando, à vez, para trás, sem no entanto conseguir cruzar o olhar (quando um olha o outro caminha em frente, afastando-se; quando o segundo olha, já o primeiro se voltou e seguiu o seu caminho). Fica sempre bem. O aperto no coração (e correspondente nó na garganta) que provoca faz maravilhas pelo sucesso da história contada. Na vida real, as coisas não se passam bem assim. Pode acontecer... mas não é muito provável. Primeiro porque ninguém se move em slow motion, por muito que tente. Depois, porque o timing certinho com que as pessoas se olham nos filmes sem cruzar o olhar é por demais coreografado e isso raramente resulta "tão bem" com as pessoas "normais". Tudo isto para dizer que, sim, já me aconteceu a mim, ter estado em situação semelhante, até com lágrimas à mistura (como em alguns filmes e séries também). Não gostei. Talvez seja por isso que não desejo, jamais, voltar a participar numa dessas "sequências" carregadas de tristeza e sofrimento.

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