Estou destroçado. Ou melhor... não estou DESTROÇADO. Estou imensamente triste. Quer dizer... IMENSAMENTE... também não é bem verdade, porque nem sequer posso afirmar que estou triste. Estou... sei lá. Frustrado... acho que sim... acho que é isso. Acho que o que sinto é frustração.
O mais estúpido é que tudo isto é por um motivo algo fútil. Futebol. Há praticamente dois anos que ansiei por um momento... que não vou presenciar. A maior alegria que um adepto de futebol pode ter estava "ali" e eu podia ir até "lá"... mas não. A maior alegria que um adepto de futebol pode ter vai estar "lá" e eu... não vou poder ir "ali".
A equipa que acompanho (e com quem mantenho uma relação de trabalho quase voluntário - tal é a dedicação e gosto em fazê-lo...) apresta-se para viver o momento mais alto de toda a sua (longuíssima) história. Ao fim de 112 anos (e no dia do seu próprio aniversário) poderá chegar ao topo. Tudo se conjuga para que isso aconteça e as hipóteses para que a festa não aconteça já este sábado são remotíssimas.
O apito final que eu tanto queria ouvir e ver acontecerá por volta das 6 da tarde de sábado, a 178,5km do nosso estádio,... onde eu estarei, longe e "perto" do que se estiver a passar no outro relvado que não aquele que terei à minha frente. A essa hora (se tudo correr pelo melhor), caber-me-á a mim alertar a cidade de que a hora é de festa e começá-la, até que os heróis cheguem ao relvado que lhes serve de casa domingo-sim, domingo-não. Essa função "cai-me no colo" a pedido da própria direcção do clube e eu... tive de dizer que sim. A responsabilidade obrigou-me a isso.
Bem sei que a minha participação será importante (mais do que se fosse "mais um" no meio de uma claque na bancada) e que estão a confiar em mim... mas sinto-me frustrado por ter criado uma expectativa (de ir e presenciar - sem qualquer preocupação que não a de rejubilar de alegria - um momento que se espera verdadeiramente histórico) e de não a poder confirmar.
Enfim... estarei a vibrar, como disse... longe e "perto". Estarei a acreditar... sem ver, como um verdadeiro adepto deve acreditar, piamente.
Se calhar, estou assim porque soube disso há pouquinho e ainda não consegui digerir esta sensação estúpida de agri-doce que sinto agora. Daqui a umas horas... talvez amanhã... ou... só no próprio sábado (quem sabe...)... pode ser que já esteja de bem com esta situação. Afinal, o mais importante é que o momento aconteça mesmo... para que haja razão para eu animar a festa de todos aqueles que, no sábado, estarão "longe e perto"... como eu.
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