Hoje pensei várias vezes nisto. Em Portugal, país em crise económica há já bastante tempo, discutiu-se... apaixonadamente... as paixões entre pessoas do mesmo sexo. No meu local de trabalho, discutiu-se (quase tão apaixonadamente) se essa discussão faria sentido neste momento, em que talvez fosse mais importante discutir apaixonadamente formas de resolver os problemas económicos e não os problemas "conjugais" dos homossexuais. Eu não consegui formar uma opinião acerca dessa dicotomia, já que me parece tão importante resolver a questão económica rapidamente como assegurar que todas as pessoas tenham os mesmos direitos que eu, por exemplo. Na minha "balança", os pratos estariam ao mesmo nível, desconfio.
No entanto, o estado americano do Connecticut tornou-se, precisamente hoje, o terceiro dos cinquenta estados americanos a permitir os casamentos entre homossexuais (depois de Califórnia e Massachusetts). Curiosamente, esta discussão (e consequente resolução legislativa) acontece numa altura em que os Estados Unidos estão looooooonge de conseguir perceber como e quando vai ficar resolvida a profunda crise económica que assola o país (e todo o mundo). Pelos vistos, na "balança" deles, os pratos das prioridades penderam para um dos lados. Espero que, por aquelas bandas, a malta (gay e hetero) esteja a dizer «OK. Já tratámos disto. Agora arregaçamos todos as mangas para resolver a cena do guito, que o mundo está a depender de nós.» É que, por cá, ainda estamos todos na fase do «Fascistas! Homofóbicos! Quero lá saber da crise! Crise é a gente não poder casar!» de um lado, e do «Importante é ter uma disciplina de voto e tal... Soluções para a crise económica?... Hmmmm... Não estávamos a falar da 'importantíssima' discussão sobre o casamento entre homossexuais?...» do outro.
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