quarta-feira

Dava-me um certo jeito conseguir ligar-me...


...porque agora só me sinto desligado.

terça-feira

Phots by K@

"My Leg, My Foot, My Boot"
(Coimbra, 2006)

Esta foto não diz - nunca disse - nada. É uma foto. Tirada por mim ao meu pé. Não diz nada. Ainda assim, é provavelmente a foto que mais gosto das pouquíssimas que tirei a mim próprio em toda a vida. Não diz nada. Mostra uns jeans, um pé calçado com uma bota rústica (um par de botas de que tenho muitas saudades mas que já foram substituídas por outras tão boas - e rústicas - quanto estas). Nada mais. Dizer, esta foto não diz nada. É só aquilo mesmo: umas calças, um pé, uma bota. Mas capta um momento de puro desprendimento de tudo. Lembro-me que foi tirada há cerca de três anos, no trabalho, enquanto alguém me dizia alguma coisa que julgava ser muito, muito importante e que eu nem sequer ouvia. Não era momento para ouvir nadanem ninguém. Estava a tirar uma fotografia. Uma que nada dissesse. E tirei. E, de facto, não diz nada. É uma perna, um pé e uma bota. Vá... se calhar, diz que eu me estava a borrifar para tudo naquele momento. Diz isso. Nada mais. E o que eu gosto desta foto...!

quinta-feira

Photos by K@

"The Perfect Fire"
(Alentejo, Setembro 2008)

O conceito de dor (quase física) não me diz muito. Ou melhor, não dizia. Agora, a cada dia que passa (a cada dia de frio, de chuva, de chatices no trabalho, de enfado por só ver prédios, de enfado por passar o meu tempo "livre" encafuado em casa, de compromissos com isto e com aquilo, de ir ao supermercado e haver fila e gente a mais e barulho e frenesim e confusão e merda e mais merda...), sinto mais saudades de fugir e dor por não o conseguir fazer. Saudades de guiar uma hora e meia e parar. E depois... logo se ver. Não sou daqui, não sou de lá. Mas é de lá que tenho saudades; tantas que quase dói no corpo (não tenho a certeza se dói mesmo, mas parece, pelo menos) e que dói mesmo na alma. Estou cansado daqui e do outro lá (a viagem ainda por cima é maior e mais cansativa; e nunca há tempo para parar - come-se, fala-se, brinca-se pouco, visita-se, conduz-se de novo para cá... mas nunca se pára - que é o que eu preciso). Estou cansado. Sentir-me-ia bem ao calor daquele lume perfeito, feito a custo (provavelmente, até mal feito, mas feito por mim, para nós), com propósito, com amor... e feito lá. Preciso de fugir. Um dia, dois dias, umas horas que seja. Mas fugir; para lá. Esperava não ter de o escrever, que já fosse evidente por esta altura. Mas enfim. Estou a escrevê-lo. Sei que ainda não será este fim-de-semana nem, na verdade, sei quando será. Mas preciso. Mais do que querer, desejar, ... preciso.

Um dia, se eu cantasse alguma de jeito, (e cantasse bem em falsete, e fosse bem-parecido, e vestisse bem) gostava de cantar assim.


Seria pedir muito...?

terça-feira

Reuniões


Penso haver na minha vida um hiato de tempo em que deixei de acreditar em reuniões. Deixei de ver grande utilidade em reunir-me com pessoas que, mais do que trabalhar em colaboração comigo, queriam impingir-me teimosamente a sua maneira de ver ou fazer as coisas, não se esforçando sequer em ouvir, compreender, discutir ou até negociar outras visões sobre um mesmo assunto. Acho que foi assim quase toda a minha vida adulta. E por isso deixer de ter ou marcar reuniões. Não tinha pachorra. Entretanto, as coisas alteraram-se de forma substancial. O meu mundo cresceu e os meus horizontes, com ele, também. Se, dantes, aquilo que não fizesse em parceria com alguém poderia eventualmente fazer sozinho, agora não é bem assim. E eu tive de reconhecer, de novo, utilidade às reuniões. No último ano tive várias. Aprendi a estar, participar, proceder e intervir nelas. Não estou um "mestre" na coisa mas estou muito melhor do que estava há um ano atrás. Confesso que ainda há reuniões sem pinta de utilidade mas, essas, são cada vez menos e as últimas que tive foram realmente produtivas. Aquilo que nelas discuti e propus, em alguns casos, até pode não dar em nada mas a discussão, a compreensão ou mesmo a negociação de que constaram foi algo que acabei por sentir como muito frutuoso. Hoje tive uma. Ficou decidido que um projecto meu vai avançar, com a preciosa colaboração de uma pequena mão-cheia de pessoas que são muito boas naquilo que fazem (e que, curiosamente, é tudo isto que se vê aqui em volta deste texto - guess what...). Fui ouvido, "picado", entendido, chamado a mostrar trabalho e a até a ceder num "ponto de honra" em que nunca tinha sequer ponderado fazer alterações... e agora estou muito tentado a dizer "Sim".

Photos by K@


Porque estou farto de chuva e frio, lembrei-me de ir buscar uma foto que tirei... no verão, no pino do calor. Pouco depois do meio-dia, em plena região interior do Alentejo. É tão bom ficar ali, a sentir o calor, staring at the sun...

sexta-feira

BU'log


Não tem nome (definitivo; mas, definitivamente, para nós já se chama Bu), não tem sexo (ainda faltam umas semanas para se saber)... mas já tem um blog! Ou melhor... vai ter. Quero dizer... já tem, só que não está totalmente acabado e pronto a ser "inaugurado". E como vai ser restrito (vai ter uma password para poder ser visto; por mera - mas essencial - questão de privacidade), familiares e amigos, aceitamos "inscrições" para os nossos mail's (do papá e da mamã, naturalmente). Daqui a alguns dias, também nós daremos início à distribuição de convites do Blogger para o blog do Baby Bu. Para já, aqui fica o chamado teaser.





terça-feira

Photos by K@

Igreja de Santa Luzia, Viana do Castelo, a 26 de Dezembro de 2008, às 18:30.
O crepúsculo do fim de tarde fez o resto.
E, a mim, o resultado parece-me algo que merece o título de "Blair Luzia Project".
Só porque sim.

(clicar na imagem para ampliar)

domingo

"Low Expectations" (ou, "Uma Excelente Motivação")


Depois do "anúncio oficial", sucederam-se as mais diversas reacções de familiares e amigos, com mensagens de felicitações. Pelo meio destas, uma outra, com os seguintes dizeres:

«Acho que não estás maduro o suficiente para isso mas desejo-te boa sorte, claro»

Bom... lá terei eu de me esmerar e amadurecer "de repente" para que a criança não nasça nem cresça com um pai "verdinho". Quem diria que 32 anos de idade, cinco deles a pensar no assunto, um ano de casamento e todo esse tempo a ponderar qual seria a melhor altura para ter um filho (porque - sim - pai e mãe querem que a coisa seja justa para quem aí vem e para que esse alguém não tenha de enfrentar mais adversidades do que as que realmente tenha de superar, naturalmente)... não seriam suficientes para o (meu) «suficiente» amadurecimento!... Mas, pronto, isto não deixa de ser um bom estímulo para ser um homem (e um pai) melhor. No entanto, aviso já que não deixarei ser um bocadinho imaturo. Isso vai dar-me um jeitão para brincar com o meu filho. Estou em crer que ninguém que seja demasiado (ou suficientemente?) maduro faz as figurinhas que os putos gostam que os pais façam na hora da brincadeira. Ah! Obrigado pelos votos de boa sorte. Pelos vistos (não sendo «maduro o suficente»), bem vou precisar dela.