segunda-feira

As súbitas saudades que tive da Dolly Parton


De facto, há muito que já não sentia tanta falta desse baluarte dos ecrãs de todo o mundo, chamado Dolly Parton. Aconteceu ontem - e de que maneira! - e não posso dizer que hoje não haja por aqui ainda uma réstia dessa espécie de saudade. Porquê? Por uma questão de conceito. Ao contrário do que sucederá, certamente, com 99% da população que já terá ouvido falar da senhora, no meu "mundo", Dolly Parton não significa "farta cabeleira loira com muita laca e peitos grandes (ou... enormes seeeeeios!... como se preferir). Não. Para mim, Dolly Parton significa um conceito. Este.


Pois é. É do trabalho das 9 às 5 que eu hoje sinto saudade e de que eu ontem me lembrei o dia todo. É que hoje estou todo "partido" porque ontem me levantei às 6 da manhã para estar às 7 no trabalho, para às 8:45 estar no meio de uma multidão aos pulos num recinto barulhento. Mas isso até nem era o pior dos males. Às 10 estava em cima de uma mota a andar de "pendura" para a frente e para trás na Av. Lusíada, às 11:30 estava de volta ao mesmo recinto barulhento com uma multidão aos pulos... só que, tanto essa malta toda como eu... estávamos todos bem mais cansados que 3 horas antes. Tudo isso parou por minutos, eu dormi cerca de 10 minutos numa cadeira de escritório e pouco depois vestia-me todo aperaltado para - surpresa das surpresas - me ir enfiar num recinto barulhento com uma multidão aos pulos, não sabendo ainda por quantas horas. no caso, foram 7. SETE horas de (por ordem dos acontecimentos)... música muito alta, "arraial", ansiedade, nervos, gritos de frustração, mais ansiedade, corrida aos bares, corrida de regresso dos bares, mais nervos, mais gritos, uma explosão de alegria, mais "arraial", mais música muito alta, mais uma explosão de alegria, champanhe (de que não apanhei nem um pingo) e gente muito eufórica a comemorar. Tudo isto entre as 15 e as 22 horas em que, pelo meio de tudo que se ia passando, a minha missão era ir trabalhando o melhor que sabia, podia... e conseguia. Diria que foi... duro. Mas há compensações. Umas boas, outras só "parvamente engraçadas". De manhã, dei uma calinada que ascendeu directamente ao meu Top5: «Esperemos que este senhor consiga conseguir...». Gosto sempre de ter algo que torne um trabalho memorável...! E, no caso, a gaffe até tornou o instante "parvamente engraçado" no melhor momento de boa disposição pessoal de toda a matina. Já à noite, quando o "arraial" estava quase no fim (e depois de outras pequenas gaffes menos engraçadas mas também - ainda bem - menos memoráveis), estive com gente de quem gosto. Secretamente festejando o mesmo que eles festejavam, com o privilégio de o fazer com realmente "quem de direito" e, mesmo que ao de leve (e sem querer), ter tocado num troféu que sempre achei ser o mais bonito de Portugal e que ontem também era um bocadinho "meu". Memorável. Cansativo, duro... mas memorável. Sim... tenho saudades do trabalho das 9 às 5 que a figura da Dolly Parton me fez recordar, aqui e ali. Mas, neste momento, não trocava o que tenho agora por nada deste mundo.

sexta-feira

Sei que ando a trabalhar muito quando...


... reparo que a bateria do meu telemóvel já não é carregada em casa vai para quase duas semanas.

Ufano Narciso... sou eu!...


... quero dizer... nem sempre, mas às vezes, quando a vida me corre bem. Quando não corre... não sou, nem fico. Por exemplo, há três dias que uma alergia qualquer me faz espirrar incessantemente até um ponto de - digamos - "certa" exaustão. Não há, pois, maneira de me sentir nem ufano, nem narciso... porque isto de espirrar não é coisa bonita se mostrar ao mundo com orgulho. Aguardo, impacientemente, por dias melhores, por dias em que possa dizer "Ufano Narciso... sou eu!...".

quinta-feira

Então já não há outra vez?!?

Sempre entendi que a Ferrero tivesse, a dada altura, decido fazer uma paragem anual das vendas do Ferrero Rocher (deixando a perúa do vestido amarelo a pedir "por amor de Deus" ao Ambrósio que lhe dê... "algo) e do Mon Chéri por causa do nefasto (para os chocolates) calor do verão. Ora... isso quer dizer que a partir de agora e até lá para Setembro que isto não vai ser vistos nas lojas.

Lá está. Eu sempre entendi que acontecesse... mas isso não quer dizer que concordasse. É que eu tenho - desde sempre - um "pequeno" problema. Em miúdo, gostava muito de passar as manhãs de sábado no sofá da sala a ver os desenhos animados que passavam na televisão. Ficava ali a manhã toda e não tinha vontade de me levantar para ir a lado nenhum... excepto quando a minha mãe se decidia a lavar o chão de mosaico do corredor, deixando-me "preso" na sala. Aí, sim, ficava com uma vontade incontrolável de sair do sofá e ir à casa de banho... ou à cozinha... ou mesmo à rua. Estragava o trabalho à minha mãe (que ficava furiosa) e eu sentia uma liberdade imensa... cheia de culpa, mas imensa. O mesmo sinto eu todos os anos por esta altura, em relação aos Ferrero Rocher e Mon Chéri. Até posso passar meses sem pensar neles... mas sempre que surge o aviso de que... "agora não há mais, por causa do verão"... é que me dá vontade de devorar o "chocolatame" maldito. Defendo, por isso, que o aviso comece a ser feito para aí um mês antes, de ora em diante; para que malta como eu tenha a chance de se saciar antes da retirada do mercado. Assim, a Ferrero ainda faz lucro, mesmo antes da "época baixa" de vendas e os palerma iguais a mim aproveitam para matar o vício, desperto com o anúncio. Talvez não fosse mau pensarem nisso já para 2008, amigos gestores da prestigiada empresa de chocolates.

quarta-feira

Petit Riens has Tagged You! :)


Parece-me ser uma das últimas “modas” da Internet. Volta-não-volta, no meu mail “caem” mensagens com algo deste género no Assunto: “Ana has Tagged you!”, ao que se segue um smile feito com os inevitáveis dois pontos e o parêntesis. Não percebo bem isto. Se o meu Inglês está correcto (admitindo que falha, aqui e ali) – e eu acho que desta vez… está mesmo certo – “tagged” significa “etiquetou”. Ou seja, uma tal de Ana (não consigo perceber qual das Ana’s que conheço foi) – e, antes dela, também a minha amiga Joana e uma outra Ana (com a qual tenho o mesmo problema de não saber qual é) acabou de me colocar uma etiqueta. Onde…? Não sei bem. Eu não senti nada. Só espero é que não tenha sido nem em sítios estranhos nem quando eu estava a dormir, porque eu gosto que me deixem descansar em paz e sossego. Seja como for, pelo que consta no meu e-mail, já aconteceu por três vezes, pelo menos. E se é moda andarem por aí a distribuir etiquetas pela malta… é melhor que me digam já. E não me venham com aquela de que se eu for amigo da pessoa que devo aceitar o tal “Tag” (leia-se, a tal etiqueta). Por enquanto, ainda não aceitei nenhum(a). E desconfio que não vou aceitar. Sou muito contra essas coisas da atribuição de “rótulos” e coisas assim.

terça-feira

Sónia Balacó & 15, The Best of The Best


Tenho por princípio não guardar os elogios "no bolso". Por isso, dou-os quando acho que devem ser dados e penso que não seria assim um tão mau princípio que toda a gente fizesse o mesmo. No mundo da Comunicação Social, por exemplo, os elogios são facilmente trocados por outras manifestações de "apreço" pelo trabalho bem feito. Normalmente, sob a forma de intrigas montadas com mais ou menos malvadez sobre quem faz algo com qualidade. Ou seja, admiração e inveja andam 90% das vezes de mão dada. Não sei o que se tem dito sobre Sónia Balacó mas, aplicando o que acabei de escrever, não deve ser nada de bom. Porquê? Porque é, na minha opinião (e sem dúvida), a melhor apresentadora do momento (e espero que continue a ser por muitos e longos momentos). Com ela, "15" (ou "Quinze") parece-me tabmbém ser o melhor programa do momento, sendo que eu sempre desejei ver programas assim (com graça, ritmo e coisas interessantes para dizer) em televisão. Só há um (chamado) busilis. Não é um programa de televisão. Quero dizer... é... mas não passa na televisão; só nos telemóveis... e na net. Como não recebo TV Mobile, opto pelo site da RTP e pelo YouTube... e admiro-me à brava com um programa de 10-15 minutos em que nos primeiros 20, 30, 40 segundos já estou pregado ao ecrã, seduzido pela graça natural da "pivô de serviço". Sónia Balacó pode até nem ser a autora dos textos (ainda assim, desconfio que haja ali umas "pinceladas" dela, pelo menos) - já agora, parabéns às Produções Fictícias - mas a interpretação é do melhor que qualquer amante do tease subtil pode apreciar. Os textos têm graça (uma e outra graçola também, todas bem "metidas") e informação light sobre cultura, tecnologia, internet, música e filmes (eu sou daqueles que destaca a música e o cinema do resto da cultura... é absolutamente lamentável, eu sei). "15" é um belíssimo programa. Sónia Balacó uma belíssima apresentadora. Ou seja, não me admira que 90% das apresentadoras em Portugal já faça ou planeie um pouco de tudo para "deitar abaixo" a concorrência, antes que ela passe dos telemóveis e da internet para ecrãs maiores e passe a ser vista por milhões. Sim... tenham medo. Ou então aprendam. Porque é assim que se faz boa televisão. Sem peneiras, sem erros, sem palermices e sem pensar "Oh!... Sou tão gira! Devia ter um programa na TV!!", mas sim com inteligência e graça, que são bastantes para o resultado final ser bom. Sónia Balacó & "15". Muito bom. The Best of The Best. Aqui.

Ah! E a Sónia tem um blog catita também (atenção que esta frase pode ter dois sentidos: 1- ela, além de fazer o melhor programa do momento, também tem um blog; 2 - o blog dela também é catita... como os meus... ... ? Quê?!?... esqueçam...)! O endereço?! Ah... sim. É este... aqui. Peço desculpa por aquilo dos dois sentidos...!

PS: Normalmente, deixo os títulos em aberto e não digo logo de quem vou falar no post. Desta vez, fiz o contrário. Simplesmente, porque se a Sónia Balacó tiver a tentação de ir ao Google ver se falam dela na net, ela pode ver este texto e saber que lhe teço um elogio que muita gente vai "guardar no bolso", só por inveja.

PS (outro): E não foi mesmo isso que aconteceu...?!

segunda-feira

Um filme "daqueles"...


Quase dois meses sem ir ao cinema porque há quase dois meses já não se alinhavam os astros (e as folgas) para que fosse possível sair de casa à noite sem grandes conflitos de consciência (nem perspectivas de mais que certo adormecimento por cansaço em plena sessão) para "perder" duas horas numa sala escura, um ecrã lá ao fundo, imagens em ponto grande, som estereofónico à maneira, pipocas caríssimas e água fresca para acompanhar. Há quase dois meses que não acontecia. Então, enfim, tentou-se. Escolhido o filme, o local e a sessão, a malta lá saiu de casa (mesmo que o regresso ao trabalho estivesse marcado logo para dali a 12 horas). Comprado o bilhete (com o aviso prévio de que a sessão haveria de atrasar "5 minutos" - deveria ter percebido a premonição), tal como as caras pipocas e a água para acompanhar, o lugar foi tomado na sala mais "xpto" que o shopping (também ele claramente sobrevalorizado) tem para oferecer. Aos 5 minutos de atraso, juntaram-se mais 10, mais 20, mais 30 e por fim... mais 40, até que o gerente anunciou o cancelamento da sessão por motivos técnicos, desdobrando-se em "imensas desculpas". Olha que bem!... Quase dois meses sem ir ao cinema porque há quase dois meses já não se alinhavam os astros (e as folgas) para que fosse possível sair de casa à noite sem grandes conflitos de consciência (nem perspectivas de mais que certo adormecimento de cansaço em plena sessão) para "perder" duas horas numa sala escura, um ecrã lá ao fundo, imagens em ponto grande, som estereofónico à maneira, pipocas caríssimas e água fresca para acompanhar... e quando se tenta... o projector está avariado! Baril!!! Sim... Não há nada como sair de casa com regresso ao trabalho marcado para dali a 12 horas só para gastar dinheiro em pipocas caras como tudo (mais água fresca para acompanhar)... e voltar para casa sem ter visto filme nenhum. É sempre uma forma de ocupar um (raríssimo) tempo livre. Vá lá que o guito do bilhete foi devolvido. Afinal, não se perdeu tudo...!

Ao fim de um dia interminável...

Cansado... sim.
Dorido... sim.
Emocionado... sim.
Esforçado... sim.
Deslumbrado... sim.
Ofendido... sim.
Derrotado... NÃO.

sábado

... and one day, out of the blue...




... the veil unfolds...





That's life. And one has to live it, one day at a time.

sexta-feira

Tenho uma bolha na ponta da língua!

E o raio da bolha está a irritar-me como o caraças!!!

Era só para dizer isto. Obrigado.

quarta-feira

Um Pensamento (por estes dias)


Costuma dizer-se "Não tenho tido tempo nem para me coçar!" e eu, de facto, ando tão atarefado que não tenho tido tempo para algo que não seja trabalho. Por isso, se calhar é melhor começar a ficar preocupado com a mais que provável chegada em força da micose. Certo?...

domingo

Hoje, 13 de Maio de 2007...

... há Fátima...


... há Futebol...


... e, só naquela, se calhar vou ouvir um fadunchos... p'ra compor o ramalhete.

Good News... Bad News...


As boas notícias são que, pelos vistos, me fiz um homenzinho, mandei cagar a burofobia e acho que consegui fazer o IRS todo, ao que parece sem erros... e SOZINHO!!! Quando tive ajuda, a coisa correu tão terrivelmente mal - não por culpa de quem ajudava, que fique claro - que estive a um "cabelo" de um fortíssimo ataque de nervos. Mas pronto. Parei, esperei umas horas e, aos primeiros minutos da madrugada, peguei em tudo outra vez... e só parei com as palavras "A declaração não apresenta erros" e "A declaração foi submetida e provisoriamente aceite pela DGCI". Ainda assim, por muito orgulhoso que esteja de não ter tido uma síncope, uma arritmia nem uma súbita falta de ar enquanto intrepidamente "domava" o IRS, há que ver se está mesmo tudo certo e nisso vou realmente precisar de ajuda. Mas o maior da "empreitada" está feito. E, sim, estou orgulhoso!

As más notícias são que, segundo o simulador do site da DGCI, este ano só vou receber €461,45 de reembolso. Olha que porra! Um tipo esfalfa-se a trabalhar... No ano passado foi catita. Uma pequena "pipa de massa". Este ano... não vai ser com o guito do IRS (nem com nenhum outro, pelo andar da carruagem) que vou passar férias a algum lado...! Granda merda!...

quarta-feira

Em breve...
num Susuki Swift perto de MIM

Tem de ser. O rapaz faz-se, não haja dúvida. De modos que até o "Grande Mister" Tony Bennet (uma lenda viva do entertainment) assegura que o moço é "só" o melhor performer da actualidade. E cheira-me que o Mr. Bennet sabe do que fala. Bublé é um entertainer estrondoso. E conduzir ao som de coisas bem cantadas, com genica e talento raro... é gajo para ser catita. Em breve ponho o "cantante" do k@rro a cantar Michael Bublé. Ah ponho, ponho!...

...e depois, pelo mesmo princípio, também John Legend e John Mayer (este último que não tem só talento a escrever e interpretar músicas fantásticas, como também tem o mérito de namorar com uma das miúdas mais giras à face da Terra, a Jessica Simpson; pronto... é burrinha que nem uma porta... mas temos de admitir que é - à falta de melhor expressão - boa como o milho!).

terça-feira

Resumo de uma noite mal dormida*


O meu (antigo) Punto voou pela primeira vez. Dá muito mais jeito conduzir no ar, até porque os máximos direccionados para a estrada lá em baixo iluminam muito melhor o caminho e não incomodam tanto os outros condutores, porque não encandeiam de frente. Só que voar faz o carro consumir muito mais gasolina do que é habitual e, em consequência disso, acabei por ficar parado no meio de uma terra de cultivo, tendo de caminhar até à bomba mais próxima, que era uma junto a um shopping muito parecido com o Oeiras Park, só que este tinha um parque de estacionamento exterior, onde a polícia de intervenção carregava sobre uma multidão em fúria, ao que percebi, após um combate de boxe ou artes marciais cujos protagonistas se refugiavam atemorizados na loja da estação de serviço. Resolvida a confusão, os donos da bomba concordaram em levar-me até ao carro num Opel Astra verde, igualzinho a um que conheço e já conduzi. Lá estava o Punto, no meio da terra lavrada, à espera das gotas de gasolina suficientes para chegar à bomba e atestar. Feito isso, rumei à minha terra, a 200km de Lisboa, onde se presumia ter sido vista a criança britânica desaparecida em Lagos e onde decorria a campanha eleitoral para a Câmara Municipal, já que também esse executivo tinha “caído”. Chegado à vila, fui imediatamente chamado ao quartel dos bombeiros, porque estes me queriam dar alguns objectos em porcelana/barro vidrado, muito feios, estranhamente a pedido de uma amiga minha que lhes tinha enviado uma mensagem Hi5 para que me dessem aquela garrafinha, os dois mini-pratos e as duas colheres. Não percebi. Porquê contactá-los a eles? Porquê dar-me aquilo? Enfim… Entretanto, o telefone tocava freneticamente porque a redacção sabia que eu estava na minha terra e toda a gente lá estava histérica a querer saber se a miúda inglesa estava mesmo por lá. Não estava. Disse-lhes isso várias vezes. Ainda assim, o telefone continuava a tocar que nem um louco. Para tentar perceber melhor a história dos boatos sobre a criança e a razão para as eleições autárquicas intercalares, fui ao café onde normalmente tudo se sabe. No entanto, lá, fui chamado à atenção para o facto de uma revista “cor-de-coiso” vendida no quiosque do estabelecimento revelava uma “investigação” sobre mim, dizendo que quase todos os dias andava em carros diferentes (muitas vezes a conduzir) e que isso era um escândalo, porque, alegadamente, o “português comum” nem dinheiro tem para pagar a gasolina. Daaaah! E foi difícil explicar a quem já tinha lido o artigo (ah… e inútil a quem o tinha escrito) que, sim senhor, ando em vários carros diferentes mas 90% deles são da empresa e que os uso exclusivamente em trabalho. Não me lembro bem, mas acho que mesmo assim ninguém acreditou em mim. Não me lembro bem porque nessa altura a campainha de casa tocou. Uma, duas… sendo que a terceira vez foi um toque muito mais prolongado. Levantei-me. Perguntei quem era, com voz de poucos amigos, pelo intercomunicador. O tipo que vê os contadores da água. Filho da mãe! Acordou-me! O sonho estava a ser estranhíssimo, como já deu para perceber. Mas estava a dormir. E não se acorda um gajo que está a tentar perceber um sonho esquisito. Ah… e não haja dúvidas. Estou com uma dor de cabeça que é uma coisa…!

* - post comum ao Petit Reiens e ao InSenso Comum

segunda-feira

domingo

Gósto de Chorar com Gôsto

I

O título do post - embora com evidentes erros ortográficos - diz o que me passa na alma precisamente neste momento. Vanessa Fernandes acaba de vencer a etapa portuguesa da Taça do Mundo de Triatlo. Pavilhão Atlântico com milhares a aplaudir em euforia a atleta portuguesa, depois de no percurso desenhado no Parque das Nações outros tantos puxaram pela nossa campeã. Simplesmente arrepiante. Em bom, obviamente. Sei bem que em Portugal o público responde só depois de um desportista começar a ganhar e não antes. E foi só por isso que o recinto encheu e não pelo amor ao Triatlo. Em Portugal não se gosta de desporto; gosta-se de ganhar, o que é pena... mas, ainda assim, foi bonito ver o que se passou no Pavilhão Atlântico há pouquinho. Eu, em casa, senti tudo como se lá estivesse. Se calhar mais do que se lá tivesse estado. Chorei ao ver a entrada da Vanessa no pavilhão para os metros finais da prova, ao ouvir o "bruááá" da bancada e o estrondoso aplauso final, ao ver a Vanessa cortar a meta com a bandeira nas mãos... É-me uma coisa espontânea, chorar nestes momentos. Chorar por Portugal, chorar pelo reconhecimento de quem merece, chorar por gosto. Gosto de chorar com gosto (os erros do título servem apenas e só para que se perceba o diferente som dos dois fonemas - está explicado agora). Aconteceu mesmo há bocadinho. E foi bom. É sempre bom. Eu gósto. Com gôsto. Chorar.

II

Dovic é o apelido de uma família bósnia cuja vida se cruzou com a minha em 1993 ou 1994. Aos 17-18 anos, como estreante no mundo da comunicação em que ninguém acreditava, decidi fazer uma coisa que raramente se fazia pouco nas rádios portuguesas e que, de certeza, não se fazia mesmo nas rádios locais, muito menos naquela onde trabalhava. Pedi que me dessem uma hora na emissão para trazer a estúdio essa família que tinha sido acolhida na vila, provinda da dilacerada Bósnia, ainda em pé de guerra. Foi uma luta imensa. A hora que me deram foi - à falta de palavra melhor - merdosa, a pior que me podiam ter dado (uma hora em que a audiência era inexistente, a hora do jantar), tal era a descrença no que eu tinha planeado. E isso era uma hora de entrevista com a passagem de testemunhos das pessoas que tinham alterado a sua vida para receber e ajudar a famíla Dovic. Há 13 anos foi, portanto, uma "pedrada no charco" o que hoje se faz curriqueiramente na Rádio Club ou na TSF. Enfim... coisas. Nessa noite, tive em estúdio Fuad, Vesna, Dragana e Sabina Dovic que agradeciam toda a ajuda que lhe tinham dado e prestado mas mostravam tristeza por não conseguirem "merecer" essa ajuda, trabalhar para comer, como sempre o tinham feito até à guerra ter interrompido a vida deles numa emissão que penso e lamento praticamente ninguém ouviu. Hoje, acabo de ver uma reportagem que me mostra que a mesma família Dovic é um caso de sucesso de integração dos refugiados bósnios em Portugal. Vesna tem finalmente um emprego como arquitecta (função que desempenhava na terra natal) e já tem a filha Sabina a seguir-lhe os passos, acabado que está o curso de Arquitectura. Dragana, a filha mais velha, é enfermeira em Lisboa e parece ser muito feliz. Já Fuad, o pai, optou por não aceitar um emprego como engenheiro químico (a sua formação) para estar junto da família, que hoje - à excepção de Dragana - vive na cidade de Coimbra. A lágrima surgiu, não chegou a cair pelo rosto, mas surgiu. Por eles. Pelo sucesso deles. Pela felicidade que se sente nas faces dos elementos da família, praticamente 15 anos depois. No fundo, 15 anos depois, também eu alcancei aquilo por que lutava nessa altura. Eles acreditaram. Eu acreditei. Felizes eles. Feliz eu, pelo menos, por agora.

sábado

Diferenças...


Logo pela manhã, depois de me azucrinar a madrugada toda a miar, o meu gato acorda meio mal disposto e com vontade de me arranhar as mãos ou os pés (aquilo que encontrar primeiro e em melhor posição para desferir um ataque "à maneira"). Há claramente muita energia para gastar e, no caso, posta ao serviço do mau feitio matinal do bicho. Solução para o problema: um cotonete. Sim. Um simples cotonete (pelos vistos, o "brinquedo" predilecto do meu gato) basta para que toda aquela energia (negativa) seja canalizada para uma "luta" frenética com um pequeno pauzinho de plástico com algodão nas pontas. Fantástico. Fossem os humanos assim também e (não digo que fosse com um cotonete, obviamente) com algo tão simples se transformaria a má em boa disposição.

sexta-feira

Pessoal vs. Profissional


I


Confesso que sou uma pessoa pouco dada a ter grandes amizades. Quero dizer… há pessoas na minha vida que considero grandes amigos mas sei que não sou um grande amigo para essas pessoas. E uma grande amizade é feita de reciprocidade. Logo, penso que o mais correcto é dizer que tenho fortes amizades; não mais do que isso. Num assunto que pode parecer nada ter a ver com a última frase, tenho a dizer que o meu EU é um todo; não separa o pessoal do profissional (sim… claro que tenho uma vida privada que é só minha mas a minha maneira de ser existe no EU Pessoal e no EU Profissonal de igual forma). Se estou bem pessoalmente, o trabalho sai melhor e vice-versa; quando algo vai mal na vida profissional, isso tem reflexo na vida pessoal e vive-versa também. Neste último ano – desde que vim trabalhar para Lisboa – não cultivei muitas (nem grandes) amizades. O meu meio pessoal coincide com o profissional e (muito embora haja pessoas com quem me sinta muito bem a conversar, partilhar experiências, sucessos, insucessos, perspectivas e frustrações) isso – não sendo mau – traz-me aqui e ali alguns dissabores. O maior aconteceu hoje e, devido a ele, acabo o dia triste muito para além do que esta manhã imaginei ser possível. Por considerar amigo alguém com quem trabalho e que muito admiro, acabei por me colocar numa posição terrível ao fazer uma piada pessoal com algo que, pelos vistos, soou a insulto profissional. Os planos (níveis, espaços, círculos… como se lhes queira chamar) misturaram-se e a coisa não coreu bem. Estou (muito) triste por isso. E tenho a sensação de que a minha vida pessoal e profissional vai mudar a partir deste momento.


II


Como profissional da Comunicação Social e pessoa – fora do trabalho – interessada pelo que vê e ouve acerca do que se passa no Mundo… estou indignado. Muito. Diria… imensamente… e não estaria a mentir. Uma criança britânica terá sido, alegadamente, raptada numa estância turística no Algarve na noite de quinta-feira. Um drama, não haja qualquer dúvida de que é. Mais ainda quando tudo se terá passado “nas barbas” dos pais que – qual incúria! – foram jantar a um restaurante “ali ao lado” e deixaram a filha de três anos e os dois filhos gémeos (de dois) a dormir, sozinhos, no apartamento (um rés-do-chão) da estância que até oferece aos seus cliente um serviço de vigia a crianças quando os pais querem sair à noite – serviço de que o casal britânico decidiu prescindir. Um drama, de facto. Mas a minha indignação maior não é para com os pais negligentes que agora choram baba e ranho pelo desaparecimento da filha e cuja família – lá longe, na Escócia – ainda se dão ao trabalho de mandar “postas de pescada” acerca do que as autoridades portuguesas estão a fazer de mal – segundo eles, tudo. Não. É para com a patetice que as televisões fizeram (e estão a fazer) cá e lá. É absolutamente incrível que as nossas três estações de televisão tenham aberto os seus jornais de “prime time” com dez (10!) minutos de notícias e directos sobre o desaparecimento de uma criança britânica quando não o fazem para noticiar o desaparecimento de crianças portuguesas (que os pais certamente não terão deixado sozinhas para irem jantar ao restaurante). O tema “Alegado Rapto” abre jornais quando se trata de uma criança estrangeira mas não quando a criança é portuguesa. Extraordinário. Quase tanto quanto a BBC World e a SKY News terem estado todo o dia a fazer notícia do desaparecimento da menina no Algarve quando não o fazem (pelo menos, não daquela forma) com desaparecimentos em território britânico. Não quero ser mal entendido: eu estou, de facto, preocupado com o bem-estar da criança, que espero seja encontrada rapidamente e bem. No entanto, parecemos estar todos à beira de um incidente “mass medio-diplomático” porque um casal britânico se armou aos cucos, foi jantar, deixou os três filhos sozinhos no rés-do-chão do apart-hotel, de janela semiaberta, com as consequências que se conhecem.

quarta-feira

Coisas Simples


Levantar e ligar o rádio para ouvir a rubrica favorita; arrastar os pés pela casa, dar um pontapé no gato que insiste em enrolar-se nas minhas pernas e ainda não aprendeu que todos os dias tropeço nele; chegar à cozinha, abrir o frigorífico, encher uma caneca de leite frio e bebê-lo como se fosse água; detestar lavar a cara com água fria mas fazê-lo na mesma porque assim acordo mais depressa (ainda que mais mal disposto); inconscientemente fazer sempre tudo na casa de banho pela mesma ordem por muito que me chateie e faça sentir velho começar a entrar numa rotina; ter quase sempre um problema em escolher a roupa e aperceber-me que aquilo que me apetece vestir não está passado ou está no cesto da roupa suja; deixar comida seca ao gato antes de sair e pensar sempre que devia ter deixado mais porque nunca se sabe a que horas volto; lavar os dentes com atenção para fazer tudo como o dentista mandou da última vez em que fui à consulta; sair porta fora e, mesmo antes de a fechar, parar… … … olhar para as mãos e ver se trouxe a chave e se pus o relógio, apalpar os bolsos à procura da carteira, da caneta, do telemóvel e do cartão magnético para entrar no trabalho; pensar se não deixei nada que me venha a fazer falta durante o dia; voltar quase sempre a entrar em casa para ir buscar os óculos escuros; sair e fechar, finalmente, a porta; detestar as filas de trânsito quando estou a trabalhar de manhã e curtir a ausência de carros no trajecto para o emprego quando trabalho à tarde; cumprimentar o Sr. Mesquita; pensar todos os dias que já era hora de me passarem do contrato a termo incerto para um contrato sem termo; invariavelmente voltar para casa mentalmente cansado e normalmente bem mais tarde do que devia ter regressado; cumprimentar o gato com turras mútuas; ligar a televisão e só parar o zapping (ainda com o casaco com que venho da rua vestido) em algo que ache que tenha o mínimo interesse; despir; vestir o pijama; calçar os chinelos; dar paté ao gato para o jantar mas, antes, esperar que ele venha ter comigo a espreguiçar as pernas, já a lamber os beiços e que me dê turras nas pernas; abrir o frigorífico, deixar a caixa do paté do gato e encher uma caneca de leito frio; se possível, encontrar pão e Nutella ou então bolachas para o último snack do dia; ver se tenho vontade de escrever alguma coisa nos blog’s e quase sempre ter (e, daí, acabar por me deitar quase sempre bastante tarde); acertar o despertador para o dia seguinte; escolher o canal de televisão com que vou adormecer (adormecer sem TV ligada está fora de questão); desligar-me; dormir.

Coisas simples. Há, obviamente, muito mais na minha vida do que isto. Coisas maiores, mais importantes, mais felizes, mais difíceis e piores. Mas não são simples. E por isso não “cabiam” neste texto. Todos temos nas nossas vidas coisas simples como as banalidades que acabei de escrever. Estas são as minhas. E são elas – também – que fazem de mim o que eu sou.

Já reparou que não tenho escrito aqui?...




É... Também já reparei nisso. Vou ver o que é que se passa.