Não raras vezes, damos connosco a pensarmos que se calhar podíamos ter sido, em tempos, melhores pessoas no percurso de vida que ficou lá para trás. Pelo menos, comigo é assim. Sinto que em muitas ocasiões - principalmente nas minhas relações pessoais - podia ter evitado coisas inegavelmente más que fiz a pessoas que gostavam de mim. Mas, de vez em quando, há coisas que me fazem pensar que "todas as estradas podem ter dois sentidos".
Anteontem, ouvi na rádio uma história sobre uma pessoa que esculpia fio de cobre com um alicate, formando nomes e figuras. De imediato, lembrei-me de uma noite, num bar de Coimbra, em que aceitei que um artista com o mesmo talento fizesse algo muito semelhante, com o nome da minha namorada da altura. Apesar de... aparentemente, tudo estar bem entre nós, ela não o aceitou. Desculpou-se dizendo que o artefacto ficaria melhor comigo. O episódio perdeu-se na minha memória... até anteontem.
Afinal, quem é que faz isto? Mesmo não gostando do artefacto, havendo algo de mal na relação (que não havia - repito, pelo menos, aparentemente), ou por outro motivo qualquer, ninguém de boa-fé alega que algo que foi feito e adquirido para oferecer em demonstração de carinho fica melhor com quem quer, de facto, presentear. A verdade é que esta "estrada" de ser má pessoa tem mesmo dois sentidos. E o que magoa num dos lados, também magoa do outro. Mesmo que seja uma mão cheia de anos depois.
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