Antes de tudo mais, aqui fica o suspiro de alívio por não ser professor. Acho que para se ser um profissional da Educação se deve ter talento, percepção e amor por esse ofício. Dessas três qualidade… não tenho nenhuma, segundo me parece. Mas tenho respeito pelo acto de ensinar coisas, de partilhar experiências com quem ainda não as viveu, de espalhar alguma da (pouca) sabedoria que temos e que, se a guardarmos para nós e se connosco vai para o caixão, de pouco servirá à Humanidade em geral.
Tive dezenas de professores na vida. Uns mais marcantes do que outros, é certo; uns mais talentosos… outros bastante menos; mais ou menos castiços, mais ou menos boas pessoas, mais ou menos totós, mais ou menos motivados… e por aí além.

Havia um “não sei quê” ali; de profundo respeito por quem “bebia” as palavras do professor e de respeito do docente por quem estava ali para aprender. Assim me senti eu.
No meio da minha inaptidão para um ofício que não é o meu, senti que fui ouvido e bem questionado, que respondi o melhor que sabia e podia, que fui compreendido e – soube-o já hoje – que o meu trabalho foi competente e obteve bom feedback.
Não quero ser professor mas quero voltar a partilhar aquilo que sei com quem (ainda) não sabe. Não quero levar isto comigo para o caixão sem compartilhar. Não faria qualquer sentido. E o reconhecimento de que o contributo foi valioso será sempre a minha maior recompensa.
Sempre senti que era sobretudo isso que Max Bickford me transmitia a mim.
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