quinta-feira

Eu, o Jamie e a Liliana


Há já bastante tempo que desejo ver alguns escritos meus a "sujar" folhas de papel, daquelas devidamente agrupadas, coladas, encapadas e colocadas numa qualquer prateleira de um super ou hipermercado, estrategicamente de frente para as revistas de mexericos, se possível com um código de barras num dos cantos, uma etiqueta com algarismos e o símbolo "€" inclusos. É um desejo legítimo como outro qualquer, acho eu. Como querer comer gelado num dia de frio a valer ou apetecer vestir roupas demasiadamente apertadas só porque sim, mesmo que fique foleiro e seja desconfortável. É algo em que penso desde jovem e que, com esta coisa os blog's, se tornou numa ideia mais cativante e até mais "próxima", de alguma forma. Talvez aquilo que eu escrevo não seja propiamente material de qualidade tal que as editoras se deitem à porrada entre elas para conseguir o exclusivo da coisa (gostava eu que alguma se dignasse simplesmente a olhar para os textos, quanto mais...) mas entrar actualmente numa livraria dá-me sempre muito que pensar. Não que goste de ler... por que não gosto. Mas ir à livraria significa para mim ver o que há, o que se faz, o que é dado às pessoas a ler ou a descobrir. Por exemplo, nesse mundo (livreiro) acho que há livros tão simples que roçam a genialidade e só me apetece pegar neles ao molho e fugir porta fora com eles sem os pagar (até porque são caros que tolhe!...), como são os do "puto-cozinheiro-supestar" inglês Jamie Olviver, cujo livro de receitas "Jamie's Dinners" mais cedo ou mais tarde há-de fazer parte do meu pecúlio. Não é uma "jóia" da leitura mas, como produto, aquela edição (e outras do mesmo autor ou do mesmo género) faz sentido. Ou seja, com o Jamie Oliver estou eu muito bem, no fundo. Com ele e com mais 89% de quem publica livros neste mundo. Só me chateia mesmo a existência dos outros 10% dos livros, editados só porque o "autor" (ou o nome que as editoras colocam como sendo do autor) é alguém famoso (mas tão oco que qualquer pessoa com meio pao de testa percebe que não escreveu sequer uma linha). Dois exemplos: Fátimas Lopes (SIC) é actualmente a mais vendida (sim... pode ser lida de várias formas, esta frase) e Liliana Santos (RTP) também tem um livro, apesar de raramente conseguir articular frases completas e/ou com lógica (o forte dela - vide foto - é mesmo estar em silêncio, diria). Se há inveja da minha parte...? Talvez. Mas mais do que isso, há a sensação de que as linhas que escrevo talvez pudessem ser avaliadas (e serem apreciadas ou odiadas) por mais gente. Logo se vê. Até lá... vou repensar as minhas idas à livaria.

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