domingo

Estão a brincar com a malta, certo?...


Esta manhã, ouvi dizer que a familia do assaltante/sequestrador que sobreviveu após a operação da PSP, esta quinta-feira, em Campolide, está muito chateada com a actuação das autoridades em relação ao seu familiar e pondera um processo judicial. Claro! Não vejo o que mais sentido possa fazer neste momento. É "óbvio" que as autoridades estiveram "pessimamente mal" ao abater dois criminosos que ameaçavam a vida de pessoas inocentes, que só foram salvas precisamente pela actuação da PSP. Sério! Processem lá a malta toda e mais alguém! E não se esqueçam de dizer muitas que ele até «é um bom minino e aquilo num é nada habituáu nêlí, não!»... ou lá o que foi que disseram aos jornalistas. Mas digam muitas vezes mesmo, para que as pessoas acreditem. Ora... muito sinceramente... puta que vos pariu! E, já agora, se me quiserem apelidar de xenófobo... força nisso! Estejam perfeitamente à vontade! Fossem dois portugueses a fazer o mesmo que estes dois fizeram e diria exactamente a mesma coisa ao tio ou primo ou irmão ou mamã ou papá que viesse a terreiro defender o vagabundo que tivesse apontado uma arma à cabeça de um inocente para roubar o dinheiro das poupanças e dos ordenados que pessoas inocentes colocaram com esforço no banco. Não defendo a morte de ninguém mas não defendo a vida de quem coloca o destino de inocentes na ponta de uma arma com o dedo no gatilho. Repito: puta que vos pariu! A vossa dor pode parecer igual à de todas as outras pessoas, mas não é. Falta aí qualquer coisa; não há bem uma palavra para isso, mas o mais aproximado talvez seja dizer que falta uma certa legitimidade a essa dor. Se me dói a mim saber que alguém morreu? Dói, diso não haja dúvidas nenhumas; preferia mil vezes que se tivessem entregado e isso seria sinal de que nem um tiro sequer seria dado. Se me preocupa saber que há snipers prontos para liquidar uma vida? Só se for a minha e eu não tiver feito nada por isso, ou se for um sniper criminoso e eu, sem culpa nenhuma, estiver na linha de tiro. De resto, se for um PSP como o que disparou na quinta-feira, não me preocupa mesmo nada. E se o tal processo for para a frente e me for pedida alguma espécie de contribuição cívica, lá estarei, a defender a actuação das autoridades portuguesas, que raramente têm razão para terminarem o dia com a sensação do dever cumprido, nas melhores condições e com tal grau de aprovação social. se o tal processo for adiante... puta que vos pariu!...

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