sábado

Duk@ Nukem


Sim... A ideia é, à medida que a idade avança, ir perdendo as virtudes e os defeitos que nos caracterizavam na infância e na adolescência, bem sei. É o processo natural das coisas. Ainda assim, há sempre qualquer coisa que insiste em ficar. Restícios de criancice - chamemos-lhe assim - que nos fazem pensar que alguma coisa (boa ou má) irá estar sempre connosco, tenha-se 8 ou 88 anos de idade. Pessoalmente, eu tenho uma data dessas coisas de miúdo que ainda "cá" andam em graúdo, e de vez em quando apercebo-me disso. Em tempos, joguei muito um jogo de computador chamado Duke Nukem, um estranho super-herói, muito mal educado e muito pouco dado a simpatias para com quem ele salva (normalmente, gajas muito boas com enormíssima "capacidade toráxica"), a quem propõe desde logo um regabófezinho (no mínimo, um stripezinho), só como sinal de gratidão pelo salvamento. Politicamente correcto, o senhor. Ontem no MediaMarkt, não resisti a comprar um velho episódio desse jogo que não joguei. Por 2€, pensei, não faria mal nenhum matar saudades do grunho que rebenta com tudo e faz piadas sobre os javalis armados até aos dentes ue vai matando pelo caminho. E não fez, de facto. Mato agora saudades (e porcos, muitos!) do Duke, das gajas, das piadas fáceis e de outras terrivelmente bem elaboradas mas de gosto muito duvidoso... tudo isto no meio de muitos tiros e rebentamento de bombas como se, durante alguns minutos, em frente ao computador, eu fosse um psicopata assassino em potência e depois, no que resta das 24 horas do dia, um cidadão respeitável e pacato como outro qualquer. Acho que faz bem canalizar essas más vibrações para algo que seja inofensivo. O Duke Nukem ajuda. Voltei à adolescência. Agora desligo o computador e volto à vida adulta.

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