sábado

Escrever


De vez em quando apetece. Escrever. Mesmo quando não há o que escrever nem razão para o fazer. Mas sim. Escrever. Sem assunto, com assunto, com mais do que um assunto ou sem um assunto em especial. Com pretexto, sem pretexto, com intenção ou só porque assim calhou. Escrever. O que se pensa ou o que se ouviu na rua ou no corredor do emprego ou até aquilo que já foi escrito por outra pessoa qualquer. Escrever porque tem de ser ou porque nada mais há de jeito para fazer senão… escrever. Escrever uma palavra, uma frase, linhas soltas ou seguidas, parágrafos curtos ou mais longos, com muita pontuação ou sem pontuação nenhuma. Nem acentos, nem sinais, nem sequer com todas as letras mas ainda assim as suficientes para se entender o que foi escrito. Escrever. Em papel, no computador, no telemóvel, num quadro de pedra, na areia da praia, numa tela, numa velha máquina de escrever, no ar… na imaginação. Escrever sem escrever… também se faz. Escrever. De vez em quando apetece. Mesmo que, no fim do que se escreveu, depois do último ponto final (se o houver) nada tenha sido escrito de facto. Só palavras, meias soltas, meio com sentido, bem ou mal associadas, bem ou mal usadas, bem ou mal entendidas, bem ou mal escritas. Mas escritas. De vez em quando apetece escrever. Apeteceu-me agora. E escrevi.

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