quinta-feira

(perten)SER... ou não (perten)SER...?

... ou "(in)Festa"

Eu sei que há uma gralha (ainda para mais repetida) no título. Ou seja, não é gralha. É intenção do autor mesmo. E é porque este texto fala das duas coisas: de Ser e de Pertencer. Eu e uma pessoa que admiro imenso temos ambos a mesma profissão. Ambos passámos pelos mesmos problemas, ambos temos um percurso de altos e baixos... proporcionado pelas mesmas pessoas. Vivemos ambos a sensação de não pertencermos inteiramente ao meio em que nos movemos. Sempre assim foi. Ao fim de cinco anos, um de nós tem acesso a algo até agora vedado aos dois. Esse convidou o outro para que ambos tivessemos acesso e, assim, finalmente pertencessemos os dois aonde sempre merecemos pertencer. O outro não aceitou o convite, alegando que nunca conseguirá pertencer a esse meio. Se calhar é verdade. Como se calhar é verdade que NENHUM dos dois alguma vez consiga pertencer. Ser... seremos sempre, ambos, idealistas, iguais a nós próprios; isso seremos de certeza, e se calhar até é mesmo esse o nosso erro comum ("o idealismo só por si raramente pôs comida em cima da mesa", já o dissemos). Pertencer... talvez nem um nem outro esteja destinado a que isso lhe aconteça,... quanto mais os dois. É um sentimento que consome, que corrói, que devasta quem idealiza e se esforça por alcançar esse ideal sonhado. Estou triste porque, ao fim de tantos anos, não faz sentido que só um de nós tenha acesso áquilo pelo qual ambos nos esforçámos por igual. Mas assim será hoje. Só um de nós terá esse acesso. Ou melhor... teremos ambos. Porque aquele que terá, levará o outro consigo.

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