segunda-feira

Querer ou Não Querer MAIS?


Se 2006 foi um ano cheio de coisas novas, 2007 foi "dramaticamente" mais preenchido de novidades que o antecessor. Sem qualquer margem para dúvida. 2006 trouxe, entre muitas outras coisas, um novo (muito desejado) emprego (e, com ele, novas e ricas experiências profissionais) e também uma relação. Em 2007, o meu emprego trouxe ainda mais enriquecedoras experiências que - acredito - me preparam para uma (muito desejada) carreira bem sucedida, estreei-me em várias coisas relacionadas com a escrita (um texto meu até foi lido numa rádio nacional) e a relação resultou - já mesmo no fim do ano - em casamento. Sinto-me hoje (dia 31 de Dezembro de 2007) feliz com a vida que tenho. Não sei se posso sentir-me Feliz (com letra maiúscula) - é a eterna utopia. Mas feliz com a vida que tenho, estou. O que me leva a pensar que o comodismo seria uma boa opção para 2008. Se a vida já corre bem... Ainda para mais, o ano começa com umas há muito necessárias férias no Brasil... mas também quase de certeza com problemas (simplesmente incompreensíveis, a confirmarem-se) que me vão prejudicar em termos de trabalho. Sei que consigo fazer mais e melhor, tanto na profissão como na escrita, mas não sei se o poderei fazer de facto. E quero que o casamento evolua, claro. Ño entanto, para tudo isto é preciso tempo. Tempo que raramente joga a favor seja do que for, ao contrário do que se pensa e diz por aí. Por tudo isto, deixar-me ficar como estou até nem seria uma má ideia, na verdade. 2008 vai, portanto, começar com um misto de prazer e preocupação. Querer mais do que tenho hoje poderá ser tão legítimo quanto contraproducente. Mas o tempo (o tal que não joga a favor de tudo) até pode ser precioso para tomar a decisão certa.

sexta-feira

O MAIOR dos meus Medos


Exceptuando uma espécie de fobia que nutro por tarântulas (algo que, no entanto, está ainda por provar, visto que nunca estive sequer perto de uma), vejo-me como alguém com medo de pouca coisa. Não tenho grande medo de morrer, por exemplo (acho que aquilo que sinto pela minha vida é o que todos os animais sentem: instinto de sobrevivência - é melhor viver que morer). Tenho mais medo que quem me é próximo morra e essa falta me faça profundamente infeliz (é uma espécie de temor egoísta, eu sei). Mas medo, medo... eu sei que tenho um. Grande, enorme, insustentável mesmo. Não ter talento é uma coisa que me faz ficar acordado uma noite inteira, duas noites inteiras, um mês inteiro... uma vida inteira. Não ter talento, para mim, significa que não passarei de um tipo... bom naquilo que faz. Simplesmente... bom. Não quero forçosamente ser o melhor de todos os que, como eu, façam o que eu faço. Quero é fazer o que faço de forma brilhante, sem erro, sem mácula e com o reconhecimento de quem tenha por missão rceber e (consequentemente) avaliar a qualidade daquilo que fiz. Chorei ao ver a cena das canetas no final do filme "A Beautiful Mind" por temer que não venha a ter, um dia, esse momento de verdadeiro reconhecimento das minhas qualidades, pelo facto de não as ter. Tenho medo de pensar que tenho talento e de não o ter na verdade. É um medo que me consome, que combato, mas que me vence sempre, em cada batalha levada a cabo entre mim e ele, embora eu volte à luta vezes sem conta... É extremamente complicado saber que se sabe fazer até várias coisas bem feitas mas não se ser brilhante, não se ser mesmo muito bom e ser só... bom,... bonzinho. Preciso de saber, sinceramente, se sim ou se não; se tenho talento ou nem por isso. Ser só bom não me basta. E não ser tão bom quanto quero é o maior dos meus medos.

PS: Vem isto à laia de um daqueles videos que me põem com pele de galinha e com uma lágrima a escorrer cara abaixo. Este senhor é vendedor de telemóveis, tem um dente partido e isso é só um dos aspectos da sua pobre imagem. O resto é... talento. Puro. E reconhecimento. Mesmo que o homem não soubesse bem o que era talento... nem reconhecimento. E o video é bonito por isso. Sorte a dele... porque não pensa como eu...


quarta-feira

Thank God for the Bad Experiences!...


Acabo de chegar de Manchester. E, sim, finalmente provei Fish & Chips!!! Há anos que ansiava por provar a iguaria que define os hábitos mais citadinos dos ingleses e que sempre me despertou uma curiosidade imensa. Provei e... detestei!...

Para dizer a verdade, a desilusão tomou seriamente conta de mim quando, esperançado em experimentar algo de realmente muito jeitoso... acabei a sentir um arrependimento profundo por alguma vez (nestes anos todos) ter ansiado por provar a... "iguaria". Péssima experiência, esta. Mas nem tudo é mau. Como não gostei (e porque agora tudo o que me faça lembrar de fish & chips me repugna), então dificilmente vou desejar voltar a consumir gorduras em quantidades industriais, peixe sem sabor e batatas fritas que cientificamente poderiam ser denominadas como "asquerosas". E isso é bom, no caso, para a minha saúde. Ainda bem que passamos por experiências traumáticas na vida. Ajudam-nos a crescer, a melhorar. E, como dizem os ingleses, «Thank God for that!»

PS: Já não é a primeira vez que isto acontece comigo. Depois de uma bebedeira de proporções "épicas" só com aguardente... nunca mais sequer consegui cheirar (quanto mais beber!...) tal líquido. O meu fígado ainda hoje me dá beijinhos por dentro por ter tomado essa decisão, claramente inpirada no asco. Nunca pensei dizer esta frase... mas... afinal, o asco é amigo!

Onde estão as MINHAS amigas?...

Nada me move contra estas três moças, as novas "amigas" da TVCabo.


Mas a verdade é que tenho MUITAS SAUDADES destas outras três "amigas"!!!



Onde estão elas?...
E por que raio ainda não me ligaram para combinarmos um cafézinho?...
Prova-se desta forma a teoria de que a fotocópia... fica sempre aquem do original.

Joaninha... Liga, tá?...

Três Cães Juntinhos

Sair de casa pela “fresquinha” tem, acima de tudo, inconvenientes. O frio que gela a ponta do nariz, o sono (que a remela no canto do olho anuncia ao mundo… e a quem a transporta sem se aperceber) a não permitir uma condução decente, o trânsito entediante e incompreensível que obriga a ter um suplemento diário de paciência que (infelizmente) não se compra nas lojas (nem avulso, nem sequer em pack’s de 6 unidades – o que seria muito prático). A má disposição como que se entranha no corpo e na mente e só lá pela hora de almoço decide ir dar uma volta para espairecer fora de quem às 9 da manhã já está com nervos suficientes para o resto do dia. Mas nem tudo é mau. Os programas de rádio da manhã são os mais animados e não há nada que supere o sabor (e cheiro) matinal de um bom café ou galão, acompanhado de uma torrada. Isso e algumas coisas que vemos entre o fechar da porta do prédio e a chegada ao trabalho e nos aconchegam a alma. O terno olhar ensonado dos miúdos levados pela mão dos pais até ao carro que os levará ao infantário, o vapor que emana das ervas e arbustos quando o sol desponta... E os três cães juntinhos. Esta manhã, foram eles as estrelas dos meus primeiros minutos fora de casa. Três “rafeiros”, muito sujos de terra (quiçá da lama resultante da chuva dos últimos dias), muito ensonados e muito juntinhos uns aos outros, aquecendo-se mutuamente, encostados a um muro virados ao sol matinal, tentando ficar a dormir um pouco mais na "cama" e, assim, fazendo alguma inveja a quem já só pode pensar na cama com inegável saudade. Mesmo sabendo o frio que estava àquela hora naquele local, senti-me, eu próprio, mais quentinho, só de assistir ao natural improviso dos canídeos sem dono do meu bairro, que não se fiaram (nem podiam, tal era o frio) no casaco de pêlo que Deus lhes ofereceu.

sexta-feira

Há algo de saborosamente histórico nisto!


E, um dia, sem mais quê nem para quê, no meu local de emprego, o leite com chocolate "UCAL" deu lugar ao renascer da mítica marca "TODDY". Quem diria?!? Mas... vá... apesar de saber que vou sentir saudades de pedir uma UCAL, estou felicíssimo por ter de volta o TODDY, em todo o seu esplendor!

quarta-feira

Life is like a Box of Chocolats

A frase foi imortalizada pela personagem Forest Gump no filme com o mesmo nome. No entanto, de vez em quando, aplica-se à nossa vida de uma forma estranha... mas até de certa forma doce... Como os chocolates, de resto. «A vida é como uma caixa de chocolates porque nunca sabemos bem o que nos vai calhar», é a forma completa da "máxima gump'iana". E assim foi, para mim, ontem. Um dia em que tinha uma (e uma só) tarefa a levar a cabo mas em que me foi dada uma mais, que a princípio não me dava grande jeito mas que, no final, acabou por me dar... imenso jeito. Acabei por propor um projecto ambicioso (que pode acontecer ou não) a "quem de direito", reforcei esse relacionamento e voltei com a sensação de que virei uma página importante da minha vida. Ao fim da noite, aperecebi-me que o projecto não seria possível sem o meu computador que, afinal, tinha ficado no trabalho, obrigando-me a sair de casa já perto da meia-noite. Mesmo a "queimar" essa hora, uma (estranha mas agradável) conversa sobre cansaço e implantes mamários (e ainda sobre outras maravilhas cosméticas). No regresso a casa, um improvável "dueto" com os Train logo seguidos de Vanessa Paradis tornou a minha viagem de carro numa das mais memoráveis dos últimos anos e, chegado ao recato do lar, ainda dei comigo a trautear "Sempre que o Amor me Quiser", da Lena D'Água, que passava na rádio, o que fechou com chave (bizarra mas) "dourada" um dia em que fui surpreendido a cada momento com um novo "chocolate" vindo da "caixa" de surpresas que foi esta minha terça-feira.

sexta-feira

Mensagem à...

Caros Senhores:

Tenho para mim que vossas excelências assumem com unhas e dentes a defesa de TODOS os animais à face da Terra, mesmo mais do que de TODOS os humanos à face do mesmo planeta. Por isso, estou com uma dúvida. Será que, partindo do tal princípio de que defendem os animais todos, também estão dispostos a defender as imensas pulgas que têm atacado o meu pobre (e até caseirinho) gato? Como entendo que uma pulga não é tão mediática como - vá - um toiro no Campo Pequeno, talvez até nem saibam o aspecto do animal. Por isso, aqui vai, para vossa informação.
Bom... é que, se defendem, estou aqui para vos dizer que estou à vossa disposição para me causarem os maiores males que tenham em mente para fazer, inclusivamente grandes manifestações de ódio à porta da minha casa. Eu mereço. Tudo porque, com pena do meu gato (e, sim, bem sei que foi uma atitude DEPLORÁVEL da minha parte), decidi fazer um raide às pulgas em causa e matar uma data delas. Contei para mais de 20, coitadas. Matei-as. Assumo. E espero agora que se manifestem ruidosamente - posso mesmo ajudar-vos a contactar as televisões, porque sei que gostam de ver as vossas acções (pelo menos, as mais barulhentas) cobertas mediaticamente como acham que merecem. Ainda assim, dito isto, estou com outra dúvida. Sendo o meu gato também um animal (e estando as pulgas a fazer mal ao meu gato), para que lado pende a vossa balança? Para o gato ou para as pulgas? Vocês actuam nestes casos ou deixam os animais tratarem de fazer a miséria entre eles, optando vossas excelências por só chatear a cabeça aos humanos que atentem contra a fauna?...

Quando me puderem esclarecer, agradeço. Mas aviso desde já que se encontrar mais pulgas no gato, vou continuar a defendê-lo a ele e a matá-las a elas. Depois xinguem-me à vontade por isso, ok? Mas se puderem avisar primeiro, também agradeço.

...and they lived happily ever after!...



Pelo menos, assim parece que pode acontecer; que pode haver um happy ending para a história que se contou no post anterior. No site, Patrick diz...


Sinceramente, espero que sim, que tudo seja não mais do que aquilo que parece ser, que existam mesmo estas duas "personagens" e que sejam pessoas reais de carne e osso, que não sejam só duas "pessoas" inventadas a falar com o auxílio de guiões escritos por criativos àvidos de fazer nascer os novos Romeu e Julieta numa sala de cinema perto de si ou num placard publicitário anunciando relógios por altura do dia de São Valentim, que gostem um do outro e que se tornem no mínimo bons amigos... porque também esse seria um final feliz para esta história. O resto, o futuro o dirá, sem updates no site (e, já agora, sem câmaras de reality shows a acompanhar possíveis jantares à luz das velas), o que acho absolutamente fundamental. Porque cada um de nós tem de viver a sua própria história de amor e não a dos outros. Por mim, só desejo que sejam felizes para sempre.

PS: O resto da história está contado lá (click na imagem).

quarta-feira

Uma boa história


Nos tempos que correm, não consigo dizer-me a mim próprio "Claro que é verdade! Claro que é genuíno!" e ficar pasmado ao perceber que ainda há histórias de amor à primeira vista e romantismo suficiente para perseguir o "objecto amado" até ao fim do mundo, com o coração nas mãos. Dou comigo a pensar "Será um golpe publicitário, como tantos outros que já por aí se deram a mostrar ao mundo?... Hmmmm... Desconfio...". É mais forte que eu. Mas espero que sim, que seja tudo verdade, que o Patrick encontre esta miúda que viu no Metro de New York e que decidiu procurar colucando o desenho dela numa página que criou só para isso (sim... no caso, dá jeito o Patrick ser webdesigner).
:-)



Patrick discusses the girl of his dreams from Jakob Lodwick on Vimeo.


Porque uma (boa) história destas... a ser verdade... só vale a pena se tiver mesmo um final feliz.

A Última Vez


Foi. A última mesmo. Não volto a pesquisar o meu nome no Google. Aquilo que dizem ser uma brincadeira curiosa para ver o que aparece, pesquisando o nosso próprio nome no maior motor de busca do planeta, no meu caso, resultou na descoberta de um documento de cessação de contrato com a EDP, com a publicação (para o mundo todo ver) da morada em causa (com número da porta, andar, letra... tudo) - o "menos mal" de tudo isto é que a cessação do contrato significa precisamente que já deixei o imóvel (ainda assim, fica a devida gravidade da exposição da privacidade do cidadão). E, como se isso não bastasse, também descobri um fórum onde sou "deitado abaixo" como nunca me tinha acontecido. Se é para isso... prefiro não voltar a "googlar" o meu nome. Definitivamente.

segunda-feira

Seguem-se 2 dias de folga...


... e de modos que o meu* já podia chegar. Eu não me importava nadinha!

*

Sim. Vou ali à caixa do correio ver se lá está e já volto...

quinta-feira

E Pronto... Já Está!


O texto "Lin", que nasceu naturalmente numa loja chinesa de São Marcos numa tarde como tantas outras e tomou forma escrita aqui no blog, deu-se ontem a conhecer ao "mundo". Da minha parte, fica a sensação estranha (mas boa) de me estar a ver a um espelho diferente, feito de som, em que a imagem reflectida não surge aos olhos mas sim aos ouvidos, deixando a mente divagar pelas cores, cheiros, luzes, rostos, objectos, temperaturas... que não se vêem nem se sentem, só se imaginam. Acho que foi a isso que alguém chamou um dia de "Magia da Rádio". A quem ouviu, obrigado pelo feedback. A quem não ouviu, aqui fica o ficheiro... para memória futura, registando o dia em que o Petit Riens se tornou num pequeníssimo (mas extremamente simpático) programa de rádio.

- - - LIN - - -



Enjoy!

quarta-feira

HOJE, ENTÃO...


17:20
21:20
02:20
(ou 03:20... não sei bem...)


sábado

I'm Back


Perdão!... Errata: Onde se lê "I'm Back", deve ler-se... "ESTOU DE REGRESSO"

Londres estava algo... aborrecida, entediante e muito (cada vez mais, parece-me) americanizada. Há Starbucks por todo o lado. Já os Pub's, estranhamente, são raros, pelo menos assim ao primeiro olhar. Não tive grande tempo para "ver as vistas", é certo. Mas também não havia grande vontade disso, desde que o avião aterrou em Heathrow. Vista pela janela do táxi, Londres é uma cidade bonita, sem dúvida, mas a chuva miudinha e a luz de "sete da tarde" com que se leva desde as nove da manhã requerem uma certa habituação que dois dias, só, não dão a estrangeiro nenhum. Por falar em estrangeiros... que caraças! Não há britânicos que trabalhem em Londres?!? Mandar, mandam. Trabalhar... isso já é mais coisa para os hindus, paquistaneses, iranianos e afins (que mal entendem a língua inglesa, quanto mais têm vontade de aturar outros não-locais, mesmo que visitantes acidentais - os meus problemas no aeroporto, já no regresso, são bem exemplo disso; definitivamente, os imigrantes de Londres detestam os restantes estrangeiros, o que é muito irritante). Já agora, os londrinos (ingleses) são na generalidade bem simpáticos, bem dispostos e colaborantes. Foi essa a parte boa da viagem. No entanto, a parte realmente má foi o facto de não ter conseguido encontrar a ÚNICA coisa em que fui a pensar no avião, de Lisboa para lá: fish and chips.

Paciência... Fica para a próxima. Sim... Vai de certeza haver uma próxima. Em verdadeiro turismo. Numa altura em que haja menos nuvens cinzentas (talvez no fim do verão). Em viagem aérea low cost, de mapa de transportes públicos na mão e com muitas barras energéticas na mochila, por duas razões: 1) a alimentação em Londres é muito cara, como quase tudo naquela cidade; 2) a ideia será andar a pé o mais possível, porque o táxi... também é caro que tolhe!

See you soon, London!

terça-feira

Próxima Paragem

Perdão!... Errata: Onde se lê "Próxima Paragem", deve ler-se... "NEXT STOP"


Até Sexta!

Onde estão...


... os meus cadernos da escola primária?

Não sei. E dói-me não saber. No sótão não encontro mais do que os primeiros livros de leitura, os de aprendizagem dos números e os daquela disciplina estranha que era "Meio Físico e Social". Não saber onde páram os meus primeiros textos, os ditados, as composições... faz-me sentir que não posso fazer a minha história como deve ser. Sem os meus primeiros escritos... não saberei como cheguei até aqui. Até este texto que fala desses textos e da imensa falta que me fazem, à distância de cerca de 25 longos anos. Gostava de saber onde estão, se existem, se eu e/ou os meus pais não nos esquecemos de guardar esse pedaço da minha história (que também é deles). Enfim...

sexta-feira

O Ténis


Não acontece sempre, mas acontece cada vez mais. De vez em quando, dou por mim a olhar fixamente para um qualquer ecrã de televisão onde se pode ver um jogo de ténis, desporto que nunca "mexeu" comigo. Começo agora a perceber por que é que já vejo um pouco de ténis. As tenistas de topo da mais recente geração são autênticas supermodelos, o que me parece extremamente bem. Os apanha-bolas deixaram de ser pirralhos com t-shirts grandes de mais para o seu porte para serem também miúdas giras (modelos também) vestidas com roupas justas e sexys, angariadas em agências e através de castings. Obviamente, nada a objectar. Quero dizer... EU não tenho nada contra, muito embora me pareça que o ATP e a WTF (órgãos que tutelam as mais importantes provas de ténis a nível mundial) não tenham ponderado o facto de as audiências televisivas terem baixado no segmento dos... pedófilos (que, coitados, deixaram de poder ver os pirralhos apanha-bolas); mas vá... ganhou-se algum público macho. Agora, para se conseguir fazer do ténis um desporto com audiências mesmo de jeito, só falta uma coisa. Não custava nada tirar aquela rede ao meio do campo e colocar duas balizas, uma em cada extremidade do court, pois não? Uma vez feitas essas alterações, acho que o ténis passava a ser um desporto verdadeiramente apelativo.

quinta-feira

Pelo Sim, Pelo Não...


Já perdi a conta às vezes em que me apeteceu abrir um post aqui no blog só para dizer que estava com dor de cabeça. Não me lembro se alguma vez o fiz de facto. Hoje, por via das dúvidas, abro mesmo um post aqui no blog para dizer que estou com dor de cabeça. Pronto. Está feito. Agora vou ver se trato disto.

quarta-feira

Logo a seguir a "Ghost Whisperer"...


... "Vénus e Apolo", na FOX Life. Desta série não gosto, definitivamente. Mas serve este post para deixar uma pergunta no ar. Com o aspecto físico que tem, o domínio da língua francesa que sempre teve e o "mercado" que possui para o seu trabalho em terras gaulesas... a Maria de Medeiros não será, na verdade, uma francesa "presa" numa (meramente circunstancial) identidade portuguesa?...

Afinal, diz que é giro...


Acabo de ver (e gostar) um episódio completo da série "Ghost Whisperer" (em Portugal, com dois - ! - títulos diferentes: "Entre Vidas" e "Em Contacto") pela primeira vez. Nunca tinha acontecido ter visto um episódio de fio a pavio. Por isso, também nunca tinha acontecido ter gostado de ver. Quero dizer... o genérico não é assim um primor... mas o resto (numa dinâmica de "easy watching" ao fim da noite) até é catita; entretém - o que é, no fundo, o seu objectivo (e o produto que cumpre o seu objectivo será sempre um bom produto, diga-se o que se disser). Mas a série também tem os seus laivos a roçar o piroso. Ou seja, estou um bocado preocupado. Comigo. E com o meu sentido crítico, no que toca ao que acho ser de qualidade em televisão.

Volta, Linda!


Acho que está (mais que) na hora para a Linda Reis voltar à televisão. Com ela a aparecer nos ecrãs portugueses, talvez a malta que actualmente aparece nos programas ditos "de entretenimento" se dê conta que, se calhar, ela até nem faz tão má figura quanto eles e elas fazem.

segunda-feira

Sensação Rara


Hoje, ao fim de vários anos, voltei a terminar a leitura de um livro. Já não acontecia há muito tempo, de facto. A sensação foi, por isso, rara, invulgar. Aquilo de que tenho quase certeza absoluta é de que é uma sensação a não repetir nos próximos anos... para manter uma certa coerência, claro.

quarta-feira

Finalmente... Serviço Público


Sem brincadeira. O Petit Riens com Serviço Público à séria. Mais precisamente, NO Serviço Público à séria.

Um dos textos aqui do blog foi escolhido para um programa de rádio da RDP - Antena 1, chamado História DeVida. O texto chama-se "Lin", pode ser lido aqui e (salvo imponderável) poderá ser ouvido na referida estação emissora de serviço Público de Radiodifusão, no dia 31 de Outubro (horários a consultar em www.rtp.pt/antena1).

terça-feira

Subir na carreira


Por princípio, acho que subir na carreira significa obter o reconhecimento dos outros através do que façamos (bem, de preferência) e que esse facto deve trazer uma alteração de estatuto para um nível melhor do que aquele em que estejamos, para que a "subida" seja mesmo efectiva. Hoje fui ao guarda-roupa (como vou tantas outras vezes) pedir roupa para usar num serviço. A simpática moça que me atendeu tratou do assunto e, no fim, abriu uma pequena caixa de onde tirou uma etiqueta grande com o meu nome, devidamente plastificada e furada, para colocar no porta-fatos. Devo andar a fazer alguma coisa bem, porque foi a primeira vez, em coisa de ano e meio, que no guarda-roupa me atribuiram uma etiqueta a sério (até agora, eram post-it's escritos à mão com o meu nome e agrafados aos porta-fatos). Pode não querer dizer nada - e não quer mesmo, bem sei - mas hoje senti que subi (um bocadinho) na carreira.

sábado

Post rectificativo


Pronto... Não foi a Wii, pelos vistos. 38,5º de febre durante a noite e esta manhã fazem-me pensar que, afinal, as dores que sentia (sinto!) no corpo não são propriamente consequência de ter jogado umas coisas na nova consola da Nintendo. Quer dizer... se calhar, a Wii "moeu-me" os músculos e tal. Mas foi a febre que deu cabo do resto. Portanto, retiro o que disse esta madrugada. E reponho a verdade. A consola chama-se mesmo...


Pronto. Agora que acho que já fiz as pazes com a Nintendo, admitindo que as minhas dores não são responsabilidade da Wii... pergunto: Então e esta malta, que alega ter-se magoado à fartazana a jogar Wii?... Que tem a Nintendo a dizer a esta rapaziada?...



Wii... que dor, caraças!!!


Quarta-feira marcou a minha estreia no "universo" Wii, a consola da Nintendo em que um gajo tem de se esforçar mesmo à séria para fazer qualquer coisinha que se mostre. E o sedentarismo (o meu, entenda-se) revelou-se. Não na quarta-feira (quer dizer... estrava eu a "esmurrar" uns boxeurs de meia-tijela há coisa de dois minutos e já suava em bica como o Camacho no banco do Benfica - o que é muito!), não na quinta-feira, mas sim esta sexta-feira, quando o corpo começou mesmo a doer à força toda. Já percebi que jogar Wii supõe algum esforço físico e que isso é óptimo para combater o sedentarismo... mas... que caraças! Se é assim, mais vale chamar-lhe...

Pequenos Prazeres da Vida - XVII


Estar mesmo a chegar ao destino, começar uma bela "malha" no auto-rádio e, das duas uma:

- desligar o carro e ficar lá dentro a fazer figura triste, cantarolando, abanando a cabeça e batendo com a mão no volante, ao ritmo do "musicóle", até que acabe;

- não chegar a desligar o carro, tirá-lo do lugar de estacionamento já ocupado e voltar a conduzi-lo por mais uma ou mais voltas ao quarteirão até que a canção termine, cantarolando, abanando a cabeça e batendo com a mão no volante, ao ritmo do "musicóle", até ao último acorde, claro. A figurinha triste será mais ou menos a mesma... só que em movimento. Sempre disfarça qualquer coisinha...!

segunda-feira

Há dias bons e dias maus...
... e depois há dias... como o de hoje


(fodidos, entenda-se)

Em menos de 24 horas...

... descobri que uma longa viagem de trabalho que eu antevia ser um belo desafio profissional esfumou-se...
... criei, sem querer (e, paradoxalmente, num dia de folga), uma chatice com uma colega de trabalho...
... fui "discretamente" gozado e envergonhado mais do que uma vez, via telefone...
... fiquei a saber que, pelos vistos, incomodo imenso uma pessoa que pensava ser minha amiga... mas que afinal até já apagou o meu número do respectivo telemóvel...

... e o dia ainda não acabou...!
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Não há maior nem pior forma de vergonha do que
nos sentirmos pequeninos aos olhos de todo o mundo...

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sábado

Agora, sim. Finalmente, Outono.


Há uns dias andava meio perdido no calendário a pensar que o Outono já tinha "entrado" e... não. Era só dois dias depois do tal post que, parvamente, publiquei antes de tempo. Agora... não. Já posso dizer que é, de facto, Outono... porque é. Mas posso dizer ainda mais. Posso dizer que desde ontem à noite que, para mim, ainda é mais Outono do que o Outono (aquele que "entrou" no dia 23) e do que o Outono que eu já sentia ser antes disso. Agora... é MESMO Outono. Agora que já visto o pijama de manga comprida e calça. Agora, sim. Ontem à noite o frio (vá... o fresquinho) obrigou-me a vestir mais qualquer coisinha do que a habitual t-shirt que acompanha o boxer na viagem até à caminha. Ontem foi, portanto, a primeira noite "pós-Estio" em que vesti o meu pijama. E não transpirei. Ou seja, foi mesmo na noite certa. Agora, sim, é Outono mesmo à séria. E eu bem sei que poderia ter resumido isto a duas linhas em vez destas todas em que, no fundo, me limitei a ir repetindo a ideia de que me sinto ainda mais no Outono só porque comecei a usar o pijama à noite (como acabei de fazer agora, repetir o discurso de me sentir mais no Outono por causa de ter pegado no pijama ontem à noite pela primeira vez desde o Verão... Ops!!! Outra vez!...), mas a verdade é que assim não tinha tanta piada. E - sejamos francos - o simples facto de eu me sentir agora mais no Outono do que há uns dias, porque há uns dias ainda não usava o pijama completo para dormir e agora já uso... merece um texto complexo para assinalar o acontecimento.

sexta-feira

Pseudo-piadola fácil acerca de cosméticos femininos

Não se pode confiar na pintura. Não tem coragem nenhuma.

À mínima coisinha que aconteça... borra-se toda!

quinta-feira

(Já Não) "Habemus Papa"?!?



Sinceramente, parece-me que a "Santa Sé" já não domina Fátima como dantes...

terça-feira

Um...CRIME, não ver


Nem que seja só por uns segundos (e hoje é o último dia para o fazer!!!). Na nova grelha da TVCabo vai surgir (já surgiu) um novo canal. O FOX Crime. Abre amanhã, dia 26, quarta-feira. Mas, até lá, o canal "transmite" uma espécie de screensaver giríssimo, alegórico ao tema do canal e muito ao jeito dos bonequinhos que nos dizem que uma página de internet está em construção. Juntaram-se os dois conceitos e... voilá! Nasceu o video de teaser ao canal FOX Crime. Temos todos (clientes TVCabo com powerbox, claro) mais um dia para assistirmos divertidos ao cavar do túnel pelos presos na cadeia onde os guardas pouco se importam que estejam prestes a evadir-se. Genial. Em tempo real. É um... crime, não ver.

PS: Se o canal vai ser bom ou não, não sei, obviamente. Mas de que "começou" bem... não tenho dúvidas.

sexta-feira

Outono


Dizem-me que é hoje que começa o Outono. Pensando bem... se calhar é mesmo. 21 de Setembro... É. Confirma-se. Mas há muito que me sinto no Outono. Tenho dito isto muitas vezes, aliás. Todo o Verão disse que me sentia no Outono, mesmo nos dias mais quentes. O facto de só ter tido férias no início de Setembro (e de o tempo não ter estado nada dado a sol e banhos) também ajudou mas, acima de tudo, o "Outono" tem sido para mim, nos últimos meses (de Verão), uma coisa interior, um estado de espírito. Não ando taciturno, triste, abatido, deprimido... não. Acho é que o meu corpo me pede calma. E, já agora, o espírito também. Ando a fazer-lhes a vontade parando. Parando. Olhando para a linha do horizonte. Dormindo. Vendo séries que associo normalmente à estação que hoje começa. Estórias que puxavam o Outono que havia em mim, mesmo quando tudo ainda andava de chinelo na rua ou metido em filas de trânsito para as praias. O Outono foi (e ainda é) uma necessidade minha, quem vem sendo colmatada com a calma que me tem sido "exigida". Se o Outono começa agora... ainda bem. Agora, finalmente, já ninguém me vai olhar de lado quando disser que me sinto em pleno Outono.

PS: Oh, porra! Agora dizem-me que afinal é dia 23. Domingo, portanto. Que caraças! Pronto... Estou "ilegitimamente" de espírito outonal por mais dois dias. Paciência...

quarta-feira

Uma pequena grande diferença


Em 1993, o leite Matinal surgiu no mercado com o slogan "Seu eu não gostar de mim... quem gostará?"...



Agora, em 2007, a publicidade ao leite seleccionado da Lactogal entra-nos casa dentro com um slogan que aparenta ser o mesmo... mas não é. A palavra "não" mudou de lugar. Repare-se. "Seu eu gostar de mim... quem não gostará?".


A diferença é muito pequenina... mas simultaneamente grande. Se o slogan original colocava aos consumidores (e, mais propriamente, às consumidoras) um desafio "complicadamente simples" (gostar de si mesmo, em oposição ao pouco amor próprio vigente na altura num povo pouco dado aos cuidados com o corpo), hoje em dia a mentalidade mudou e ao target do produto é sugerido algo mais: já que tem cuidado com o seu aspecto físico, por que não demonstrá-lo com uma auto-estima a condizer "e o mundo que se aguente". Se gostar de si... quem vai ousar não gostar?

Sinceramente, gosto. É por estas e por outras que sempre tive um secreto fascínio pela publicidade. Por mais estardalhaço que faça em campanhas vazias e bacôcas, de vez em quando surpreende com o mais ínfimo (e quase insignificante) dos pormenores.

terça-feira

16:38

Nada a reportar. Obrigado.

segunda-feira

O batente



Voltar ao trabalho - sabe-se (é, de resto, uma daquelas coisas que só não está provada cientificamente... porque não é preciso) - é algo que traz consigo uma forte carga negativa. A malta - mesmo que diga o contrário - nunca está bem de acordo com o facto de ter de terminar as férias para voltar a laborar e, dessa forma, pôr comida em cima da mesa. Sim... há ocasiões em que até sabe bem voltar ao trabalho, claro. Mas não esqueçamos que voltar ao trabalho... dá trabalho. E o que dá trabalho, regra geral, cansa. Isso lança bases mais do que suficientes para que o regresso ao labute não seja bem encarado por (quase) ninguém. A expressão "batente" diz tudo. É onde a porta bate, ao fechar; muitas vezes com um estrondo extremamente desagradável, incómodo. Para lá da porta fica uma realidade que findou e, para cá dela, o barulho seco da porta a bater, sem mais nada (porque ainda nada começou de facto) mas também a forçosa obrigação em pensar na canseira que virá daí em diante. Deve ser por isso que chamam "batente" ao trabalho diário. Estou de volta à rotina laboral. A porta das férias fechou-se com um estrondo seco (embora não tão ruidoso quanto isso) desagradável. E agora, pelos vistos, tenho de pensar na canseira que aí vem...

domingo

As férias...



... vieram e foram (tal como vieram). Não passaram necessariamente rápido, como soi dizer-se, mas ainda assim não senti muito que tenha estado, de facto, de férias. Enfim... Coisas... Quinze dias em que houve um casamento, preparativos para um outro, obras (muitas obras!) e bricolage com fartura, visitas forçadas, visitas guiadas, burros a comer da minha mão, chuva (muita chuva!) em tempo de Verão, nada de praia, muitas fotografias, a primeiríssima ida à Suzuki do meu carro novo, burocracias a tratar, contas a pagar, filas de trânsito para Sul e para Norte, tenda e saco-cama na bagageira que nunca chegaram a ser utilizados. Enfim... Coisas... As férias acabam agora. As próximas sei que vão ser muito diferentes. De igual... pelo menos, a chuva, de certeza. Será Dezembro. Por isso...

Pseudo-piadola fácil com nomes de terras parecidos

Belmonte não tem grande coisa para se ver…

e Belver não tem grande coisa que se monte!...

quinta-feira

3 anos ontem...

Parabéns, PimPim... e desculpa! O Tio esteve com tanta coisa na cabeça ontem que não te viu no Panda; nem de manhã, nem à tarde. Domingo compenso, pode ser? Ando às voltas para te arranjar a prenda perfeita e mimo não vai faltar de certeza. Parabéns, PimPim. 3 anos... Estás linda, inteligente (mandona e caprichosa também...) e já deu para perceber que vais ser um espectáculo de miúda! O Tio adora-te e orgulha-se muito de ti!

Petit Apontamento de Soninho


Ontem choveu, hoje está sol... e em ambos os dias tive (e tenho) tanto sono que só me dá vontade de ir dormir para a areia da praia, independentemente da temperatura do ar, do vento que faça e até de haver chuva ou sol.
Sim... só me apeteceu dizer isso.

segunda-feira

quarta-feira

Finalmente...

Sou um "puto" contente, neste momento!



8/8


Joaninha* Day

*(a minha cadela, há já vários anos "longe" de nós; fiel e melhor amiga na minha infância)

Que pena não ter uma foto digitalizada para a qui colocar. A Joaninha era belíssima.

Pequenos Prazeres da Vida - XVI


Ao fim do dia, conduzir para casa, ouvir uma canção pop já com uns aninhos, assobiar e murmurar os acordes... e sentir a leve comichão nos lábios que isso provoca. Matt Bianco - More Than I Can Bare. À meia-noite. Com direito àquela ligeira impressão de cócega na boca. Muito bom.

segunda-feira

«Quanto São 3 Tempos...?!?»


De quando em vez, pomo-nos a jeito de levar respostas curiosas dos miúdos com quem comunicamos numa base de inocência e até de confiança no facto de que eles entendem ou menos ou mais daquilo que esperamos que entendam. Aconteceu ontem. Um descuido de uma das pequenitas e a logistica teve de funcionar. Muda calção, muda cueca do bikini... lava calção, lava cueca do bikini, que acaba no estendal, ao sol, sob uma torreira que... sim senhor. Comentário meu: «Bom... isso vai secar em 3 tempos! Com este calor...!». Não tardou nadinha para que eu fosse surpreendido pela imediata interpelação da outra pequena que pensava ter ouvido "3 segundos" e não "3 tempos".

- Então?!? Já passaram 3 segundos?!? Já?!?
- 3 segundos?!?
- Sim! Disseste que demorava 3 segundos a secar!!!
- Não. Disse que secava em 3 tempos.
- Ah... E quanto são 3 tempos?!?
- ...
- Então?!?
- Bom... Quer dizer... Não sei bem... É um tempo indefinido... que não é certo...
- Mas vezes 3, não é?
- Sim... vezes 3... (claramente encurralado pelo que eu próprio tinha dito)
- Olha... E já passou ou não?!?

quinta-feira

For Otis...


Os filmes e séries usam, muitas vezes, aquela pequena sequência (quase sempre em slow motion) em que dois (supostos) amantes se afastam um do outro, cada um para o seu lado, olhando, à vez, para trás, sem no entanto conseguir cruzar o olhar (quando um olha o outro caminha em frente, afastando-se; quando o segundo olha, já o primeiro se voltou e seguiu o seu caminho). Fica sempre bem. O aperto no coração (e correspondente nó na garganta) que provoca faz maravilhas pelo sucesso da história contada. Na vida real, as coisas não se passam bem assim. Pode acontecer... mas não é muito provável. Primeiro porque ninguém se move em slow motion, por muito que tente. Depois, porque o timing certinho com que as pessoas se olham nos filmes sem cruzar o olhar é por demais coreografado e isso raramente resulta "tão bem" com as pessoas "normais". Tudo isto para dizer que, sim, já me aconteceu a mim, ter estado em situação semelhante, até com lágrimas à mistura (como em alguns filmes e séries também). Não gostei. Talvez seja por isso que não desejo, jamais, voltar a participar numa dessas "sequências" carregadas de tristeza e sofrimento.

O autocarro que passou ao lado de uma grande “carreira”


Na vida, por vezes, há frases que – parecendo não ter nexo e terem vindo do “nada” – fazem um sentido imenso cerca de quatro segundos após as termos proferido. Esta é uma delas. O trocadilho – inicialmente involuntário – da “carreira” (carreira “profissional” e/ou carreira viagem) falhada por um autocarro que terá ficado aquém das expectativas é um rasgo de estupidez genial (ou genialidade estúpida, como se queira ver a coisa). Mas é um excelente trocadilho, sem dúvida. A partir dele, apetece contar a patética e desconsolada história de um autocarro que um dia sonhou ser um veículo de longo curso, luxuoso, sempre cheio de turistas bem parecidos, bem vestidos, endinheirados e muito animados, “armados” com boas máquinas fotográficas (analógicas e digitais) “até aos dentes”, rodando de cidade em cidade, passando pelos monumentos mais marcantes, as praias mais bonitas, as paisagens mais arrebatadoras e pernoitando junto aos mais luxuosos hotéis. Mas algo terá corrido mal e esse sonho não se concretizou. Um risco maldoso feito na pintura, um condutor de outro carro com um copo a mais que o terá abalroado deixando uma mossa na chapa, uma pedra atirada por um camião em andamento que lhe quebrou o vidro pára-brisas, … sabe-se lá o que lhe terá acontecido para ter acabado numa oficina de uma terreola (uma vila do interior), infecta de óleo queimado e cheiro a cuprinol e tinta esmaltada de qualidade duvidosa. O que parece certo é que o autocarro ali terá ficado por tempo indeterminado, esquecido ou não recuperado por quem o devia ter levantado, mas talvez tivesse entrado subitamente em processo de falência. Como o tempo passa – e não perdoa – o autocarro terá apodrecido, empoeirado, ficado sem travões, sem óleo, com ferrugem por todo o lado. Como o tempo passa – e não perdoa – alguém terá acabado por precisar de um autocarro para fazer transporte de velhos e crianças entre o Centro Social e a Cantina do vilarejo. Coisa de 5km de cada vez, duas… três vezes ao dia, ida e volta. Nenhum autocarro pode sentir-se bem com isto, tendo um dia sonhado ser um veículo de longo curso, luxuoso, sempre cheio de turistas bem parecidos, bem vestidos, endinheirados e muito animados. E este não terá fugido a essa regra. A grande carreira que um dia desejou ter-lhe-á passado ao lado. É pena… mas proporcionou um excelente trocadilho… ou se calhar foi o trocadilho que proporcionou uma boa história.

sábado

Espanha, Cromo da Bola, Mierda, Tapas...
e o Regresso


Depois de ter sido "acordado" com um telefonema às 7:50 em que apenas me foi dito «Rápido! Põe uma roupita num saco... Vais para Madrid!»...

Depois de perceber que os meus dias (sem saber quantos) iriam ser passados sob um calor abrasador, numa cidade desconhecida...

Depois de, de facto, passar os últimos três dias (agora já é fácil fazer as contas) ob um calor abrasador, numa cidade desconhecida (e que acabei por não conhecer)...

Depois de um apertão imenso de seis longuííííííííssimos minutos no Aeroporto de Barajas em Madrid...

Depois de estar uma tarde inteira a falar de um cromo da bola e a contar com uma manifestação de adeptos de futebol que me daria bastante "matéria-prima" trabalhar e, na hora exacta, ela desmobilizar para outro lugar, deixando-me completamente à toa...

Depois de uma manhã com 36º(!) de temperatura, muita correria, muito stress, muita gritaria, muito palavrão em Castelhano, de ainda mais stress, de ainda mais correria, de ainda mais gritaria... e de um trabalho (miraculosamente) bem feito...

Depois de ter provado umas tapas... maravilhosas, de levar às lágrimas (de comer e "chorar" por mais)...

Depois de me aperceber que aldrabo imenso a falar com os espanhóis mas não tão mal assim que não me entendam (e, pelos vistos, suficientemente bem para até mantar belíssimas conversas com taxistas, transeuntes, empregados de café e mais quem me abordasse)...

Depois de ter conseguido trabalhar de igual para igual com profissionais de "outro" (melhor) gabarito...

Depois de ter dormido muito mal duas noites consecutivas devido ao calor (que também se sente - e de que maniera - mesmo depois do pôr-do-sol) em terras espanholas...

Depois de ter a meu cargo toda a contabilidade inerente às despesas de duas pessoas (logo eu que detesto mexer com dinheiro e papéis e tal)...

Depois de ter mudado um voo para poder ter mais uma hora de sono e isso significar mais de duas horas de cansaço (já que o voo seguinte atrasou dramaticamente)...
Depois de ter recebido um telefonema (ainda em Madrid - enquanto aguardava o avião) a "avisar" de que iria ter "visitas" na minha minúscula casa em Porto salvo, obrigando-me a gastar as minhas folgas a fazer arrumações e limpezas profundas num apartamento CHEIO de pêlos de gato...

Depois de chegar a Lisboa ainda com mais calor do que aquele que estava do outro lado da fronteira...

Depois de tudo isto (e apesar de tudo isto)...
... tenho de dizer que é bom regressar a casa.

terça-feira

Começo a aperceber-me...


... de que pago um pequeno balúrdio todos os meses pela maior, mais bem equipada e mais dispendiosa casota de gato do País... e, quem sabe, de todo o Mundo...!

domingo

O cúmulo da preguiça...


... é ter vontade (muita, por sinal) e não me levantar para ir mijar. Tenho a sensação de que isto, daqui a um bocado, pode correr "um bocadinho" mal. Não sei... digo eu...

sábado

Vain NewsPerson
ou, "Afinal, somos todos Narcisos"


Ontem, uma colega do meu meio profissional perguntou-me se eu achava que (todos) os jornalistas são vaidosos. Eu não respondi logo e fui pensando nisso à medida que a conversa se ia desenrolando mas não tardou muito para chegar a uma conclusão. Sim. Os jornalistas são, por natureza, vaidosos. Todos. Uns mais do que outros. Uns muito mais do que outros. Uns menos do que outros… E uns muito menos do que outros também. Mas são. Faz parte. E – digo eu – até é algo saudável que assim seja. A vaidade no jornalismo pode dar para “tudo”: desde o perfeccionismo ao desleixo e laxismo, passando pela boa apresentação, autocrítica, auto confiança (quando a coisa corre bem), comiseração, depressão, mau companheirismo e diminuição exponencial da qualidade do trabalho (quando tudo dá para o torto). Pessoalmente, eu gosto de ver o meu trabalho quando é publicado. Paro, vejo o que saiu, vejo se houve ou não houve erros, se foi bem assinado, se haverá coisas a melhorar… E gosto de ver. Dá-me um certo gozo, confesso. Tenho vaidade nisso e quando a imagem é boa, também tenho vaidade na minha boa apresentação (o que não é tão frequente quanto queria, mas… paciência). Há quem se veja – por de mais narcisicamente – e reveja e nem se preocupe com a qualidade do trabalho. Essa é a face “negra” da medalha. Eu também tenho dias assim… mas tento que não sejam todos e ainda bem que não são. No entanto, de não ser vaidoso nenhum jornalista pode gabar-se. Toda a gente gosta de ver o seu nome ou foto num jornal, da sua voz na rádio, da sua imagem na televisão, ou até de receber uma mensagem no telemóvel com feedback disso mesmo. Como já disse, faz parte, até do orgulho e do brio profissional. Tudo o que seja com “conta, peso e medida”…

quinta-feira

Pequenez*


* escrito a 20/01/'06, num outro blog, sob outro heterónimo, mas que acho ser sempre actual... vá lá saber-se por quê...


Perturba-me sobremaneira a pequenez. A pequenez não é uma coisa nossa. Não nos é intrínseca. Não nasce connosco. Mas cresce. Surge e cresce dentro de nós. E, paradoxalmente, quanto mais ela cresce mais nós nos tornamos pequenos. A pequenez não surge do nada mas sim do tudo que pensamos que os outros têm e que nós pensamos, igualmente, que devíamos ter e não temos. Caso não nos apercebamos disso, os ditados populares fazem sentido. “O seu a seu dono”, “A César o que é de César” e “Cada um tem o que merece” são, normalmente, ditos meio “da boca para fora” mas, bem vistas as coisas, bem que podiam evitar que a pequenez se apoderasse de certas pessoas que, por verem a relva do vizinho crescer mais verde e a galinha do lado ser melhor que a delas, insistem em pôr-se em bicos de pés para roubar um bocado do relvado do jardim do lado ou pedir a quem quer que seja para que lhes dêm uma galinha da mesma espécie, alegando que todos têm os mesmo direitos. Isso não faz sentido. Se temos uma relva mais fraquinha, há que tratá-la melhor ou ir à procura de melhores sementes. Se a nossa galinha é mais raquítica… se calhar é porque a alimentámos mal ou porque, talvez… seja essa a galinha que merecemos. Para falar a verdade, estou um bocado farto da máxima “se os outros têm… porque é que nós não podemos ter também?!”. Já cansa! Acho que a pequenez tem limites. E para mim, os limites estariam no limiar da “Tolerância Zero”. “Se és pequeno, cresce!”, apetece-me dizer, sempre que alguém se apresta para pular desalmadamente para dizer “Sou tão alto como tu! Olha tão alto que eu sou! Sou tão alto como tu! Já viste!?”. Não… Nem todos somos altos, nem todos somos pequenos. Mas nem uns têm de olhar de cima para baixo para os outros, nem esses têm permanentemente de pedinchar a sua “subida de nível”. Somos os que somos. E só seremos diferentes, maiores ou melhores… se merecermos sê-lo. Metam isso na cabeça as pessoas “pequeninas” deste mundo.

quarta-feira

Por estes dias...


…vivo com as minhas atenções repartidas e viradas para tanta coisa e tanto assunto que difícil, difícil é perceber em que pensar primeiro e/ou mais, em relação às outras coisas. Não é tarefa fácil. Muito menos é agradável. Mas a vida (também) é feita destes decursos temporais, em que somos simultaneamente o mais e o menos importante na nossa própria vida. Alguns exemplos… Uma intoxicação alimentar obriga-me agora a pensar duas vezes antes de consumir seja o que for, porque estou de dieta forçada pelos médicos e porque temo que algo que venha a comer ou beber me caia mal ou esteja estragado. Parecendo que não, isto transtorna muito a vida de uma pessoa que tem prazer em comer um pouco de tudo, sem imposições de quem quer que seja. Defino o meu futuro pessoal, saindo de mim (uno) para passar a ser 50% de uma unidade maior, o que obriga a pensar mais do que só em mim e muitas vezes menos do que os tais 50% que me estão “destinados”. Para ajudar, tenho a braços a definição do meu futuro profissional, que em muito influencia a situação pessoal já referida e que obriga a pensar em termos jurídicos, económicos, fiscais, profissionais (estatuto, carreira e tal…) que são coisas em que normalmente não se pensa e que, por isso, são um “bico d’obra” para qualquer leigo… que, neste caso, é só um gajo que quer trabalhar. Ao mesmo tempo que isto tudo, foi-me dada uma tarefa de grande responsabilidade que vou realizar pela primeira vez e em que quero (obviamente) ser bem sucedido; faltam apenas uns dias para que a tarefa chegue, pelo que os “nervos” me obrigam a matutar muito nisso. Penso, portanto, que há já um bom tempo não penso em mim, sem factores “inter-externos” a ocupar-me a mente. Por estes dias, tem sido assim. Mas ouvi dizer que há mais dias no calendário, que se seguem a estes, que podem trazer outras coisas, algumas mesmo… se calhar… para serem pensadas. Logo se vê… perdão… logo se pensa nisso.

domingo

Esta Sensação…


Estranhei começar a ficar inquieto, há pouco, já perto da meia-noite. No momento, não percebi por quê. Agora sei. Estou no mesmo local, na mesma casa, em que, há precisamente três meses (também a um Domingo), soube que tinhas adormecido para sempre. Também nesse dia andei inquieto, sem saber por quê, às voltas pela casa, até receber o telefonema que faria tudo ter sentido… mesmo aquilo que era simplesmente inexplicável. Passaram três meses. Mas não passa um dia em que não me lembre de ti. Basta-me entrar todos os dias no meu carro (novo, que nunca viste) e recordar que a primeira viagem de registo que fez foi há precisamente três meses, para que eu pudesse despedir-me de ti. Tenho saudades tuas. E sei que tu tens minhas. Se não, não me provocavas esta sensação que parece má mas, no fundo, acredito ser boa. O amor (seja sob que forma ou manifestação for) nunca fez mal a ninguém.

Será esta a função da idade?


À medida que o tempo avança, dou comigo a sentir-me mais experiente e a fazer tudo de forma prática, intuitiva, sem o recurso ao saber teórico. Aliás, dou comigo a esquecer-me da teoria que, no fundo, é a base da prática. O que me parece algo pior, confesso. Escrever, por exemplo, é para mim algo frustrante, ainda que muito libertador e fonte de um prazer diário enorme. Embora saiba aplicá-las, não me lembro das regras gramaticais. Esforço-me… mas não me recordo. Sinceramente. Sujeitos, predicados, substantivos, verbos, adjectivos, advérbios… certo. Mas não me peçam para reproduzir as regras e tal. A idade é tramada. E, nessa nota, falta confessar que, de vez em quando, me esqueço da forma correcta de escrever algumas palavras. Sei que “viagem” se escreve com “g” mas demoro um bocado a pensar se não será com “j”, por exemplo. É por essas e por outras que escrevo praticamente todos os textos primeiro no “Word” e depois os transporto para os outros programas ou para a net. Será esta a função da idade? Dar-nos a capacidade de fazer tudo sem pensarmos como se faz e dar-nos dores de cabeça quando, finalmente, tentamos parar para perceber melhor por que raio estamos a fazer as coisas de uma maneira e não e outra, por quê “assim” e não “assado”…?

sexta-feira

13


O mal que este dia nos pode fazer não está num qualquer azar que, por via de saber a quantas andamos no calendário, já antecipamos que possa vir a acontecer. Não. O "truque" do dia é ele "perceber" que há pessoas que não estão sequer preocupadas (porque não são supersticiosas, porque nunca lhes aconteceu nada de especial, porque acham que é um dia normalíssimo...) e permitir que o dia lhes corra bem... até quando, na hora menos esperada, tudo desaba. Neste caso, felizes aqueles que se acautelam desde madrugada, à espera que o azar lhes bata à porta, desde que se levantam da cama até que pousem de novo a cabeça na almofada. Os outros, incautos, sim, são surpreendidos com a negra malvadez de uma sexta-feira 13. Eu fui...

terça-feira

Good Morning!


Ainda a coçar os olhos de sono, entrei no corredor que desemboca no meu local de trabalho. Três passos dados e, ao fundo, um sorriso simpático de uma colega de há longos anos recebeu-me com uma jovialidade invulgar nas minhas chegadas àquela hora. Cedo percebi porquê. «Adorei o teu trabalho na Holanda! Cresceste muito em termos profissionais! Foi uma grande surpresa! Parabéns!». Ainda atarantado com os elogios em catadupa, agradeci, envergonhado mas com um sorriso que só a sensação de realização permite ter às 8:30 da "madrugada". Que bela maneira de começar o dia!...

***UPDATE***

Good Afternoon!

A início da minha tarde, com o sono a bater por ter acordado cedo e o almoço ter caído que nem uma almofadinha confortável no estômago (também ele sonolento), recebo o convite oficial e personalizado para ser colaborador deste blog, verdadeiramente aqui da vizinhança, por sinal um dos mais bem sucedidos blogs portugueses. Depois do elogio profissional da manhã, um elogio blogueiro vespertino... só posso dizer que a jorna me está a correr muito bem! Foi uma bela maneira de continuar o dia!...

segunda-feira

O "senhor" da IKEA


Sou um fã confesso do "Ideal IKEA", das boas ideias de soluções giras baratas para equipar e decorar uma casa. Só não sou é grande fã do "Ideal do Senhor Sueco Que Quer Que A Malta Ande Só Pelo Percurso Que Ele Quer E Não Por Outro Qualquer Dentro Da Loja". Sim... eu sei que o nome é um bocadito comprido mas não deixa de ser aquele que me parece que mais e melhor se adequa ao tipo "engenhoso" que um dia achou que todo e qualquer cliente das lojas da cadeia tivesse de andar que nem carneirinho, seguindo as setas que (curiosamente) se assemelham de uma forma tremenda a sinais de sentido obrigatório. Irrita-me solenemente que, inconscientemente, toda a gente aceda a fazer parte do verdadeiro rebanho que se passeia nesse sentido único enquanto cobiça os produtos expostos. Hoje fui lá comprar uma mesa, duas cadeiras e um pouf. Se andei pelo percurso pré-definido pelo dito "senhor sueco"...? Nãããã! Andei por onde me apeteceu, pelo meio dos sofás e dos móveis de cozinha, andei ao contrário de toda a gente, bati contra duas ou três pessoas, cortei por atalhos e voltei atrás umas cinco ou seis vezes para verificar os tamanhos de uns cestos que talvez venha a comprar em breve. Foi libertador, no mínimo! O "Senhor Sueco Que Quer Que A Malta Ande Só Pelo Percurso Que Ele Quer E Não Por Outro Qualquer Dentro Da Loja da IKEA" é que se deve ter passado um bocado. Paciência! Temos pena...!

sexta-feira

Lin


Não sei o nome dela mas posso chamar-lhe Lin, para conveniência deste pequeno texto. Chama a atenção de quem entra na loja mesmo antes de se passar a ombreira da porta porque articula com uma dicção curiosa um “Bôua Tááde!” simpático e claramente ensaiado para bem receber os clientes que logo a seguir hão-de procurar uma qualquer bugiganga ou objecto útil a bom preço. Ao lado dela, junto à caixa, uma senhora mais velha, também de olhos rasgados, também saúda quem entra, mas com ar bem mais sisudo e preocupado com o que as pessoas que deambulam pela loja fazem, o que vêem e se alguma coisa sai da loja sem ser pago. Lin não parece ter essa preocupação. Olha entusiasmada para um livro infantil português, de cores chamativas e bonecos sorridentes. Por momentos, deixo de a ver, porque as canetas de feltro que procuro estão no corredor mais ao fundo da loja… mas ouço-a. Lê cuidadosamente as letras que tem pela frente. Letras ocidentais que formam palavras que falam de um urso numa floresta encantada e de uma menina que com ele faz amizade. É audível o esforço que faz para que cada fonema seja dito impecavelmente, num Português praticamente sem mácula. Lin terá 7… 8 anos, não mais, de certeza. Fala com a “companheira” de caixa em Mandarim, como que descrevendo a história de amizade das personagens do livro que lê e regressa à leitura, cuidada, do mesmo em Português. À saída, com o dinheiro na mão para pagar, não consigo evitar falar com a pequena Lin para lhe dizer “Lês muito bem! Parabéns!”. Sem querer, provoco uma manifestação de embaraço. Lin olha para o chão e não reage ao elogio. Pelo contrário, a senhora mais velha aceita-o como se fosse para ela e, com um rasgado sorriso de orgulho, agradece, olhando para a menina ainda cabisbaixa de vergonha. Acho piada ao embaraço mas fico algo desiludido porque não era essa a minha intenção. Pago. Saio. Já na rua, oiço-a de novo, em voz bem alta: “Sinhô!! Bôua Tááde!!”. Olho para trás. Ela sorri e acena. Ganhei o dia. Com um sorriso asiático… em bom Português.

quarta-feira

Coisas que chocam

Há uns dias, uma pivot de notícias americana... como dizer isto com um termo técnico...?... passou-se em directo, durante um noticiário. Recusou-se a abrir o telejornal com a notícia da libbertação da Paris Hilton, rasgou e tentou queimar a alinhamento e voltou a rasgá-lo, como forma de marcar a sua posição.



Entretanto, já se justificou. No mesmo espaço noticioso.



Por mim, nem precisava, mas tudo bem. Não me choca nada que uma peça sobre a Paris Hilton não passe num telejornal, nem nos Estado Unidos, nem e Portugal, nem em lado nenhum. No entanto, há coisas que me chocam. Como por exemplo, os gajos que comentaram o video do YouTube... NO YouTube.







Não sei o que diga... Aquele aspectozinho, aquele discursozinho, aquele arzinho geek que chateia só de ver... e aquela tempinho livre (a mais) que permite dar-se ao trabalho de ser realizador de homevideos tão ricos quanto respostas audiovisuais online a videos do YouTube. Tudo isto me choca (quase) tanto quanto haver miúdas giras que sejam contabilistas. Mas só QUASE tanto, não tanto TANTO.

Nunca percebi...


... como pode haver miúdas que até são giras e que sejam contabilistas. A sério. Uma coisa não "cola" com a outra... digo eu...! Mas enfim... há sempre excepções que confirmam a regra de que há excepções às regras.

terça-feira

Silly Season


Para quem – como eu – trabalha na comunicação social, esta altura do ano é especialmente penosa. Chamamos-lhe a “silly season” (a “época parva”) porque, basicamente, passa-se pouca coisa (isto quando não acontece não se passar rigorosamente coisa nenhuma). Logo, não há nada a reportar, falando de forma literal, e nós também nos sentimos muito “silly’s” a tentar perceber se o dia será passado a “olhar para as paredes” ou a tentar procurar coisas com muito pouco interesse mas que possam ajudar a preencher uma certa quota (virtual, imaginária) de trabalho que todo o ano nos propomos a apresentar. O mais aborrecido é que continua a não se mudar o estaminé de trabalho para uma qualquer praia. A malta bem tenta mas o patrão (em sentido geral, ou seja, todos os patrões) mostra-se reticente e acaba por não aprovar a ideia. O que é lamentável. Se no verão está toda a gente na praia, a comunicação social tem de estar onde toda a gente está, porque é aí que há mais probabilidades de acontecer alguma coisa. E, em não acontecendo, sempre seria possível à malta aproveitar para deitar na areia ou dar um mergulho no mar. Chamar-se-ia a isso “alegria no trabalho” (“joy @ work”) e – digo eu – que seria o melhor remédio para esse mal de que padecemos dramaticamente, a “silly season”. Porque ninguém gosta de sentir-se “silly”. Muito menos no verão.

segunda-feira

Países a sério


Passar 20 dias na Holanda fez-me perceber que há países que se esforçam por serem bons países. Pequenos, mas bons. Toda a organização social, económica, urbanística e a ideia de que ter espírito nacionalista não significa forçosamente estar contra (todos) os outros povos são coisas notáveis que os holandeses fazem questão de demonstrar a toda a hora, até quando andam de bicicleta (basicamente, também isso, a toda a hora). As pessoas são de uma forma geral giras, simpáticas, prestáveis, conscientes do que têm para fazer e dizer e fazem tudo e falam com calma, as ruas estão sempre limpas, poupa-se combustível e o meio ambiente usando os transportes públicos e as bicicletas, não há grandes problemas de trânsito, não assisti a uma única discussão “acalorada” em que um holandês se envolvesse e o verde é a cor dominante da paisagem. Passados esses 20 dias regressei. Logo no Aeroporto de Lisboa, ainda sem as bagagens em minha posse, cruzei-me com uma senhora extremamente mal parecida, desdentada, agarrada a um telemóvel para o qual berrava “Augusta! Já ‘tou cá!!!!!!”. Na hora, mesmo cansado da viagem, desejei fervorosamente pedir ao piloto que me deixasse entrar de novo no avião para regressar de imediato a Amesterdão. Entretanto, esse desejo esvaneceu nos dias seguintes com o vislumbre de várias outras mulheres portuguesas (graças a Deus, bem mais bonitas, bem mais vestidas e bem mais “morenamente” latinas) e com o bom tempo a permitir umas idas retemperadoras à praia. Agora, estou de novo pronto para voltar para a Holanda. Faço zapping ao fim da manhã e apanho com o Cláudio Ramos na sua habitual verborreia louca, a falar de tudo que é nada, de todos que são ninguém (como ele… ela… não sei…), do que importa para ele mas que nada interessa ao saudável correr do mundo. Preciso de viver num País melhor que isto. Portugal tem tudo para ser pequeno mas bom... só que não é. Não há sequer esforços (visíveis, pelo menos) nesse sentido. Espero sinceramente que Portugal ainda vá a tempo… mas não sei se vai...!

sexta-feira

"SEGUINTE!!!"


"SEGUINTE!!!" – ouvi eu, ainda na rua, à espera de entrar na tabacaria onde ia registar o EuroMilhões; como sempre, atrasado, numa sexta-feira à tarde (ao fim da tarde), com o cansaço, não da semana mas de todo o mês, a pesar-me nos ombros como em poucas sextas-feiras nos últimos meses o senti. "SEGUINTE!!!" – dizia (berrava!) a voz feminina no interior do estabelecimento, fazendo com que as pessoas da longa fila (atrasadas, como eu, para registar o EuroMilhões e não só) se fossem aproximando, à vez, do minúsculo balcão. "SEGUINTE!!!" – e, de repente, já estava dentro da pequena loja de jornais, revistas, totolotarias, chapéus de chuva, artigos para o lar, pastilhas e gomas doces, bibelot's, material escolar, dvd's, cadernetas de cromos, linhas de crochés, passes sociais, mapas das estradas e tudo o mais em que se possa pensar e não se imagine encontrar numa tabacaria de esquina numa aldeia da periferia de Lisboa. "SEGUINTE!!!" – insistia a mulher, interrompendo o meu tão querido hábito de observar tudo o que me rodeia, que nesta sexta-feira me ajudava também a abstrair-me do muito em que tenho de pensar. Ainda assim, uma nova olhadela em volta fez-me lembrar que uma revista semanal trazia um livro que poderia ser interessante para dar a... "SEGUINTE!!!". "Voz irritante, esta!" – pensei eu, olhando finalmente para o balcão para ver quem a produzia. Do outro lado, uma senhora com ar atarefadíssimo tentava dar vazão aos pedidos de passes L123 e do "raio dos Totolotos!" (como ia resmungando, entre dentes, o meu "colega" da frente na fila, claramente agastado porque só queria pagar o jornal). "SEGUINTE!!!" – e já só faltava duas pessoas serem atendidas para que pudesse fazer o que tinha a fazer e que, entretanto, já não era só registar - ainda que às últimas - o EuroMilhões, mas sim também pagar a revista com o livro de oferta para dar a... "SEGUINTE!!!" - e a senhora "corria" de um lado para outro do balcão, como se fosse possível em pouco mais de um metro quadrado de espaço, por entre a imensa parafernália à venda no estabelecimento, parando só para dar atenção ao senhor mal humorado que, à minha frente, se queixava de haver uma fila única para os clientes "normais" e os do "raio dos Totolotos!" - insistia ele - não entendendo que a discussão (inútil) só o atrasava a ele mais e a todos os outros que para trás (na tal fila única) estavam e esperavam e desesperavam. Enfim...! O senhor lá pagou o jornal, a senhora respirou fundo, eu cheguei-me ao balcão, ela olhou para mim. Cerca de 50 centímetros (de balcão) nos separavam, ela sabia que eu estava mesmo ali e mesmo assim abriu a boca e berrou a plenos pulmões "SEGUINTE!!!". Eu olhei-a com estranheza (e com uma certa dor no ouvido direito, que era o que mais perto dela estava no momento), como que tentando perceber por que raio tinha ela berrado por mim, sabendo perfeitamente que não precisava. Ela não se descoseu. Abriu a mão, à espera do boletim do EuroMilhões que acabei por lhe dar. Fez a operação em menos de nada, pediu-me o dinheiro, nem sequer reparou que tinha a revista também para pagar. Fez um ar enfadado ao perceber que tinha mesmo de fazer a conta na registadora. Fez. Pediu-me o dinheiro do total, dei-lhe uma nota de 20, ela fez um ar enfadado ao perceber que ia ter de fazer troco com muitas moedas e notas pequenas. Fez. Finda a operação, despachou-me e afastou-me para um dos lados do balcão. Eu virei costas, para o meu lugar foi uma jovem também já de boletim em punho. A senhora olhou para ela, sabia bem que estava mesmo ali à sua frente, mesmo assim abriu a boca e berrou a plenos pulmões "SEGUINTE!!!". O que se passou a seguir não sei. Só sei que, na rua, já do outro lado da estrada voltei a ouvir "SEGUINTE!!!" e, antes de chegar ao carro, "SEGUINTE!!!", outra vez. Presumo que não volto tão depressa àquela tabacaria. Pelo menos, não à sexta-feira, não com o EuroMilhões em atraso, não quando o cansaço me pesa particularmente nos ombros. Vou, por isso, a procura da tabacaria "SEGUINTE!!!". Só por via das dúvidas.

quinta-feira

InSenso Comum


Na vida, há dias em que sentimos que temos de fazer alguma coisa em prol das coisas que nos são mais queridas. Ajudar um amigo, terminar com o seu sofrimento, mesmo que isso mude de forma definitiva a nossa própria vida, é uma das coisas que – por muito que custe – não deve esperar nem mais um minuto, quando achamos que chegou a hora de a fazer. Nesse sentido, chegou a hora de fazer algo acerca do meu outro blog, o InSenso Comum. Para mim, muito mais do que um blog desde o seu início, tenho de o confessar. Um projecto, de início. Um poço de criatividade que nunca julguei ter, depois. Uma frustração, por vezes. Uma grande satisfação, quase sempre. Um sofrimento, nos últimos tempos. Numa palavra (estranha, aplicada a um ser inanimado, virtual, nunca palpável e visível apenas num ecrã de computador)… um amigo. O InSenso sofre por minha causa, acima de tudo. Por sentir que não estou a conseguir dar-lhe a acutilância que já teve, o interesse que já teve, a graça que já teve, enfim… o “je ne sais quoi” que já teve e que hoje não tem. Deve ter uma outra vida, o InSenso Comum, acho eu. Uma vida melhor. Ou então um descanso eterno em paz, como todos os bons amigos merecem, findo o seu ciclo por “cá”. Farei o que o leitor do blog achar que é melhor, tendo em atenção (obviamente) também aquilo que eu próprio acho que ele merece. Dessa equação (como de todas, acho eu – mas percebo pouco de Matemática) sairá um resultado que será o futuro do InSenso Comum. Logo se verá o que acontece. Neste momento, sofro pessoalmente com a dúvida. Mais tarde, talvez sofra com a decisão final. Mas será sempre melhor para o blog que se faça alguma coisa e não se permita que caia numa lenta morte, da qual – repito – sinto ser o maior de todos os culpados. E, por isso, aqui fica (a todos mas principalmente ao meu… amigo) o meu mais sincero pedido de desculpas.

segunda-feira

J & Nina: as infinitas diferenças


Agora que o J regressou a casa, percebo que uma das minhas expectativas em relação à estadia dele durante cerca de um mês na casa dos meus pais não se confirmou (não até agora, pelo menos). O gato não está assim tão diferente. Muito embora lá em casa dos meus pais estivesse, de facto, com um comportamento bastante desigual daquele a que estava habituado; bem comportado, calmo, meigo e até tolerante às festas que a malta lhe fazia. Acho que ele compensou dessa forma os meus pais pelo dia em que se precipitou pela janela do 3º andar, caindo (de pé e inteiro – lá se foram mais uma ou duas vidas) no asfalto lá em baixo para depois andar à bulha com outros gatos e refugiar-se durante um dia inteiro numa velha e exígua caixa de madeira, cheio de medo, o que obrigou a uma complicadíssima “operação de resgate” que demorou (e foi fisicamente dolorosa) ao meu pai. Foi a chamada polvorosa felina. Tudo isto (a queda, a bulha, o esconderijo) fruto do medo que um gato “caseiro” revela por tudo e por nada o que lhe é estranho. O J é (diametralmente) diferente na Nina por causa disso mesmo. Ela é uma gata de rua, habituada a todos os perigos (não sabemos quantas vidas ainda terá), preparada para os ataques dos outros gatos e uma sobrevivente longe de quatro paredes que a enclausurem de alguma forma. Talvez, para ela, uma velha e exígua caixa de madeira seja só um local onde passa uma noite que deseja mais calma do que as outras, na maior das descontracções. Como vive no campo, dificilmente corre o risco de cair de vários andares de altura e como a linha de comboio está logo ali ao lado, não há barulho (esse ou outro qualquer) que a assuste, mesmo que muito ruidoso. Só a vemos uma vez “por festa” e durante semanas questionamo-nos se estará bem e se voltaremos a vê-la para vir pegar a comida que lhe vamos deixar. Um só está bem em casa, o outro (no caso, a outra) só estará bem na rua. São infinitamente diferentes mas uma coisa é certa; têm algo em comum: gostamos deles pelo que são e têm o nosso carinho mais do que garantido.

quarta-feira

The Moon Over Porto Salvo – II

(ou “Voltei a Casa”)


Cheguei há pouco. Ainda era de dia em Portugal mas o relógio já impunha que se dissesse “São 9 da noite”, mesmo que o sol se tivesse acabado de pôr, ainda o avião se preparava para aterrar na Portela (já agora, ver o pôr-do-sol à janela de um AirBus tem a sua piada). O ar fresco que senti logo que pus o pé em terra fez-me pensar que há coisas que estão, claramente, ao contrário neste mundo. Cheguei à Holanda com temperaturas a rondar os 32º (muito acima da média holandesa para esta altura do ano) ao que se seguiram cerca de 10 dias de chuva intensa (o que também não é usual em Junho, até na Holanda); chegado cá, depois de um dia em que a caloraça voltou aos Países Baixos, a temperatura em Lisboa era de 15º e eu pensei “Então, pá?!? Mas aterrei em Lisboa ou voltei para Amesterdão?!? Lá é que devia estar este friozinho!!...“. Sim… conversinha sobre o tempo, só para “encher”… para não dizer que estou algo triste por ter voltado, por já ter algumas saudades daquilo, por não ter feito tudo aquilo a que me tinha proposto (essa decisão não coube a mim) mas acima de tudo por me sentir frustrado por ter estado durante uma semana apenas a 40km da minha terra natal e de lá não ter ido… por falta de tempo. Passavam 25 anos desde a minha última passagem por Rhein e, com DeLutte ali tão perto, não pude dar um pulinho da Holanda até à Alemanha, só para ver se dava com a minha antiga casa, com o parque ao fundo da rua, com o Märchenwald que tanto quero voltar a visitar… Às vezes – apesar de amar o que faço – penso “Que merda de profissão a minha, que me impede de ter uma vida minimamente normal!” mas olha… paciência. Hei-de lá voltar, sim. Muito brevemente, acredito. Nem que vá lá de propósito, só para regressar às memórias de infância e depois voltar de novo para Portugal e seguir a minha vida, como sempre. Voltar tem, no entanto, coisas boas. Matar saudades, acima de tudo. Das pessoas de quem gostamos, dos sítios que são “nossos”, da comida que não se faz em mais lugar nenhum do mundo senão cá (muito embora a minha 1ª refeição tenha sido… Corn Flakes!… o tão lembrado Bacalhau Grelhado com Batata “a murro” não deve tardar muito),… de tudo. Voltei a casa na companhia da mesma lua que me viu passar a noite em claro quando parti para a Holanda. Um Quarto Crescente lindo, num céu limpinho e ainda umas réstias de horizonte alaranjado, a recordar-me do país que foi a minha “casa” durante 19 dias e a dizer-me que amanhã vai haver mais sol português a queimar-me a pele. Que bom! Que mais podia eu desejar neste regresso a Portugal? Estou de volta. Foi giro viver e trabalhar na Holanda. Adorei o país e – tanto pessoalmente como profissionalmente – aprendi muito nestes dias. Mas voltar a casa é sempre voltar a casa. Agora falta o gato… e o resto, para que possa dizer (gosto mais da expressão em inglês, peço desculpa) “Home, Sweet Home!”.

A diferença que faz... dormir.


Quem ainda tiver dúvidas acerca das qualidades terapêuticas dessa grande invenção que é o adormecimento do corpo para regeneração das capacidades do mesmo, que as perca. Apesar das más línguas que insistem em dizer que "Dormir é para os fracos!" ou que "Tenho tempo para dormir quando morrer!", a verdade é que parar tudo e só voltar à actividade mental e física umas boas 10 a 12 horas depois só faz é bem. Agora... que venha mais um dia! Siga!...

terça-feira

A 2500km de Casa


A 2500km de casa, num dia em que algo de muito importante e delicado aconteceu em Portugal sem que nada se pudesse fazer a pelo menos duas horas e meia de avião de distância, em que (já depois da meia noite - neste dia, portanto) o corpo se deitou cheio de problemas físicos e cheio de problemas físicos se levantou pela manhã com muito esforço, há 12 dias fora de casa e do país – e, já agora, sem folgas –, em que o primeiro erro de navegação quase custou o primeiro atraso (o que acabou por não acontecer), em que tudo parece ainda acontecer de modo a que o corpo (ainda com problemas) não se possa deitar mais cedo do que habitualmente, como merece e vem “pedindo”… sob todas estas condições, tudo se potencia e qualquer coisa que se me diga agora é penoso de ouvir, difícil de assimilar e muito complicado de evitar que seja respondido com um vigoroso “Vão todos para a mãezinha que vos pariu!”. A constatação vale o que vale. Nada, provavelmente. Não sou de “explodir” de forma tão dramática. Quando “expludo”, faço-o de forma tanto quanto possível controlada. Hoje nem isso me apetece controlar. No mesmo computador em que escrevo estas linhas, Bublé canta “…I wanna go home…”. Por acaso, não é bem isso que sinto. Gosto disto aqui, gosto do que estou a fazer e sei que estou a fazê-lo bem, embora pressinta que essa não seja uma opinião generalizada. Quero ficar… até ao fim, até ao lavar dos cestos (sem bem que essa expressão nem sequer exista por cá), até ao ponto a que me propus aqui ficar, fazendo aquilo a que me propus fazer. Espero que, ao contrário de hoje, tudo se alinhe nessa direcção. Caso contrário, o que sempre desejei ser uma experiência única e de grande gozo corre o risco de assim ter começado mas de se ter tornado mais em algo penoso do que em algo de verdadeiramente positivo e memorável. Espero. Farei a minha parte para que seja possível. Mas não depende só de mim. No que depende de mim, vou tentar não mandar ninguém para a progenitora que os trouxe ao mundo. É o máximo que eu posso prometer neste momento, a 2500km de casa, há 12 dias fora de casa e do país – e sem folgas –, num dia em que algo de muito importante e delicado aconteceu em Portugal e em que o corpo dorido pede – merecidamente – descanso.


PS: Tenho saudades do meu gato… vá lá imaginar-se…!

domingo

Nervos...


Ao fim de 10 dias aqui na Holanda, decidi escrever aqui um "petit rien" do que me vai na alma. Por quê? Porque é chegado o dia para o qual tenho vindo a trabalhar há já vários meses. É a minha maior ''empreitada" de sempre de trabalho, nisto que faco agora (e que adoro). Hoje há nervos. Por quê? Nao sei bem. Acho que e um misto de excitacao por estar aqui com tremideira pelo bem que quero fazer no meu trabalho. Estou numa sala cheia de profissionais de várias nacionalidades (o que me honra particularmente), a espera de que chegue o momento em que tudo comece. Há nervos. Uns bons outros menos bons, certamente, mas nao maus, acredito. Comeca daqui a pouco aquilo que (para mim) comecou há cerca de seis meses. Espero que corra bem. Os nervos... esses... vou usá-los para estar mais atento evitando que os erros sucedam. Nao sei como se diz "Boa Sorte" em Holandes (se calhar, ja devia ter aprendido) mas espero que ela apareca na mesma.
PS: ... e espero que hoje seja... Dia de Portugal.

sexta-feira

The Moon Over Porto Salvo


Parto daqui a pouco (sim… devia estar a dormir antes de um voo e de uma longa viagem de trabalho mas só agora acabei de preparar tudo e dormir uma hora agora parece-me descabido) para a Holanda, onde me espera o meu maior desafio profissional de sempre. Curiosamente, não me sinto nada nervoso (se calhar só vou sentir isso quando pisar território holandês… não sei…). Só cansado. Muito. Porque o último mês foi tão desgastante quanto antevejo seja este também. O que me leva a pensar que parto claramente em desvantagem em relação ao “adversário” (o meu trabalho) mas com a perfeita noção de que para conseguir vencer o desafio terei de me superar ainda mais e, assim, provar o que ainda eventualmente não tenha provado. Na mala levo muita roupa, alguns gadjets necessários ao ofício e vontade de logo que possível voltar a ver o sorriso de PimPim, a minha sobrinha, cujas últimas palavras que me disse ao telefone demonstram a desconcertante e engraçada inocência dos miúdos “Tio… no avião grande vai devagar… senão… cais!”. He He! A frase aplica-se à simples caminhada do dia-a-dia, obviamente, mas ela está agora na fase de fazer as primeiras frases mais complexas, com uma ideia dali e outra dacolá… e dá nisto. Claramente, ela não sabe que falar em quedas pouco antes de se entrar num avião não é propriamente a melhor maneira de se desejar uma Boa Viagem seja a quem for… mas eu não me importo! Logo que possa, quero é satisfazer o desejo dela que não consegui cumprir há dias, quando lá estive. Dormir lá em casa significa que é ela quem me acorda – com o irmão mais novo meio atordoado do sono mas a segui-la (como sempre faz) aos tombos – para que eu brinque com ela logo desde as 8 da manhã. É duro, mas em bom. E se ela pediu muito…! E quero fazer-lhe a vontade, claro! Até porque o mimo que ganho vale bem a pena. O Guigo está adoentado e passou a constipação à irmã. Pequenos resfriados que não os impedem de ver o tio às horas que ele ainda lhes vai dizer para estarem atentos. É algo que me conforta, mesmo a mais de 2000 km, saber que beijos virão na minha direcção enquanto faço o meu trabalho. Poucos poderão gabar-se disso, certo? Por fim, a última imagem que levarei de Portugal. A lua, cheia e brilhante como é mais bonita, a pairar sobre Porto Salvo, terra onde deveria ter dormido… mas não dormi. Quando sair de casa – daqui a cerca de uma hora – ainda estará por lá, certamente. Ainda bem. A ela confio a tarefa de olhar por quem mais gosto e a ela confidencio que quero regressar “maior” e melhor do que sou hoje. Talvez seja possível.

segunda-feira

As súbitas saudades que tive da Dolly Parton


De facto, há muito que já não sentia tanta falta desse baluarte dos ecrãs de todo o mundo, chamado Dolly Parton. Aconteceu ontem - e de que maneira! - e não posso dizer que hoje não haja por aqui ainda uma réstia dessa espécie de saudade. Porquê? Por uma questão de conceito. Ao contrário do que sucederá, certamente, com 99% da população que já terá ouvido falar da senhora, no meu "mundo", Dolly Parton não significa "farta cabeleira loira com muita laca e peitos grandes (ou... enormes seeeeeios!... como se preferir). Não. Para mim, Dolly Parton significa um conceito. Este.


Pois é. É do trabalho das 9 às 5 que eu hoje sinto saudade e de que eu ontem me lembrei o dia todo. É que hoje estou todo "partido" porque ontem me levantei às 6 da manhã para estar às 7 no trabalho, para às 8:45 estar no meio de uma multidão aos pulos num recinto barulhento. Mas isso até nem era o pior dos males. Às 10 estava em cima de uma mota a andar de "pendura" para a frente e para trás na Av. Lusíada, às 11:30 estava de volta ao mesmo recinto barulhento com uma multidão aos pulos... só que, tanto essa malta toda como eu... estávamos todos bem mais cansados que 3 horas antes. Tudo isso parou por minutos, eu dormi cerca de 10 minutos numa cadeira de escritório e pouco depois vestia-me todo aperaltado para - surpresa das surpresas - me ir enfiar num recinto barulhento com uma multidão aos pulos, não sabendo ainda por quantas horas. no caso, foram 7. SETE horas de (por ordem dos acontecimentos)... música muito alta, "arraial", ansiedade, nervos, gritos de frustração, mais ansiedade, corrida aos bares, corrida de regresso dos bares, mais nervos, mais gritos, uma explosão de alegria, mais "arraial", mais música muito alta, mais uma explosão de alegria, champanhe (de que não apanhei nem um pingo) e gente muito eufórica a comemorar. Tudo isto entre as 15 e as 22 horas em que, pelo meio de tudo que se ia passando, a minha missão era ir trabalhando o melhor que sabia, podia... e conseguia. Diria que foi... duro. Mas há compensações. Umas boas, outras só "parvamente engraçadas". De manhã, dei uma calinada que ascendeu directamente ao meu Top5: «Esperemos que este senhor consiga conseguir...». Gosto sempre de ter algo que torne um trabalho memorável...! E, no caso, a gaffe até tornou o instante "parvamente engraçado" no melhor momento de boa disposição pessoal de toda a matina. Já à noite, quando o "arraial" estava quase no fim (e depois de outras pequenas gaffes menos engraçadas mas também - ainda bem - menos memoráveis), estive com gente de quem gosto. Secretamente festejando o mesmo que eles festejavam, com o privilégio de o fazer com realmente "quem de direito" e, mesmo que ao de leve (e sem querer), ter tocado num troféu que sempre achei ser o mais bonito de Portugal e que ontem também era um bocadinho "meu". Memorável. Cansativo, duro... mas memorável. Sim... tenho saudades do trabalho das 9 às 5 que a figura da Dolly Parton me fez recordar, aqui e ali. Mas, neste momento, não trocava o que tenho agora por nada deste mundo.