domingo

Tchau 2006

Este ano...

... começou com um "nevão" que tornou o areal da Figueira da Foz numa espécie de encosta da Serra da Estrela, o que me fez lembrar que em 2007 passam 25 anos da minha última passagem pela Alemanha e que essa seria uma boa oportunidade para lá voltar.

... começou com muito (MUITO!) trabalho; durante a semana, dois empregos... o despertador a tocar de madrugada, os pequenos-almoços inexistentes, as viagens de comboio ainda hoje (e sempre) odiadas e só toleradas pela inevitável rendição ao cansaço e consequente sono dormido tanto na ida como no regresso, os almoços todos tomados "a correr", a alternância entre um trabalho que gostava muito e um que detestava solenemente nem sempre com bons resultados e, claro, uma fadiga tremenda; ao fim-de-semana, o... terceiro emprego, esse sim de um grande gozo e brio profissional, a fazer viver uma ambição antiga, que mais tarde haveria de dar frutos.

... vivi ilusões e desilusões, porque percebi que muitos dos ditos "profissionais" não passam de autênticos artolas com algum poder e que os verdadeiros profissionais são aqueles que cedo percebem que não sabem tudo e todos os dias tentam aprender algo de novo.

... tive um programa de rádio que durou pouco, que deu mais prejuízo e trabalho do que gozo mas que, ainda assim, deu gozo suficiente para recarregar baterias, para ensinar coisas que sei que alguém vai usar no futuro e perceber que o comunicador em mim, afinal, não tinha morrido.

... aceitei um enorme desafio profissional, não sabendo muito bem com o que contar e, por isso, optando por contar com pouco. Deixei "tudo" para trás (casa, vida pessoal, família - que só posso agora ver de tempos a tempos -, ... o passado...). O desafio não está ainda ganho mas o investimento está a dar "lucro" evidente. Pessoal e profissionalmente cresci imenso e penso que o futuro é agora claramente mais risonho.

... aprendi coisas com os melhores, assisti às intrigas dos piores, recebi elogios de quem não esperava receber, recebi críticas de quem não esperava sequer que me conhecesse (até apareci numa revista nacional, a "levar na cabeça" de uma mentecapta "crítica de televisão" - leia-se, aziada desempregada da televisão) e de quem esperava no mínimo camaradagem e não simples e reles "dor-de-cotovelo".

... fui Enviado Especial no estrangeiro pela primeira vez. Fui "chefe" pela primeira vez. Narrei (não li, narrei) lances de futebol pela primeira vez... e devo tê-lo feito bem, porque agora faço isso numa espécie de "segundo emprego" que já tenho. Ah... e um "terceiro emprego" pode estar a caminho.

... mudei de casa... três vezes! De Coimbra (por falar nisso, estou cheio de saudades do dia-a-dia da "minha" cidade...!) para Massamá (essa terra de grande progresso), depois para Oeiras e ainda para Porto Salvo. Custa tanto andar com a casa às costas!...

... iludi-me e desiludi-me com a minha escrita. Continuo a achar (narcisicamente, talvez) que merece algo mais que ecrãs de computador, mas o feedback tem sido praticamente nulo, mesmo quando a criatividade parece saltar-me pelas órbitas oculares e pelo canal auditivo, como nos filmes de desenhos animados.

... fui padrinho da minha sobrinha, que continua a arrebatar-me com tudo o que faz e (já) diz. O meu sobrinho foi baptizado no mesmo dia e é já um "atleta" com uma energia fantástica. Todos os dias me orgulho deles, mesmo que esteja longe.

... senti-me impotente para poder ajudar uma amiga que, ainda que decidida a safar-se sozinha (e bem capaz de o fazer), merecia ter mais apoio, nomeadamente meu.

... acaba para mim com esperança mas também medo. O mesmo medo que tinha à saída de Coimbra, o mesmo medo que senti à chegada a Lisboa, o mesmo medo do meu primeiro dia de trabalho, o mesmo medo que ainda hoje sinto em alguns serviços de maior responsabilidade, o mesmo medo que me faz tentar tomar todas as decisões da forma mais sensata (e menos emocional) possível. Um medo positivo, que me tem rendido ponderação, segurança e evolução.

... parece ter sido "só" trabalho. E, na verdade, foi quase. Mas não foi só trabalho e ainda bem que assim foi. A quem fez do meu ano um 2006 pessoalmente mais rico... muito e muito obrigado.

Agora acabou. Que venha 2007.

sábado

Filho és... Pai serás...


Por muito que uma data de gente ache isto meio estranho, eu sei exactamente o momento a partir do qual senti que quero ser pai. Do dia exacto (da data)... confesso que não me lembro, mas recordo-me que foi num sábado de manhã. Quanto à situação, essa, tornou-se inolvidável. Um torneio de futebol infantil (da categoria de "Escolinhas"), com miúdos do Sporting, do Porto, do Boavista e de mais uns quantos clubes. Putos todos giros, com gel no cabelo, equipadinhos a rigor e com pinta de craques adultos mas com cara de pirralhos... que eram, de facto. Por mim, não precisei de mais. A partir daí - qual "click" -, soube... e sei que ser pai é uma espécie de chamamento, ao qual, mais tarde ou mais cedo, terei de me render. E fá-lo-ei com gosto e com o maior sentido de responsabilidade possível. Talvez por isso me custe tanto saber de casos de crianças mal tratadas, mal nutridas, ... que mal têm a chance de viver. Vai uma grande distância, do sorriso de um puto que marca um golo num jogo de futebol infantil e o choro de uma criança que sofre, seja por que motivo for. Sim, quero ser pai. E quando acontecer, quero ver sorrisos... muitos. Porque todas as crianças merecem sorrir.

sexta-feira

Cinzento


O céu voltou a estar cinzento... Estava a correr bem, aquela coisa do frio seco, do vapor a sair pela boca quando respiramos, do nariz que pinga mas sem espirro, com o solzinho a brilhar todos os dias... Agora já não há nada disso (e logo por alturas da Passagem de Ano que - como se sabe - não vai tão bem com tempo "molhado"). O céu voltou a estar cinzento... e eu estou cinzento com(o) ele.

quinta-feira

Portugal: País Produtivo


Portugal sentiu-se... orgulhoso quando foi considerado o 11º país mais rico da CEE, quando a "Europa" era... a 12, só com a Grécia a ser pior que nós. Agora, pelos vistos (diz o Sr. Primeiro-Ministro), estamos felizes por sermos os 18ºs de entre os 25 que compõem actualmente a União Europeia, tendo sido recentemente ultrapassados pela Rep. Checa, a Eslovénia... e o Chipre. É bom saber que somos um país que produz riqueza... acima de tudo com alguma felicidade à mistura. Esta manhã, fui cortar o cabelo. Sim... este twist tem a ver com o assunto...! Em todo o tempo que lá estive, a única conversa tida entre os empregados e as empregadas do salão foi a de quantos feriados vai ter 2007. Lembro que 2006... ainda não acabou! No entanto, pelo menos ali (mas desconfio que em muitos mais sítios), já só se pensa em quantos dias não se vai trabalhar, de entre feriados, férias, "pontes" e demais dias fora do "normal", em que o ócio acabe por imperar. Não sendo nem querendo ser um (bom) exemplo para quem quer que seja, lembro que desde Março até hoje, não tirei um único dia de férias, não faltei vez nenhuma sem aviso prévio e só me ausentei por extrema necessidade. Pronto... é certo que estou fatigado ao ponto de ser por vezes difícil manter a concentração necessária no trabalho, mas tenho a certeza de que a minha produtividade é elevada, o que é bom para mim e para a empresa que me contratou. Quantos feriados terá 2007... não sei. Se vou gostar de gozar feriados... vou, de certeza. Mas não penso nisso, muito menos agora. Não vejo a hora de meter férias... isso também é certo. Mas logo se vê quando serão marcadas. Até lá e depois disso a intenção é... produzir. Será assim tão estranho?...

quarta-feira

Senhores da TMN:


Caso estejam a ter uma certa sensação de "déja-vu", tenho a esclarecer que... não estão. Esta é mesmo a segunda carta que vos ecrevo e não a repetição de um momento já vivido em Outubro. Acontece que, se bem repararam, o dinheiro corespondente às facturas do telefone e internet chegadas neste mês de Dezembro já entrou na vossa conta bancária e - assinale-se, porque é o mais importante - ANTES da data limite de pagamento! Verdade! Vejam lá bem isso porque, não sendo inédito, também já não acontecia há muito (mesmo muito) tempo! O que quer dizer que voltei a ser o que vocês chamam de "Bom Cliente", bem comportado, gastador e, acima de tudo, com guito para pagar as contas. Mais. No Natal mandei muitas mensagens (eu sei que vocês gostam disso) e planeio mandar mais umas quantas antes da Passagem de Ano (infelizmente - na vossa perspectiva -, tenho de o dizer, menos que no Natal). Também mandei um ou outro SMS pelo cartão da placa da internet, o que acrescenta uns trocos ao valor fixo já cobrado mensalmente pelo serviço (que até nem é nada de especial) e, claro, sempre há as chamadas de trabalho que eu poderia fazer na empresa e que por vezes faço do meu telefone, "engordando" a minha conta do mês. Faço tudo isto para vos agradar. Quanto a Vossas Excelências, está visto que não dão grande cavaco a este meu esforço, claramente. Nem mesmo quando, na outra carta, me prestei (e cumpri) a fazer-vos publicidade gratuita. Em troca recebi um telefonema em que me propunham (sem grande subtileza, diga-se) a passagem para a cobrança por débito directo, o que supostamente acabaria com os meus atrasos no pagamento. Meus caros... Se eu me atraso é porque na hora de pagar NÃO TENHO o dinheiro para vos pagar na conta! Não é porque não me apeteça pagar logo. É porque não há guito. Logo, passar para o débito directo... é a mesma merda, não acham? Bom... Mas tudo se resolve. Ao débito directo não adiro e vocês não me podem obrigar e quanto aos pagamentos deste mes... aprveitem o facto de ter ido a tempo e horas. Pode ser que não aconteça muitas vezes, tá?... Ah... e desta vez não há publicidade grátis para ninguém. Boas Festas e Feliz Ano Novo!



PS: Senhores da TV Cabo,... esta carta também é para vocês (excepto na parte do débito directo, porque vocês não ligaram a chatear-me por causa disso).

segunda-feira

@home & tired


2 3/4 dias...
...630 km...
...várias horas dormidas a menos...
...dores de cabeça sofridas a mais...
...4 refeições fartas e outras 3 menos fartas...
...e uns belos quilos a mais depois... estou de volta a casa. E há "um certo" cansaço em mim. Não espanta... mas chateia.

domingo

Avó


Escrevo este texto na presença de Rosa, a minha avó, mesmo que ela não esteja a ver que letras aparecem no ecrã deste monitor. Está sentada num cadeirão muito almofadado, com um ar algo.. perdido. Rosa, 84 anos, uma vida cheia de agruras, de trabalho, de privações, de um casamento algo infeliz, talvez. Uma vida inteira a cavar terra para ela e para outros, os tais que até há bem pouco tempo lhe batiam à porta para ir ajudar na apanha da batata, na vindima e mais sei lá no quê. Tudo coisas que fez em miúda e em graúda. Aprendi a ver como normais as conversas sobre as idas para o Ribatejo para trabalhar, com o meu pai, com as minhas tias, com outras pessoas da terra e de outras terras também. A fazer lembrar que eram injustamente duros os tempos chamados do "Antigamente". Histórias de uma sardinha partilhada pelo pais primeiro, pela mãe (ela, Rosa) e pelos filhos depois... Agora não gosta da vida dela. Está velha. Confirma-se... 84 anos são velhice na certa. É certo que é aborrecido já não poder andar como dantes, cavar como dantes, estar em casa própria como dantes. O Lar da 3ª Idade não lhe agrada, não tem borralho para se aquecer com "aquele" cheiro a fumo; lá não tem as "amigas" - de língua muito afiada - da aldeia (isso talvez até nem seja mau de todo... digo eu... mas ela decerto não concorda); lá sente-se velha, mais velha do que é. Contra isso não posso fazer nada. Gostava de a poder "trazer" de novo para casa, pagar a alguém que a acompanhasse... mas não posso. Dou-lhe beijos, abraços, brico com ela, "puxo" por um sorriso que nem sempre é fácil de "sacar". Mais não posso. Estou com ela agora. Está estranhamente calada para uma tarde/noite de Consoada. Fala finalmente para tentar saber as novidades trágicas da terra, para saber quem morreu nos últimos tempos nas redondezas. Enfim... É a única avó que me resta. Na verdade será dela a imagem de todos os meus avós que levarei pelo percurso da minha vida. Rosa, pequena grande mulher, das mãos gastas, cansadas mas ainda bem que não trémulas. Mão macias que gosto de sentir na minha cara, quando também eu passo a minha mão na cara dela.

"In the back of my mind"


Foi já à saída da cidade, depois de passar a Ponte do Açúde, em direcção a Taveiro (onde fica a entrada para a auto-estrada), que me apercebi. Tinha chegado há coisa de cinco horas a Coimbra e já rumava a casa dos meus pais quando o pensamento finalmente cruzou a minha mente. Não tinha ido - nem sequer tinha tido a tentação de ir - ver a minha "antiga" casa. A casa que deixei em Março, partindo para Lisboa. Deixei-a para trás e para trás ficou também no meu pensamento. "In the back of my mind", dizem os ingleses. Foi a primeira vez que isso (não) aconteceu. Não deixa de me preocupar, como - paradoxalmente - me transmite o sentimento oposto, para falar a verdade. A casa é agora um passado meu, tal como os tempos de escola já o eram há muito, por exemplo. Muito embora o futuro... nunca se saiba. Costumo dizer que não tenho vontade nenhuma de voltar aos bancos de uma Faculdade mas não está totalmente fora de hipótese. E a casa...

quarta-feira

Off


Sinto-me assim. Sem razão (pelo menos, aparente ou de que eu próprio me aperceba). Meio "vazio", "oco". Numa palavra: OFF. O Natal está aí, o fim de ano (de um ano que me correu extremamente bem, aliás) não tarda e só o pouco feedback à escrita me tem dado algo que pensar nos pequenos tempos em que não estou a trabalhar. Talvez até seja isso. Não a ausência de feedback, mas sim o cansaço de quase 10 meses de trabalho ininterruptos, sem férias. Ou talvez não. Sinto-me meio amorfo. Mas estou bem. Só um bocado... off.

terça-feira

1911 - 2006


Morreu hoje, aos 95 anos de idade, Joe Barbera, criador de figuras animadas carismáticas e planetariamente reconhecidas. Os Flinstones, Scooby Doo, Yogi Bear, Tom & Jerry são só os nomes maiores de um universo cheio de cor criado por uma mão, um lápis, um pincel e muita fantasia. Lembro-me eu de ter passado tardes sem fim a ver cartoons e cartoons, horas a fio, em frente à televisão. Lembro-me eu de, em puto, ir a uma matiné de cinema nas Caldas da Rainha, para ver um filme do Tarzan (com Weissmuller em grande!) e Tom & Jerry terem pintado um pequeno cão de 1001 cores, num desenho animado que antecedia a longa metragem. Lembro-me que de que nunca gostei dos Jetsons, porque sempre me pareceu uma espécie de "upgrade" falhado dos Flinstones. E, já que falo neles... lembro-me eu sempre da música dos Flinstones (mas muito mais dos efeitos sonoros que apareciam quando Fred dava aos pés para pôr o carro a andar) e de sempre desconfiar que o amiguinho Barney era demasiado sonso para não ter a tentação de, de quando em vez, ir fazer uma "visitinha" à ruiva Wilma, traindo a mulher (a bem melhor Betty) com a esposa do melhor amigo, que passava a vida a jogar bowling... Mas isso foi já uns bons anos mais tarde, quando comecei a abir os olhos para a vida. Fica de luto o mundo der miúdos e graúdos que riram e riem com as cores e traços criados por Joe Barbera, na companhia do seu colega de sempre, William Hanna. Foi-se o "pai", ficam os "filhos". Tom continuará a tentar apanhar Jerry, Scooby Doo continuará cheio de medo e tão comilão quanto o dono, Shaggy. Quanto a Fred Flinstone... esse vai manter-se na ignorância acerca do mais do que evidente adultério de Wilma com Barney.

quinta-feira

(perten)SER... ou não (perten)SER...?

... ou "(in)Festa"

Eu sei que há uma gralha (ainda para mais repetida) no título. Ou seja, não é gralha. É intenção do autor mesmo. E é porque este texto fala das duas coisas: de Ser e de Pertencer. Eu e uma pessoa que admiro imenso temos ambos a mesma profissão. Ambos passámos pelos mesmos problemas, ambos temos um percurso de altos e baixos... proporcionado pelas mesmas pessoas. Vivemos ambos a sensação de não pertencermos inteiramente ao meio em que nos movemos. Sempre assim foi. Ao fim de cinco anos, um de nós tem acesso a algo até agora vedado aos dois. Esse convidou o outro para que ambos tivessemos acesso e, assim, finalmente pertencessemos os dois aonde sempre merecemos pertencer. O outro não aceitou o convite, alegando que nunca conseguirá pertencer a esse meio. Se calhar é verdade. Como se calhar é verdade que NENHUM dos dois alguma vez consiga pertencer. Ser... seremos sempre, ambos, idealistas, iguais a nós próprios; isso seremos de certeza, e se calhar até é mesmo esse o nosso erro comum ("o idealismo só por si raramente pôs comida em cima da mesa", já o dissemos). Pertencer... talvez nem um nem outro esteja destinado a que isso lhe aconteça,... quanto mais os dois. É um sentimento que consome, que corrói, que devasta quem idealiza e se esforça por alcançar esse ideal sonhado. Estou triste porque, ao fim de tantos anos, não faz sentido que só um de nós tenha acesso áquilo pelo qual ambos nos esforçámos por igual. Mas assim será hoje. Só um de nós terá esse acesso. Ou melhor... teremos ambos. Porque aquele que terá, levará o outro consigo.

segunda-feira

Dia de Jantarada


Estar de folga mas levantar cedo. Tomar banho e seguir para o supermerado. Comprar aperitivos, bebidas e os ingredientes para o jantar, tudo em doses bem maiores do que as realmente necessárias e (a cada caixa, lata, garrafa ou saco) pensar "É a mais mas depois gasta-se...". Chegar à caixa, olhar para o talão e pensar "Se calhar é mesmo a mais e pode ser que não se gaste tudo antes de se estragar...". Estar cansado à hora de almoço, por ter acordado cedo demais e por carregar sacos cheios (demasiados cheios) de compras. Não almoçar, prevendo que se vai comer ("penicar/petiscar") a tarde toda, aquando da confecção das entradas, das sobremesas e do jantar propriamente dito. Stressar com a sensação de que está tudo atrasado. Stressar mais um bocadinho com a sensação de que algo poderá não ser do agrado dos convidados. Stressar (ainda) mais um bocado com o rápido aproximar da hora. Beber umas cervejas para "destressar". Ter tudo pronto antes da hora e acabar por ter aguardar por toda a gente, atrasada. Saber de antemão que se vai perguntar uma data de vezes durante a noite se está tudo "OK", esperar que corra mesmo tudo bem e tentar não pensar nas limpezas a fazer depois de todos voltarem às suas casas. É assim um dia de jantarada.

sexta-feira

Insomniac


4:54 da manhã. Perto das cinco (demasiado perto) mas é escuro ainda, como às dez da noite ou às duas da matina. Há-de fazer-se, primeiro, alvorada e, depois, dia. Mais tarde ou mais cedo. E será nesse período (em que normalmente andamos despertos) que andarei eu, certamente, feito zombie, a arrastar os pés e os olhos. Em vez de mover os primeiros com a rapidez habitual e a manter abertos os segundos a custo... Muito a custo. O café bebido depois do jantar e o chá árabe (com teína mais "poderosa", ao que parece) um pouco mais tarde ajudaram a esta "festa" indesejada. Mas foi o vento o culpado maior de ainda não ter pregado olho. No entanto, agora que esse passou, que já não assobia nas janelas e já não faz bater as persianas... canta algures um pássaro estúpido aqui à beira da casa. Mas que raio! Ainda o galo não canta e vem este paspalho chilrear (perece) junto à porta?! Caraças! O gato, já foi um "pincel" calá-lo depois da minha chegada e agora, com o pássaro em cantoria... aí está ele de novo prontinho para miar um bocado mais. E mia. Mia que sabe Deus!... Ora... feitas as contas... Café + Chá + Vento + Pássaro + Gato = Insónia. Que merda! Mas... vá... amanhã é feriado. E o sono ainda há-de surgir antes do raiar do dia. Digo eu...! A ver vamos...

5:05 da manhã. Está lindo, isto, está...!

terça-feira

2 ANOS


Assim de repente... Diria mais.... Assim... num ápice, chegou o dia do aniversário (o 2º) deste cantinho que criei numa noite fria de 5 de Dezembro, em 2004. Era uma noite - não sei se a primeira ou a segunda - em que fazia baby-sitting à minha sobrinha, para que a minha irmã e o meu cunhado pudessem, finalmente, gozar da primeira (ou segunda) noite de "descanso" do intenso trabalho parental desde o nascimento da PimPim em finais de Agosto. Eu disponibilizei-me a tomar conta dela, eles foram jantar, a miúda dormiu a noite toda e o tio - para matar o tempo - fez um blog, para deixar uns rascunhos (que era o título original pretendido pelo autor - "Rascunhos"), diferentes das baboseiras que (já) escrevia no InSenso Comum. Nessa altura, transcrevi parte da letra de "Um caso mais", d'O Trovante, para ilustrar a minha intenção de, enquanto tiver vontade, aqui voltar para deixar o que me aprouver deixar. Um "pequeno nada" (acabei mesmo por gostar do título do blog - "Petit Riens") ou algo mais importante, maior, mais do que simplesmente um "nada" (que a mim há-de sempre dizer mais do que um "tudo"). Aproveitei para hoje mudar o template do "PR". Não sei se é para ficar. Ainda assim, fica a mudança, que mais não seja para assinalar a efeméride. Se me chatear com este aspecto (ou se me chatearem por causa dele), mudo de novo. Para outro diferente ou mesmo para o original, que fica guardado para usar quando me der na veneta voltar às origens. Foram dois anos de "Pequenos Prazares da Vida", de "Gosto", de "Quero", de parvos pedidos de prendas de aniversário e de Natal, de relatos de assaltos e avarias na viatura, de grandes angústias e de pequenos (mas bons) laivos de felicidade, de estórias de gatos, de ver crescer quem mais gosto, de me apartar de quem mais gosto, de me aproximar de quem mais gosto e de sentir uma data de coisas por causa de quem mais gosto. Dois anos de altos e baixos. De baixos que se tornaram altos e de altos que (por serem altos) fazem doer mais quando se cai (lá) em baixo(s). Não sou uma pessoa diferente desse dia 5 de Dezembro de 2004. Ou melhor, estou diferente, mas não sou outra pessoa. É a única coisa que confirmo peremptoriamente (que é uma palavra - acredito - que nunca usei neste blog e já fazia falta). Passaram dois anos. E continuo a pensar que "Um caso mais" é a melhor canção para ilustrar a minha atitude perante este cantinho. Enquanto a minha «excitação der», «eu vou» continuar a vir aqui. Os momentos e os pequenos nadas podem valer uma vida inteira. E eu quero continuar a escrevê-los.

segunda-feira

A Morte Anunciada de um Sorriso

Deste.

Vai morrer. Está decidido e a decisão está crua e friamente a ser passada numa "lagartixa" que vai surgindo, amiúde, nas emissões do canal, uma ou duas vezes por hora. Muito sinceramente, ainda não sei o que levou à extinção já anunciada do SIC Comédia mas certamente terá a ver com o facto de o fim do SIC Mulher também ter sido "pseudo-anunciado" e não ter sido concretizado. 31 de Dezembro era a data prevista para esse fecho e é também a que agora surge na "lagartixa" do SIC Comédia. Tenho pena e vou sentir falta. Muita. Sentir falta de chegar a casa e ter sempre algo com que sorrir, a qualquer hora do dia ou da noite, acima de tudo. Mas compreendo que, não havendo resposta do mercado publicitário e não tendo conseguido criar formatos que o fizessem crescer, o projecto teria uma data de validade; aquela que agora está a expirar. Nunca assisti à última emissão de um canal, nem sei se vai ser desta vez que o vou fazer. Desconfio que sou por demais nostálgico de projectos que tenham um fim. E ficar triste por ver o fim de um canal que me fez sorrir durante estes últimos (curtos) anos... talvez seja um non-sense que se calhar não quero viver. Entretanto, deixo aqui uma dúvida: que será feito de algumas pérolas do canal? Everybody loves Raymond, The Tonight Show with Jay Leno, Seinfeld, Late Night with Conan O'Brien, Smith & Jones, Comedy, Inc. e outros tantos... deixarão simplesmente de ser vistos? espero que não. E espero que Penim - que tanto se orgulhou de criar o canal - agora se lembre que há público para este segmento da comédia, mesmo que noutro canal do grupo. O "sorriso" (belo logotipo) vai morrer... no último dia deste ano.

PS: Ainda assim, há quem esteja a tentar alterar esta situação até à última hora. Há uma petição online para tentar evitar a extinção do SIC Comédia. Para assinar a petição, basta clicar no logotipo do canal acima deste post-scriptum. Eu assinei.

domingo

Sinto que algo não está bem...


...quando, em vez de dizer "Estou a arrumar a casa", dou comigo a dizer "Estou a TENTAR arrumar a casa".

Raindrops keep falling on my head


Muito embora seja um tipo que não gosta de chuva (não gosto mesmo), de vez em quando apanhar com os pingos que caem do céu fazem-me lembrar de algumas coisas que me lembram também que gente que é gente também tem de gostar um bocadinho de chuva e não gostar só de dias solarengos, por muito mais agradáveis que sejam. Faz-me lembrar o quanto sempre gostei de correr à chuva, quando fui futebolista em miúdo e atleta mais tarde. Faz-me lembrar que sentir os pingos baterem-me na cara me "acorda" das coisas boas ou más que me estejam a distrair. Faz-me lembrar das chuvadas com que levei, alegremente, nos tempos de estudante, em dias de Queima das Fitas e em que chegava à Portagem (quando chegava) bem regado, por fora e por dentro, mas muito divertido. Faz-me lembrar que o céu não tem só o sol e que as nuvens negras e a água que carregam servem precisamente para assegurar algum equilíbrio por cima das nossas cabeças. Faz-me lembrar que se estiver muito tempo à chuva sou capaz de me constipar. Faz-me lembrar que escrever sobre a chuva é quase tão bom quanto de vez em quando apanhar com os pingos que caem do céu.

sábado

A Derrocada


Confesso que tenho andado desligado de toda a informação que não a desportiva. Sei vagamente, por exemplo, que há um tipo italiano a passar um mau bocado em Inglaterra por ter sido contaminado por uma substância radioactiva que matou um ex-espião russo; mas em pormenor, em pormenor mesmo, só sei quem esteve no Sporting-Benfica, o que fizeram os jogadores, a que minutos de jogo e com quantos pontos ficaram os clubes. Aliás, por andar tão absorvido por essa realidade "esférica", fui surpreendido hoje - quase 24 depois do sucedido - com a notícia de que a minha cidade passou por momentos dramáticos ontem à tarde. Um velho prédio (que conheço... perdão... conhecia bem) ruiu em plena Baixa de Coimbra, a escassos metros de onde Miguel Torga tinha o seu consultório e de um dos cafés mais movimentados da cidade, o Montanha, onde centenas de turistas passam todos os dias, por exemplo. É tristemente revelador da realidade daquela cidade. Linda de morrer mas, de facto, também a morrer, linda como sempre foi. Ou seja, bonita sim... mas cuidada, nem por isso. Está como estava há várias décadas atrás. Têm-se feito muitas rotundas "futuristas", planeado muitos hospitais, construído centros comerciais de vanguarda (com multiplex's, hipermercados e lojas que são iguais em todo o lado)... mas conservar e zelar pelo que é realmente bonito na cidade... não. Depois há vereadores que falam na tv, com ar de pesar pelo prédio que ruiu na Travessa dos Gatos (graças a Deus que os trabalhadores das obras conseguiram avisar toda a gente para sair a tempo do local!...) e pela pena que é a cidade estar "mais pobre". Eu tenho pena, de facto. Desses vereadores (dos políticos, enfim), por serem tão fraquinhos. E da cidade, que é a minha, e cuja Praça da Portagem nunca mais vou conseguir ver, tão bonita quanto a deixei.


Feriados à sexta...!


Sextas que parecem Sábados. Sábados que parecem Domingos... E amanhã... que dia me vai parecer que é?!? Só sei que ando perdido nos dias... como sempre, de resto... mas mais um bocadinho, por causa dos feriados à Sexta-feira. Caraças!...

quarta-feira

Alguma frustração


Como um pintor ou escultor sem gente na galeria. Como um cantor sem gente na plateia. Como um orador a falar para uma sala vazia, sem gente. Como um autor numa sessão de autógrafos falhada, sem gente na fila com um livro na mão, à espera de vez para conseguir uma assinatura. Assim me sinto eu, logo quando sinto que passo o melhor periodo de criação dos últimos nove ou dez meses, desde que me mudei, desde que me fui embora de Coimbra, desde que cheguei a Lisboa, desde que percebi que será por cá que muito possivelmente vou ficar. Enfim... a vida tem destas coisas. E a frustração também faz parte da vida.

'Cryptophlebia leucotreta' ou 'Encarsia lahorensis'


Têm, de certeza, um destes dois nomes. Quer dizer... de certeza, de certeza... não sei... Até porque não faço puto de ideia dos particulares da Biologia Entomológica (se é que essa ciência existe). Adiante. Cryptophlebia leucotreta ou Encarsia lahorensis, pouco importa para o caso. Ao caso vem o facto de me ter cruzado com umas "simpáticas" larvas numas tangerinas que, aparentemente, eu estava a... partilhar com elas, muito embora ninguém me tivesse avisado desse facto. Tentei não me meter com elas. Tentei que elas não se metessem comigo. Acho que coseguimos chegar a um acordo e julgo que não nos atrapalhámos. Não será preciso muito para perceber que em vez das planeadas três tangerinas, me fiquei por uma, comida com imensos cuidados, claro. Ainda assim, não tenho a certeza de que consegui evitar, de certo modo, contribuir para extinção da espécie, pelo que, se alguma larva estiver a habitar dentro do meu organismo, daqui envio votos de boa estadia e de boa viagem quando quiser deixar os aposentos. Ah... já agora, quanto às instalações de que (possivelmente) está a usufruir, peço que não sejam usadas de forma indevida e que as deixe como as encontrou. Obrigado.

terça-feira

Pequenos prazeres da vida - XV


Chegar a casa do trabalho, por volta das 9 da noite, sair do carro, respirar o ar fresquinho e sentir o discreto aroma a fumo, que facilmente se percebe ser de lareira. São os meados de outono a caminho do início de inverno, com os pequenos pormenores que não deixam esquecer que, para o Natal... já não falta tudo.

Narciso


Dele se diz que se apaixonou por si próprio, que passou horas e horas e dias a fio a olhar-se nas águas de um rio, porque não suportava não se ver a toda a hora e momento. Claramente, Narciso tinha-se em muito boa conta. Eu acho que estou num bom periodo de criatividade de escrita. Farto-me de escrever, até altas horas da madrugada - como agora - e escrevo ainda mais um bocadinho, se for preciso, para aproveitar aquilo que alguns chamam de "veia (criativa)" e eu chamo simplesmemente de... sei lá... "pensamentos avulsos que surgem a uma velocidade fora do normal e que têm - porque têm - de ser escritos" (Bom...! Se calhar... é melhor tirar o "simplesmente" ali da outra linha...!). Sempre que estou numa dessas fases, não resisto e volto atrás para ver o que escrevi, tanto na altura como noutros periodos semelhantes. Quase sempre - como Narciso - gosto do que vejo... ou melhor, do que leio. Claramente, tenho-me, também eu, em muito boa conta. Mas nem sempre, para falar a verdade. Tal como não acho que (todas) as pessoas que lêem o que eu escrevo acham que sou assim tão bom. No fundo, o que eu gosto mesmo é de perceber que consigo canalizar aquilo que penso para um texto, escrito de forma escorreita e sincera (ou da maneira mais parva possível, se for um InSenso). É...! Talvez esteja a ser narcisista. Mas isto passa...

segunda-feira

Provaram do seu próprio remédio, acho eu...


Uma frase ouvida na rua («Precisas é de "Dasex" pró "dariz"») lembrou-me que, algures no tempo, Zé Maria (vencedor da 1ª Edição do Big Brother) fez um anúncio em que espirrava em frente à câmara, recomendando um medicamento anti-gripe ou algo do género. Pessoalmente, embora eu me enoje com muita dificuldade e poucas imagens vindas da televisão me impressionem, nunca gostei muito dos pingos de "nhânha" a escorrerem pelo ecrã após o dito espirro do baranquenho; mas enfim... Com isto tudo, lembrei-me que agora, diariamente, sou confrontado com vários cartazes das várias edições já feitas do Big Brother em Portugal e não consigo deixar de reparar numa coisa: não conheço aquela gente!! Não (re)conheço quem posa/posou para aquela fotografia, em jeito de foto de famíla (que não eram, embora muito se esforçassem para parecer), que durante meses apareceu nos televisores de Portugal... só para entrar no "clube" dos "(Re)Conhecidos por Todos". Curioso... Saiu-lhes o tiro pela culatra. Já não me lembro de (praticamente) ninguém. Zé Maria deu em maluco, Mário ("tás a ver?") está preso, Marta aparece de vez em quando nos concursos da TVI, Liliana (do BB2) era agente imobiliária ou de rent-a-car em Aveiro e Raquel (concorrente do BB3, julgo eu, que conheço pessoalmente) sei que trabalhava num bar no Norte do país. Mais de resto, não sei de ninguém. Será que estão todos bem? Ou será que precisam de "Dasex" pró "dariz"...?!

É daquelas coisas...


Os cientistas não esclarecem muito bem as razões pelas quais choramos. Dizem que tem a ver com o foro psíquico devido às emoções, com o foro neurológico quando nos magoamos fisicamente e os nervos transmitem a dor ao nosso cérebro... Há mesmo alguns estudiosos que dizem que as lágrimas caem quando há excesso de sais no nosso corpo. Não sei. Sei é que de vez em quando choramos, com vontade, por razão nenhuma, psicológica, física ou neurológica. Estou certo de que os cientistas sabem disso também, porque acho que eles também choram sem razão aparente, mas não o esclarecem com exactidão. Chorar, que é na grande maioria das vezes algo de mau, no entanto, faz bem. De vez em quando, faz, mesmo que não haja qualquer razão para vertermos uma lágrima sequer. Não sinto que tenha excesso de sais. Também não estou triste ou contente a ponto de ter emoções aos píncaros. E não me dói nada que não me doesse ontem. Mas de vez em quando faz bem, pelos vistos. Mesmo que não haja explicação para isso.

Será mesmo assim...?


Têm-me dito com alguma frequência que há imensos blog's dedicados a críticar o desempenho dos jornalistas desportivos nas reportagens e nas transmissões televisivas. Dizem-me que há mesmo quem consiga as coordenadas de satélites (praticamente impossíveis de obter) dos jogos televisionados para depois publicar as conversas entre os jornalistas quando não estão no "ar". Como sou curioso, decidi investigar. Para ser sincero, não encontrei propriamente o que procurava, pelo que continua por provar a existência desses blog's do falatório dos jornalistas em "off". Mas há os tais de crítica, os primeiros de que falei há pouco. E esses são... (como dizer...?) demolidores. Sim; é essa mesmo a palavra mais adequada. Se é acesa (às vezes quase corrosiva) a discussão em torno dos casos de arbitragem e das jogadas semanais do nosso futebol, é estranho perceber que a acidez dos comentários ao trabalho de quem narra o "desporto-rei" é ainda bem maior.

sábado

Ai se ELA cai!...


(Quase) Parafrasear os Xutos & Pontapés no título deste post faz todo o sentido, porque é da unha do meu dedo gordo que se fala. Estou com algum receio. No seguimento de um acidente em que, há dias, levei com uma pedra de dimensões consideráveis em cheio no pé direito, sangrei e fiquei com a unha do dedo gordo um bocado mal tratada. Há algum (não muito, valha a verdade) negro de sangue "pisado" na base da unha e o dedo dói nessa zona. Fiz o penso diariamente enquanto foi necessário e nos últimos dias tenho observado o evoluir da situação... mas com alguma distância, confesso. Percebo agora que é por fobia. Medo de que a unha caia se eu lhe mexer com o intuíto de verificar se ela está mesmo bem segura lá ou se oscila, por exemplo. Pode não fazer grande sentido - e acredito que não faça - mas é mais forte do que eu. Aguardo agora que o receio passe... ou que a dor e a negritude desapareçam. Talvez aí, mesmo assumindo que sou um cobardolas, já "encare" a minha unha de novo. Até lá, resta-me esperar que não caia. Se cair,... aí terei mais dores e fobias para tratar.

quinta-feira

quarta-feira

Ressabiados de merda!!!


Há um ódio de estimação de quem é obrigado a levantar cedo para trabalhar por volta das 7 da manhã por todos os outros que, não importando se trabalham até tarde, dormem um pouco mais. Quando a campainha de casa toca, furiosa e ininterruptamente, durante largos segundos às 8 da manhã em ponto... isso torna-se perfeitamente claro.

Bom timming!...


O jornal online Portugal Diário noticia que a Scotland Yard fez finalmente um retrato robot do famoso psicopata assassino britânico conhecido como Jack, O Estripador. Ao que parece, é o tipo que se pode ver na imagem apense ao texto. Parece-me bem. Tem, sem qualquer margem para dúvida, ar de rufia do pior. E, sim, um indivíduo que, por volta de 1880 matou uma data de gente em Londres não podia ser boa rês e um rufia, certamente, daria bem conta do recado. Ora... diz a notícia um pouco mais. Diz que (e passo a citar) «Jack deveria ter entre 25 e 35 anos quando cometeu os crimes, medir entre 1,65 m e 1,70 m de altura, de compleição corpulenta». Muito bem. Está encontrado o perfil e feito o retrato de Jack, O Estripador. Como já disse, parece-me bem. Só que - e corrijam-me se estou errado - não seria mais útil ter conhecido a imagem do tipo... em 1880?!? Sim, fazer o retrato do gajo, saber como ele era... é giro e tal... mas o timming é tão inútil que até chateia. Mas... bom... Também não é preciso desancar tanto na malta que até se esforçou para chegar a este resultado. Para eles, tenho a seguinte mensagem: A "fotografia" vem bem a tempo, minha gente! Muitos parabéns!!! Para os outros todos... Vá... agora que os tipos da Scotland Yard não estão a ver e ouvir, já podem fazer-lhes um manguito e chamarem-lhes parvos... Mas baixinho... para eles não ficarem desanimados. Talvez ainda seja preciso fazer o retrato robot do Judas Escariotes,... para a malta católica poder ter um rosto para odiar assim mais à séria...!

domingo

Pavarotti


Ao contrário do que o nome possa fazer crer, não era (nem de longe, nem de perto) corpulento como o famoso tenor. Muito menos cantava, de resto. E até ladrar, valha a verdade, já vinha sendo algo raro mas - acima de tudo pela própria raridade do acto - delicioso de ouvir. Pavarotti morreu hoje. Não ladrava muito, não era corpulento e não era um cão de "pedigree"... mas fez feliz quem na sua (muito) longa vida de cão o rodeou. Até a mim, que da sua fama ouvi falar muito antes de o conhecer e pouco (mas bem) gozei da sua companhia. Onde está agora em breve nascerão relva e flores, mais bonitas - acredito - do que as que nesse local existiam. Parece-me, no mínimo, justo que assim aconteça. Se ali quis ficar, então que o local lhe faça também a devida homenagem. A minha, pra ele, aqui fica.

quinta-feira

O meu mais recente problema



A Direcção Assistida foi-se (e parece mesmo que já não volta). Ou seja, das dua uma. Ou abro os cordões à bolsa e fico na penúria (outra vez), ou proveito para criar músculo no braço... que é a única coisa boa que este problema parece ter.

terça-feira

(Não) Custa


Custa levantar muito cedinho com a certezinha absoluta de que não tarda se vai pegar no volante para fazer centenas de quilómetros e de que, durante dois dias, parar vai ser… mentira. Não custa fazer os primeiros 250 quilómetros a pensar que, no final dessa viajem, o K@ passa a ser o Tio K@ e vai haver beijos e baba e pirralhos a puxar a malta para mostrar os brinquedos todos e fazer muito barulho que, também ele, não custa nada aturar. Custa imenso conduzir metade do caminho na Nacional 1, por causa do estado lastimável da estrada e da tremenda falta de civismo de grande parte das pessoas que usam esse itinerário. Também custa chegar mais tarde que o previsto… precisamente por causa na EN1. Não custa ter, além dos sobrinhos, a avó à espera, desejosa de um beijo, de um mimo e de dois dedos de conversa com o neto que está longe e com quem já não fala há meses a fio. Custa saber que a velhice traz tristeza e solidão e saudade da casa e da terra que se deixou quando se rumou para o lar de idosos, tanto quanto custa saber que pouco se pode fazer para ajudar a melhorar a situação porque para oferecer só se tem palavras e uma carícia para fazer. Custa dizer adeus… Não custa (dantes custava) estar com toda a família mais próxima à mesma mesa. Custa conseguir conciliar as disponibilidades de várias pessoas à agenda super preenchida de quem só tem 48 horas para ver o máximo de amigos possível e fazer o máximo possível de recados também… e, já agora, custa pensar em ver amigos como uma “tarefa”, no meio de tantos outros afazeres. Não custa beber um bom copo de vinho tinto, a acompanhar arroz de cabidela e uma conversa; quando a isto se juntam castanhas assadas… então… ainda melhor. Custa conduzir 30 km à meia-noite, no final de um dia muito longo e com muitos quilómetros rodados; no final dessa viagem… cair na cama e adormecer não custa nada, curiosamente; acordar cedo no dia seguinte, sim, custa a valer. Seguir para almoço com mais um amigo não custa, andar às compras à cata de um escorredor de talheres nas minhas lojas de bugigangas favoritas também não custa, interromper esse raid de compras de plásticos para ir ver os sobrinhos de novo… também não custa. Mas custa tanto despedir-me deles, quase de certeza até ao Natal…! Custa faltar a um compromisso por ter outro marcado e saber que a pessoa que supostamente me esperaria nesse encontro prioritário, afinal não vai estar lá, invalidando dois compromissos de uma só vez. Não custa (muito embora as estradas sejam muito más) ir até à aldeia da infância pelo caminho tradicional e não pela estrada nova, recordando outros tempos e outros passeios. Custa entrar na casa dos avós, agora deserta, fechada, húmida, suja de pó (e algum bolor) e saber que os ratos consomem objectos que são muito mais do que objectos – que são memórias que não queremos perder. Custa entrar nessa casa de dia e sair já de noite, cerca de uma hora depois, porque não há luz na rua e fazer o caminho até ao carro com caixas e sacos pesados nos braços torna-se uma aventura. Não custa comer uma perninha de frango de churrasco antes de iniciar o caminho de regresso a Lisboa, compondo o estômago para mais duas centenas de quilómetros na Nacional 1 (outra vez a Nacional 1!!!!) e na A8, que também não é o supra-sumo das auto-estradas. Custa despedir-me dos meus pais mas eles fazem por que não custe assim tanto, já que depois se fartam de telefonar, até à exaustão, todos os dias da semana, por tudo e por nada. Não custa chegar a Lisboa, porque me sinto em casa e, logo, aconchegadinho. Custa olhar para o conta-quilómetros e perceber que foram feitos qualquer coisa como 593, entre viagens e “voltinhas”, que se somam aos 130mil que o carro já contava e isso significa que a (cara) mudança do óleo ficou, de repente e deprimentemente, bem mais próxima. Não custa rumar à cama e desligar os “motores” até ao dia seguinte, porque o cansaço ajuda. Bom…mas ajuda… ao fim da noite, porque de manhã… é tudo bem diferente. Aí… custa. Custa acordar, custa levantar, custa entrar no carro, custa entrar ao serviço,… mas não custa pensar no fim-de-semana que até pode ter custado mas, feitas as contas,… não custou tanto como isso. Se calhar, há que fazer mais destes.

segunda-feira

É "oficial". Está frio.


Para quem não terá percebido ainda, hoje é o 1º dia oficial de frio desta meia-estação que nos há-de levar ao inverno. E ontem foi a respectiva 1ª noite de frio também. Sair à rua e sentir que a camisa (só de per si) já não basta para abrigar o corpo da aragem mais fresca que paira, que a garganta já pica um bocadinho quando se respira mais fundo e que os dedos dos pés já se queixam um coche quando a malta pára por mais de 10 minutos...! O frio está aí. Venham as meias grossas para dormir, venha o termo-ventilador da despensa para sala, venha o leite com chocolate quente ao deitar e a sempre chata escolha da camisola na manhã seguinte. Isto já para não falar do pingo do nariz vermelho e do esfregar das mãos antes de pegar no volante... Está frio. É oficial. E pronto.

sexta-feira

Vender a Alma ao Diabo



(vista PRADA ou uma qualquer marca de fatos masculinos)



Gosto sempre que um filme me faça ver mais para além do que a própria estória que se desenrola na tela. Para isso, a estória tem de ser boa e estar bem "contada" no ecrã. Esta estava e isso foi bom perceber. No entanto, foi... menos bom ter a sensação de que aquela personagem, que tantas semelhanças (excepto no aspecto físico, evidentemente) tem comigo, faz no final aquilo que se calhar... eu não faria, se estivesse na mesma posição. Sei que isso significa que sou má pessoa, possivelmente. Mas no que toca a carreira profissional, custa-me pensar que alguma vez não venha a dar tudo o que tenha por aquilo que faça. Até ao fim, sempre a dar o máximo. Pode parecer doentio e às vezes é preciso abrandar (ou mesmo diazer "Basta!"). Mas optar por desistir de algo em que se é bom... não sei se o faria. Chama-se a isso - dizem por aí - vender a alma ao Diabo. Não sei. Mas se assim for, eu e o Rabudo, afinal, mantemos uma relação comercial muito boa.


A fotografia? Anne Hathaway. Também ela com uma... excelente relação com Satanás, diria eu.

Sabe Deus por quê... com aquela cara de anjo...

quinta-feira

Pequenos prazeres da vida - XIV


Comer bagos de romã, fesquinhos, saídos do frigorífico, à colherada, de uma tijela. Espectáculo!!! Único ponto contra é o facto de os bagos não aparecerem simplesmente na tijela... Mas o descasque da romã, por muito de demore e suje as mãos, vale bem a pena.

Colherada a colherada... comer bagos de romã, fesquinhos... Espectáculo!!!

quarta-feira

Não apitem!!


Mudar do horário da tarde para o da manhã tem em mim alguns efeitos nefastos. Para além de andar meio "zombie" nos primeiros dias (porque pareço estar num fuso horário completamente diferente - e daí com um certo "jet leg"), vejo-me obrigado a levar com as filas de trânsito, tanto na ida para o trabalho como na hora do regresso. Ora... para quem está com a cabeça meio toldada pela alteração da rotina, pouca coisa pior há que ouvir as buzinas dos mais impacientes para chegar a casa, ao fim do dia. Ao volante, maçado porque as luzes dos faróis dos carros que circulam em sentido contráro também não ajudam a melhorar a minha disposição, sempre vou pedindo (mesmo sabendo que ninguém me vai ouvir): "Pronto... se as luzes são precisas, está bem. Mas, por favor, não apitem!!". Quase sempre, basta eu pensar nisto para um energúmeno qualquer desatar a buzinar, vá lá saber-se por quê...! Aí, peço de novo: "Não apitem!!". E é nisto que consiste o meu (doloroso) regresso a casa, com a (triste) certeza de que no dia seguinte vai ser outra vez tudo igual.

Tão fácil de entender


É, de facto, tão fácil de entender que os The Gift tivessem (e tenham, legitimamente) a ambição de serem muito mais do "simplesmente" que uma banda "portuguesa". Mas o último êxito de Sónia Tavares e companhia é bem o reflexo de que Portugal precisava que a banda fosse também... "portuguesa". A canção está perfeita e... fácil de entender, o que é um extra muito bom. Pena é que eu ainda não consiga aqui pôr ficheiros de som... A minha iliteracia cibernética é lamentável...!

sábado

Twin Peaks


Há pouco, ouvi a música da série "Twin Peaks" no rádio. Alguém chegou a perceber quem matou a Laura Palmer...?!?...

quinta-feira

Sessenta GigaBytes


São muitos. Pensava eu que eram tantos que se assemelhariam assim tipo ao mar (que se lhe se o início mas depois segue para a linha do horizonte, a perder de vista). 60 GB nunca os tive em computador nenhum que tivesse usado (computadores meus ou do trabalho). Dizem-me agora que não é assim tanto como eu pensava que era, que há já portáteis com mais do dobro ou o triplo (será...?) dessa capacidade. E também eu cheguei a essa conclusão quando, ontem, a janelinha cinzenta apareceu em "pop-up" com um som de interrupção de operação preocupantemente... preocupante. Tinha de limpar coisas do disco rígido do K@tatil para poder continuar a trabalhar com ele. Nunca pensei conseguir encher o (até ali imensurável) espaço em disco do meu computador... mas lá aconteceu. Culpa... da Abelha Maia. Quer dizer... tecnicamente, não. Mas foi também por causa dela (por razões que aqui não posso revelar inteiramente) que aconteceu. Sim... não podia perder a chance de ter os primeiros episódios da Abelha Maia (inclusivamente o primeiríssimo de todos, o do nascimento dela)... e, com estas e com outras... o disco encheu mesmo. No entanto, o problema já está resolvido. A Abelha Maia (a para com as restantes "Abelha's Maia's" que andavam a ocupar espaço a mais) seguiu para uma nova morada e pode ser vista convenientemente sempre que se quiser, sem estar a atrapalhar o funcionamento do K@tatil. Agora há mais de 20 GB disponíveis no disco. E 60... nunca mais me parecerão tantos bytes como pareciam até ontem.

terça-feira

Errata


Talvez... este Vol.2 da Banda Sonora da série "Grey's Anatomy" (de que falei há 3 post's atrás) seja um bocadinho melhor que o Vol.1 (o tal que aparece na foto desse post). Se calhar... então... quero esse para o Natal em vez do outro. Ou então... os dois (até porque é o 1º que tem o tema do genérico)!... Que raio! A pedir-se... ao menos que se peça em grande!... Não!?!...

Está bem... ok...

sexta-feira

Pequenos prazeres da vida - XIII


Falar - ainda que à pressa - com alguém que mais não é para um "puto" de 30 anos do que uma ENORME referência histórica do desporto português (e mundial, diria eu) e essa pessoa - não me conhecendo de lado nenhum - cumprimentar o "puto" com aperto de mão firme e sorriso aberto e simpático genuínos. José Augusto (bi-campeão europeu pelo Benfica e jogador da selecção de '66 no Mundial de Inglaterra)... nunca o vi jogar, senão pelas imagens de arquivo da televisão. O que sempre me pareceu por esses videos é que havia ali muita elegância na forma de jogar, um "charme" de jogar bonito e eficaz, uma solidariedade difícil de encontrar a não ser nas GRANDES equipas. José Augusto... falei há pouco com ele. Foi, de facto, um grande prazer. Acima de tudo pela simples e notável simpatia com que aquele primeiro "Olá! Está bom! Claro que posso falar consigo! O prazer é todo meu!" foi abrilhantado. Eu ao pé do José Augusto não sou ninguém. Posso ser o que sou profissionalmente mas ao pé dele não sou nada, de facto. Tratou-me naqueles breves instantes como merecedor da sua total atenção e maior simpatia. E isso é um verdadeiro privilégio. Grande José Augusto! O prazer... foi TODO MEU!

Pequenos prazeres da vida - XII


Sair do trabalho às 2 da manhã depois de 12 horas consecutivas de serviço e o ar, apesar de frio, cheirar bem. Realmente, há coisas a que só se dá valor em circunstâncias muito especiais.

quarta-feira

Vício Supremo - II




Sempre gostei de séries "calminhas". "Começar de Novo" ("Once & Again), "Tal mãe, tal filha" ("Gilmore Girls") e até a "Casos Arquivados" ("Cold Case" - a mais "calma" das séries policiais da actualidade, parece-me) são o exemplo disso. Séries em que os acontecimentos levam algum tempo a suceder sem "mastigar" e sem a necessidade da precipitação para o clímax, tão usada em outros programas como os "C.S.I", "E.R. - Serviço de Urgências", "Pretender" e tantos outros. Não quero ser mal interpretado... eu gosto muito dessas séries também. Mas poder ver e pensar ao mesmo tempo não só no que vejo, mas sim também no que isso me faz sentir é para mim algo de impagável e que só alguns (muito poucos produtos mediáticos - programas, séries ou filmes) conseguem. Em filmes, "Cinema Paraíso" e "Lost in Translation" são (calmas) obras-primas, se bem que "Vidas Simples" (um filminho com Paul Newman - já bem velhote - e Bruce Willis, com a companhia de Melanie Grifith) não lhes fica atás em termos de tempo para saborear as cenas e perceber que ali há conteúdo muito mais do que apenas visual. Mas... de volta às séries. Sempre gostei delas "calminhas", como já disse. E agora "encontrei" outra. "Anatomia de Grey" ("Grey's Anatomy") é simplesmente viciante. Algo novelesca (muita relação amorosa entre médicos e tal) mas nada foleira, bem pelo contrário. A ajudar... a beleza dos olhos pequeninos da protagonista, Meredith Grey (interpretada por Ellen Pompeo) e os olhares trocados pelas várias personagens, a fazer sentir cada episódio, muito mais do que apenas a ver e ouvi-lo. Uma pequena preciosidade sem a qual não planeio passar tão brevemente quanto isso. Agora tento vê-la na Fox Life todos os dias... para evitar ter de comprar as temporadas inteiras em DVD. Mas se calhar, um dia destes,... lá terá de ser...!

PS: A quem souber onde posso encontrar a Banda Sonora Original da série (a imagem é a da capa do CD em causa)... que me diga. Ou então... não diga... mas tenha em conta que o Natal está mesmo aí.

terça-feira

(Só um pouco de) Raiva


Ter o horário vespertino no trabalho significa que o descanso matinal supostamente está assegurado. Supostamente. Nem sempre está. Toca o telefone e tudo o que estava planeado para ser feito (ou o NADA a fazer, simplesmente) durante a manhã... esvai-se nessa curta chamada telefónica. No caso de hoje, ainda na cama, planeava-se (em alternativa) um revigorante "pastelar" até à hora do almoço ou um retorno ao jogging há muito adiado. Na verdade, e apesar de estar muito motivado para calçar o sapatilhame e ir correr, a hipótese "ronha" ia levando alguma vantagem... mas o telefone tocou... e nem uma nem outra. No fundo, o que aconteceu foi uma espécie de ronha apressada. Levantar dali a pouco, fazer a barba à pressa, tomar banho, vestir e comer "qualquer coisa"... tudo enquanto se tentava deitar o olho à actual série televisiva favorita, que brinda as minhas manhãs de ronha em dias de horário vespertino. E que episódio fantástico era...! Ou seja, não fiz nada do que tinha a fazer com a calma (e correspondente qualidade) devida, tal como não consegui ver a série com a calma com que merecia ser vista. Ainda para mais, a chuva, o frio e o piso escorregadio brindaram a minha precipitada saída de casa para o trabalho... Mas o pior de tudo foi chegar ao emprego e o serviço (o tal que justificava o telefonema madrugador) ter sido suspenso. Foi bom... foi bom... Estou só com um pouco de raiva.

domingo

Para onde foi o meu Verão...?


Chove a cântaros em Lisboa. Sair para o trabalho logo de manhã debaixo de um "dilúvio" é mau. Sair do trabalho para o almoço nas mesmas condições é péssimo. Retornar ao trabalho com lençóis de água em tudo o que é estrada... é uma estucha que sabe Deus!... Já há umas noites também foi assim. Saí do trabalho perto da meia-noite. Chovia que tolhia. Trabalhei todo o dia e toda a noite, até àquela "bela" hora. E isso fez-me lembrar que há mais de sete meses que não folgo mais de 3 dias consecutivos (quanto mais tirar as férias que já me são devidas). Mas também... com este tempo... de que tipo de folgas (ou férias) posso desfrutar?!... Fez-me lembrar também que este ano só fiz três dias (não completos sequer) de praia. Fez-me, no fundo, perguntar... para onde foi o meu verão?!?...

quinta-feira

Eu, o Jamie e a Liliana


Há já bastante tempo que desejo ver alguns escritos meus a "sujar" folhas de papel, daquelas devidamente agrupadas, coladas, encapadas e colocadas numa qualquer prateleira de um super ou hipermercado, estrategicamente de frente para as revistas de mexericos, se possível com um código de barras num dos cantos, uma etiqueta com algarismos e o símbolo "€" inclusos. É um desejo legítimo como outro qualquer, acho eu. Como querer comer gelado num dia de frio a valer ou apetecer vestir roupas demasiadamente apertadas só porque sim, mesmo que fique foleiro e seja desconfortável. É algo em que penso desde jovem e que, com esta coisa os blog's, se tornou numa ideia mais cativante e até mais "próxima", de alguma forma. Talvez aquilo que eu escrevo não seja propiamente material de qualidade tal que as editoras se deitem à porrada entre elas para conseguir o exclusivo da coisa (gostava eu que alguma se dignasse simplesmente a olhar para os textos, quanto mais...) mas entrar actualmente numa livraria dá-me sempre muito que pensar. Não que goste de ler... por que não gosto. Mas ir à livraria significa para mim ver o que há, o que se faz, o que é dado às pessoas a ler ou a descobrir. Por exemplo, nesse mundo (livreiro) acho que há livros tão simples que roçam a genialidade e só me apetece pegar neles ao molho e fugir porta fora com eles sem os pagar (até porque são caros que tolhe!...), como são os do "puto-cozinheiro-supestar" inglês Jamie Olviver, cujo livro de receitas "Jamie's Dinners" mais cedo ou mais tarde há-de fazer parte do meu pecúlio. Não é uma "jóia" da leitura mas, como produto, aquela edição (e outras do mesmo autor ou do mesmo género) faz sentido. Ou seja, com o Jamie Oliver estou eu muito bem, no fundo. Com ele e com mais 89% de quem publica livros neste mundo. Só me chateia mesmo a existência dos outros 10% dos livros, editados só porque o "autor" (ou o nome que as editoras colocam como sendo do autor) é alguém famoso (mas tão oco que qualquer pessoa com meio pao de testa percebe que não escreveu sequer uma linha). Dois exemplos: Fátimas Lopes (SIC) é actualmente a mais vendida (sim... pode ser lida de várias formas, esta frase) e Liliana Santos (RTP) também tem um livro, apesar de raramente conseguir articular frases completas e/ou com lógica (o forte dela - vide foto - é mesmo estar em silêncio, diria). Se há inveja da minha parte...? Talvez. Mas mais do que isso, há a sensação de que as linhas que escrevo talvez pudessem ser avaliadas (e serem apreciadas ou odiadas) por mais gente. Logo se vê. Até lá... vou repensar as minhas idas à livaria.

terça-feira

Senhores da TMN:


Bem sei que estou a dever-vos dinheiro das facturas que chegaram em Setembro. O atraso no pagamento das contas do telefone e da net não é coisa bonita e, de facto, nem sequer é coisa que eu goste que aconteça. Mas, com a mudança de casa e respectiva alteração de moradas, a coisa não foi fácil. As facturas chegaram... há coisa de uma semana e, entretanto, a malta está curta de guitos. Aliás, os senhores até nem deviam queixar-se muito já que, há poucos dias, por extrema necessidade (o K@moto - o antigo telemóvel - pifou assim tipo... "à grande") dispensei 100€ dos meus para comprar um telemóvel novo dos vossos. Lá está... o dinheiro que gastei numa coisa... não o tenho agora para gastar noutra. Mais... A viatura também está a precisar de ir à oficina porque o motor vai abaixo em tudo o que é rotunda e/ou cruzamento. Acredito que são sensíveis ao facto de um cliente vosso (com telemóvel TMN novinho e tudo) possa ser-vos mais útil a pagar as contas com algum atraso do que passado a ferro por um carro por causa do dele ter ficado parado a meio de um cruzamento muito movimentado, não pagando mais conta nenhuma. Não sei... digo eu que acho que é melhor uma coisa do que a outra... Mas eu sou meio suspeito para falar... concordo. Seja como for, aqui fica o meu apelo e um pequeno mimo, em jeito de compensação pelo atraso no pagamento: publicidade GRÁTIS!!!
Espero que o gesto vos ajude a terem um pouco mais de paciência com este vosso cliente.

Obrigado!

sábado

Velhice Cibernética



A internet tem destas coisas. De um momento para o outro... é-se velho mesmo sem se saber bem como... nem por quê. Acabo de fazer um registo online para colocação de clips de música em blogs (nomeadamente aqui muito em breve). O formlário pede-me os dados e, entre eles, o ano de nascimento. Ora... se 1976 não está entre os 1ºs que a barra de opções (graaaaande) "oferece" e tenho de recorrer à barra de scroll para chegar ao dito para o escolher... só posso estar velho!...


Lamentável.

sexta-feira

Sexta-Feira,...



Mais uma. E, até agora, não me sinto particularmente azarado. Não caí em casa, não parti a tijela do pequeno-almoço e o gato ainda não arranhou. Está tudo a corer bem, portanto. Talvez aproveite e vá registar o EuroMilhões. De facto, ainda não senti qualquer tipo de azar hoje. Mas - valha a verdade - o dia ainda não acabou...


PS: Já depois de escrever as linhas anteriores, encontrei uma moeda de 1€ no cesto da lavandaria caseira. Bom... vou mesmo registar o EuroMilhões...!

terça-feira

So 80's!...



Confesso que por vezes me custa admitir, embora não me custe nada gostar. De quê? Dos anos 80, da música e da verdadeira foleirada que aquela década foi. Mas uma foleirada divertida... e muitas vezes genial. Esta manhã, em coisa de 10 minutos, consegui ver e ouvir o impensável. Parei no VH1 para ouvir uma das minha canções favoritas, "Come On Eileen", dos Dexys Midnight Runners. Tudo muito bem... só que o aspectozinho deles...


...absolutamente lamentável. As jardineiras... sujas... encardidas. Os lencinhos vermelhos ao pescoço... sabe Deus. As barbas por fazer e os cabelos despenteados e a clamar por um corte à séria... Tudo muito mau... excepto a música. Essa será eterna. Mas muito melhor se ouvida sem o recurso ao teledisco, creio eu.

Logo a seguir... New Order, "Blue Monday", uma música mil vezes usada pela RTP, há muitos anos, para apresentar os golos da jornada na 1ª Divisão, a trazer recordações de imagens mal tiradas e de slowmotions também eles lamentáveis... Enfim...

Por fim, uma daquelas artistas que apareceu e desapareceu no 80's, como tantos outros cantores. Uma Maria Vidal... Never heard of her, confesso. Mas o video... BreakDance em teledisco de menina branca certinha, "bem" vestida e "bem" penteada... BreakDance até à exaustão... Sintetizadores aos rubro... Foleirada a rodos... Depois acabou. Acabou o programa dos "remembers" e voltou a emissão normal. Van Morrison, Semisonic e Corinne Bailey Rae ajudam a fugir da foleirada genial dos anos 80 e a regressar à terra firma da realidade, necessária para dali a um pouco, voltar ao trabalho. Ufa!...

segunda-feira

Vício Supremo

Graças a Deus (e a Amy Sherman-Palladino, a criadora)... há séries assim. Só lhe conheço a 1ª temporada (que agora ando a rever em DVD) mas já sei que tem pelo menos 5. E já faço contas de cabeça para ir à caça da 2ª, 3ª, 4ª e... 5ª temporadas (e agora vejo que há... também uma 6ª!!!). Sobre a série acho que já aqui falei (não tenho a certeza), mas resume-se a uma palavra: EXCELENTE. Babo-me por Lauren Graham em cada plano que ela aparece, fico mais inteligente a cada diálogo que oiço, divirto-me com cada piada dita (nem que seja a mais de "120km/h", tal é a rapidez dos diálogos). Os DVD's da 1ª temporada estão a chegar ao fim. Já olho para dentro da carteira e para as prateleiras da FNAC e do MediaMarkt... Talvez a Season 2 já não demore a chegar ao aparelho lá de casa...

sexta-feira

Chama-me Tomé


Bem sei que as "últimas" relatam algo parecido com "Se calhar... há futuro assegurado para ti no sítio em que sempre quiseste estar!". Mas eu - desconfiado, de pé atrás, "queimado"... - prefiro esperar para ver. Quando acontecer... aconteceu. E se não for nesse (neste) sítio... será noutro, onde - acredito - continuarei a fazer o melhor que saiba e possa. Sim... estou meio como São Tomé. Esperar para ver e ver para crer... também é uma virtude. Pelo menos... espero que seja.

quarta-feira

De Mãos Dadas


Todas estas coisas andam, na minha opinião, de mãos dadas.
  • Trabalho
  • Mais trabalho
  • Pouco tempo
  • Cansaço
  • Neura
  • Mais trabalho
  • Sono mal dormido
  • Dores de cabeça
  • "Refeições" pouco dignas desse nome
  • Mais trabalho
  • Algum sentimento de injustiça
  • Mais cansaço
  • Necessidade de férias quanto antes

Enfim... não tenho "mãos" a medir, ultimamente.

terça-feira

Que bom...


... dizer "Prazer em conhecer!" e não soar a falso, simplesmente, porque é dito com sincerdidade.

domingo

Há loucura em Queijas!


Acho de todo em todo positivo que de vez em quando surja algo que genuinamente me surpreenda. Não que eu próprio seja fã de surpresas mas, uma vez por outra, sabe bem ser levado a pensar que quando se toma uma decisão de, por exemplo, onde jantar, não há a menor ideia de que se acaba a noite a comer farturas e a andar de carros de choque, porque na terra do restaurante chinês está a acontecer um arraial. De facto, pode acontecer... e aconteceu. Na insuspeitíssima vila de Queijas - onde há um "chinês" porreiro, com boas gambas - havia festa de São Miguel. Bancas com muitas meias, boxers, cintos, bijutarias, brinquedos, toalhas de mesa, turcos, baterias de telemóvel e óculos de sol para vender... Barracas de fartruras, churros e pipocas... E carrocéis! Carros de choque e tudo, inclusivamente com direito à indispensável música em altos berros... bem no meio das casas (coitados dos moradores!...). Foi bom saber que há loucura em Queijas, uma terra onde a maior emoção, normalmente, consiste em saber se há muitos carros parados na bomba da Galp, junto à rotunda e - amiúde - quando a selecção de futebol passa no autocarro do Estádio Nacional para o Hotel Amazónia, ali ao lado. Mais de resto... nada. E só lá vou mesmo para os "clépes" e para as gambas com cogumelos chineses, tal como desta vez... que só lá fui para isso mesmo. Mas desta vez isso ficou para segundo plano. Porque havia... loucura em Queijas. Havia festa, carros de choque (voltei a andar, talvez uns 4 anos depois...), farturas, tremoços e pevides, que depois vieram para casa, a fim de "morrerem" à mercê de uma implacável garrafa de cerveja.
* * * * *
PS: Por falar em Queijas e em surpresas... Quem diria que seria possível em menos de 50 metros (e na mesma rua) haver uma verdadeira impossibilidade estatística. Vide imagens "apenses". Relembro que são estabelecimentos reais, ambos situados numa mesma rua... de Queijas, claro está!...

* * * * *

PS(2): Tenho uma afta muito incomodativa mesmo no canto direito do lábio. Sendo que a descobri para lá das 8 da manhã... será que pode ser considerada uma... "Afta Eight"...?!...

quarta-feira

Admissão de Parvoíce


Ando parvo. Não é de agora, eu sei. Mas de quando em vez a coisa bate mais forte. Agora dei em dizer (já aconteceu uma data de vezes) «... ainda o matam vivo!». Pronto... crueldade da própria expressão à parte (porque a malta até diz isso em contexto de galhofa, acerca de qualquer coisa sem importância)... é simplesmente parvo misturar expressões de tal forma que depois dá uma espécie de stupid-shake. Se continuo com isto ainda me matam vivo! É o que é...

segunda-feira

Neura

De vez em quando surge. Enfim... Temos pena.

Dinamarca


Chegar a um território estranho com a notícia da morte de um colega de profissão não é, de todo, a melhor forma de iniciar uma jornada de trabalho intenso e com muitas coisas novas para descobrir, aprender e fazer (tudo isto simultaneamente e sem grande tempo para pensar). Aconteceu, mal o avião aterrou em Malmö, na Suécia (mesmo antes de um autocarro nos levar até Copenhaga, uma ponte e alguns – poucos – quilómetros mais “à frente”). A notícia chegou via telemóvel, via roaming, via voz rouca e trémula – acredito – de um coordenador de informação desportiva para um seu colaborador, enviado ao mesmo trabalho que eu, e escureceu uma manhã clara, solarenga e surpreendentemente quente para a Escandinávia. Ouviu-se, calou-se, chorou-se e seguiu-se com o programa do dia, que havia muito para fazer. De Alcochete para Lisboa… perdão… da Suécia para a Dinamarca vai uma ponte de distância. 14km, diz a guia. Parece menos… mas tudo bem. Sabe é lindamente ver o verde da outra margem. Aquele verde de novo…! O mesmo que eu via nos campos germânicos na mais tenra das tenras idades e que sempre me chamou para regressar ao norte da Europa logo que possível. Foi-o agora… 25 anos depois, mas o fascínio - apesar de ir em trabalho - é exactamente o mesmo dos tempos de miúdo. Copenhaga. Bicicletas. Muitas bicicletas. Todas com prioridade sobre tudo e todos nas ruas da cidade, dividida entre o velho e o novo, entre o conservador e o ousado, entre o sóbrio cinza-escuro e o colorido das cores mais berrantes. Belíssima a cidade que cheira às salsichas cozidas e grelhadas nas roulottes espalhadas pelas ruas, em que não se ouvem buzinas de carros (não há engarrafamentos nem acidentes de viação) nem gente a falar alto ou a insultar seja quem for. Andar pelas calçadas é um prazer… já esperar todo aquele tempo no semáforo dos peões até que fique verde é uma chatice imensa. É que, para nós, “portugas” habituados a desrespeitar o sinal sempre que não passam veículos que nos levem à frente, é simplesmente incompreensível esperar tão pacientemente que o verde “caia”, mesmo que nem um carro tenha passado por ali… mas é esse o preço do zelo nórdico, ao qual também é necessário fazer a devida vénia e dar nota 20 pela lição de civismo. As pessoas primam por uma simpatia não muito expansiva e por um desconcertante descomplexo em tudo o que fazem na rua. Fala-se ao telemóvel, escrevem-se SMS’s e bebe-se cerveja enquanto se guia uma bicicleta, sob o sol da praça principal, sobem-se as saias e descem-se as alças das blusas para aproveitar o bronzeado extra que nunca virá mas que se tenta apanhar… assim… na boa. O inglês parece quase língua-mãe (embora acredite que Hans Christian Andersen não achasse grande piada a isso) e o calor que senti durante a minha estada sei que não vai continuar por muito e que o longo Inverno começa daqui a dias. Que pena não estar lá para ver o meu nariz ficar vermelho e o vapor da respiração me sair pela boca… mas um dia lá voltarei, para visitar a cidade e vê-la com os olhos de ver com que agora não pude e da única forma que aceito fazê-lo: de bicicleta, claro. Sim, o trabalho correu (relativamente) bem. Aprendi muito e valorizo a experiência como capital adquirido para um futuro pessoal e profissional melhor. Quanto ao colega que finou, lembro-me dele sempre que me lembro da Dinamarca. Que mais não seja, a morte dele possibilitou-me perceber que sou afortunado por ter estado ali, por ter visto, ouvido e sentido tudo como senti. Obrigado, João. Este texto é para ti.

"Ringe Nul" vil komik igen hurtigt *


* O "Petit Riens" volta muito em breve

quarta-feira

Full House


Diz-se "Full House" quando há muito de alguma coisa. Muita gente em casa ("Full House" = "Cada Cheia"), muita coisa para fazer, muita mercadoria num porão pequeno, muita coisa em que pensar... enfim... muito de alguma coisa. Hoje é/foi, para mim, um dia de "Full House". Consegui em apenas uma manhã fazer os contratos de água, luz e gás para a casa nova (cada coisa feita num lugar diferente... "ambos os três" - demasiadamente - bem espalhados pela cidade de Lisboa). Transpirou-se... mas o esforço valeu bem a sensação do dever cumprido na obtenção dos primeiros três contratos de bens de 1ª necessidade que fiz na vida. À tarde, trabalho... e uma proposta de... mais trabalho (pago autonomamente e para uma grande organização), vinda "do nada". Pensei... «Boa! As horas extraordinárias feitas estes seis meses começam a dar frutos!...». Não mais de uma hora depois disso, fiquei a saber que, afinal, não vou poder fazer as primeiras das tais horas extra que me tinham sido propostas... porque vou viajar para longe em trabalho, na minha estreia como enviado especial. Pelo meio, a atribuição da responsabilidade de promover um grande evento, dando a cara e entrevistando uma grande figura do desporto nacional. Isto, um dia antes de eu próprio participar no tal evento, noutra estreia, como "repórter motard". Uma emoção!... Hoje é/foi, para mim, um dia de "Full House". Um dia muito cheio... de muita coisa... de muitas coisas. Sendo que eu sei que trabalhei para todas elas.

terça-feira

10 Graus às 10 da manhã


O fato e os óculos quadrados davam o mote. A pasta dos documentos, colocada no chão, encostada a uma das pernas da mesa, compunha a imagem. O cabelo grisalho e o bigode farto a condizer conferiam-lhe um ar de avozinho. Mas algo não estava bem. Passavam poucos minutos das 10 da manhã e isso claramente perturbava o senhor, que ia mirando o relógio vezes sem conta. O que esperava, não sei. Nem sei mesmo se esperava o que quer que fosse. O que sei é que olhava muito para o relógio e que havia nervos ali, porque os pés, tal como o pulso esquerdo, não paravam quietos. Mais uma olhadela para o relógio. Mais um suspiro nervoso. O ar de avô mantinha-se, muito embora aquela agitação tirasse toda a possível simpatia dessa imagem. Na pastelaria iam entrando e saindo pessoas, sós e acompanhadas. Quase todas pediam café ou um pastel para o pequeno-almoço. O “avô” não pedia nada. Olhava para o relógio, simplesmente. Para esses que pediam café não olhava; só mirava a janela como quem olha para o vazio… e, claro, o relógio. De repente, e após mais um relance para os ponteiros que se moviam no aparelho do pulso, levantou o dedo. O empregado veio rapidamente, fez um aceno de concordância com a cabeça, foi até ao balcão e voltou. Deixou os 20cl de 5,4º em cima da mesa e foi-se. A imperial não durou 1 minuto. Bebida praticamente de “penalty”, a cerveja desapareceu num ápice. O dedo levantou-se de novo. Repetiu-se a prontidão do empregado e a rapidez na satisfação do pedido. Nova imperial, bebida num instante. O pé parou. Os olhos ficaram de vermelho raiados e para o relógio não mais olharam. O homem fumou dois cigarros, pegou na pasta dos documentos, levantou-se, ajeitou o fato e certificou-se da correcta posição dos óculos quadrados no rosto. Deixou o dinheiro na mesa e saiu. Não o vi mais. Não sei para onde foi. Mas acredito que é assim que começa todos os seus dias. Como qualquer outro doente alcoólico.

domingo

The First & Last

A primeira foi também a última refeição cozinhada nas já afamadas (mas sem condições) águas furtadas de Oeiras. Esparguete e carninha. Feito no velho (diria de outra forma, para lhe fazer justiça... ancião) Junex, aceso também ele no primeiro e no último dia de passagem pelo "loft" das formigas oeirenses. Para satisfação da curiosidade do leitor, direi que o resultado final foi saborosamente positivo. Digamos que é um "marco" do meu estranho episódio habitacional, esta "first & last meal in the attic".

Happy Cat


Acho que foi sempre assim. O meu gato sempre foi divertido, curioso, explorador, ... bruto mas com muita graça. Penso nisso agora. Porque, em dia de tratar de (mais) uma mudança, reparo que o J já se adaptou ao sítio onde viveu a última semana e pouco. Ou seja, já brinca e já apresenta aquele ar descontraído e maroto que sempre teve. Ou melhor... nem sempre. Em três anos, vi-lhe apenas uma vez uma expressão de tristeza e desorientação. Foi quando estive enfermo por causa da apendicite. Aí, partilhou comigo a dor, abdicou das maldades habituais, parou com os pulos e com as arranhadelas e simplesmente se deitava ao meu lado na cama de onde eu raramente saía. O "barómetro" para me aperceber se ele está satisfeito - acredite-se ou não - está nas autênticas lutas de "wrestling" que se desenrolam por "dá cá aquela palha" todos os dias e onde, cada um com as suas armas (dentes e unhas, dele; peso, tamanho e força, minhas) tenta ser melhor que o outro. Agora, e apesar de eu não gostar da "casa" onde vivo por não ter as mínimas condições, ele dá mostras de que não se importa nada. Bom... só não gosta nada é das viagens entre casas (que têm sido muitas, ultimamente). Mas uma vez instalado, o menino arranja qualquer coisa para brincar [vide imagem inclusa, de quando o J tinha três meses de idade] e à hora a que escrevo este post, até está deitado com o ar mais bonacheirão e pacífico que se possa imaginar. Não me apetece dizer-lhe que não tarda vai ter de fazer nova viagem, daquelas que ele não gosta. Mas a próxima casa é MUITO melhor... para ambos. E quero acreditar numa coisa. Se ele é feliz até numa casa com formigas e a cair aos bocados, tanto quanto foi no "3-torto-B" e em Massamá... é poque nela encontra um único denominador comum. Eu. O companheiro inseparável para o "wrestling" diário e das noites dormidas confortavelmente debaixo do edredão, que ele "pede" para levantar todas as noites mal me vê chegar à cama. Assim será - espero - também no nosso próximo abrigo.

quarta-feira

A porta fechou-se


Ao estrondo barulhento e seco resultante do forte puxão que sempre tive de dar para que a minha acção fosse bem sucedida seguiu-se uma escuridão pouco habitual no hall do andar, junto ao elevador. Curiosamente, tanto a porta de incêndio se fechou como a luz da escadaria se apagou no momento exacto em que a porta bateu, pela última vez puxada por mim. A porta fechou-se. Tinha de se fechar. Um dia, mais tarde ou mais cedo, teria de acontecer. E aconteceu. Sem pompa, sem “circunstância”, sem glamour, sem tempo para longas despedidas nem lágrimas nostálgicas. Sem nada. Fechou-se e pronto. Ficou escuro, rodei a chave, também pela última vez, entrei no elevador e desci. No momento nem me apercebi que, ao fechar a porta do meu “3-torto-B”, estava a fechar muito mais do que isso. Mas, na verdade, agora que já passaram umas horas, vejo que fechei a porta do passado que até aqui me trouxe, como pessoa e homem. Para lá da porta (ou perdidos no escuro do hall) ficaram os meus anos de estudante, o dia da minha licenciatura (muito embora o papel em que rascunhei “Já sou Doutor!” tenha vindo comigo), a minha última Queima da Fitas e os meus primeiros passos na carreira profissional. A porta fechou-se e com ela todos os momentos e emoções que para lá dela vivi. São agora recordações sem suporte (fisicamente) visual. Memórias que (tal como o papel do rascunho pós-licenciatura) levarei comigo, vá para onde for. O “3-torto-B” é agora “História” minha. Algo como uma peça de museu, guardado numa sala privilegiada da minha mente, com boas áreas e janelas que lhe dão uma luz muito especial. Antes de sair e puxar a porta, voltei a entrar, dois passos só, e imaginei o gato a correr pela casa. Foi a única imagem que me permiti recordar da casa que me viu fazer-me homem, no fundo. Será essa – perdoe-me quem por lá passou – a imagem da MINHA casa, que hoje deixei. Esta lágrima que agora quer cair não a vou deixar marcar a cara. A Coimbra voltarei se a frustração tomar conta de mim ou se, pelo contrário, surgir uma promoção irrecusável. Noutro qualquer cenário, penso que a página dedicada à cidade do Mondego (e, claro, dos estudantes) será só mais uma (talvez a mais importante) num “livro” – espero que bonito – de viagens e percursos que terei calcorreado ao longo da vida. A porta fechou-se e a casa ficou vazia… de mim. Poucas ou nenhumas são as marcas da minha passagem por lá. Uns cortinados, um sofá praticamente destruido pelo gato, uns suportes de molduras de onde saíram as fotos da cidade como eu a gosto de ver e da sobrinha sentada no chão a apontar para o tio que captava o momento, no dia do 1º aniversário… Pouco mais. Do dia, da hora, do instante do estrondo da porta fica o… nada. Saí, fechei a porta com força, rodei a chave, entrei no elevador e desci. Adeus, casa minha!... Espero que fiques em boas mãos e faças tão feliz quem te venha a encher de outras vidas e momentos. De mim ficas vazia… e assim continuarás.

Tudo o que sou e fui

Tudo o que sou e fui está neste momento amontoado numa garagem, algures na cidade de Coimbra. Não no centro, não na periferia, mas sim mais ou menos nos limites da cidade (no lado “mau”, digamos… de maus nome e fama, para ser mais exacto). Está lá. Tudo o que sou e fui. No fundo, tudo o que sou e fui não passa de uma mescla de móveis que fui adquirindo ao longo do tempo, consoante as necessidades, papeladas “coleccionadas” aqui e ali (ou, leia-se, em trabalho e não só), souvenirs vários que marca(ra)m a minha presença em sítio “x” em hora “y”, documentos próprios ou de companhias de electricidade, gás, águas, telefone, net e televisão por cabo que “gentilmente” me foram enviando contas para pagar, K7’s, cd’s e discos ouvidos vezes sem conta e outros que nem tanto, roupas velhas, novas e assim-assim, cartas recebidas, cartas nunca enviadas, cartas felizes e cartas menos bem dispostas, que fala(va)m de banalidades, de amizade, de futriquices ou até do chamado amor, por vezes feliz, por vezes simplesmente impossível. Tudo o que sou e fui está, então, enfiado numa garagem. No entanto, tudo o que sou e fui pode, muito em breve, mudar de lugar. Estará nas mesmas caixas e sacos – é certo – só que num sítio diferente. Qual? Não sei bem. Mas é muito provável que tudo o que sou e fui se mude nos próximos dias. Não gosto dessa sensação. A de saber que tudo o que sou e fui anda(rá) “perdido” entre um lugar e outro, sem destino certo, até que eu próprio “assente arraiais” definitivamente. Mas pronto. Tudo o que sou e fui está neste momento assim e assim ficará até esse outro momento. Há é que esperar por ele… nada mais. Tudo o que sou e fui pode estar enfiado numa garagem mas algo há que transporto comigo e não amontoo nem fecho seja onde for. É que tudo o que sou e fui é também o riso da minha sobrinha que, cumplicemente, corresponde às minhas “turras” e aos meus “naniz” – brincadeiras que só faz comigo (ou seja, nas raras vezes em que estamos juntos). Sinto, quando estou com ela, que também esse instante é um pouco de tudo o que sou e fui (e espero ser). Tal como naquela conversa noctívaga e completamente fora d’horas, na tasca, com o dono que também é meu amigo. Tudo o que sou e fui está nessas cervejas, nesses tremoços, nesse saber (em primeira mão) que ele vai ter novo negócio na Figueira, nesse ouvir das histórias do cicloturismo, da última subida até à Torre da Serra da Estrela (devidamente documentada com fotos) e até das férias na zona de Tróia com pernoita na carrinha. Tudo o que sou e fui também é (e foi ) isto. Estes dois dias em que voltei a Coimbra para me “arrumar”/atafolhar numa garagem a título (muito) provisório e voltar a descobrir-me no riso da minha sobrinha e em dois dedos de conversa com o dono de uma tasca junto à Universidade, onde os finos me continuam a saber melhor do que em qualquer outro lugar no mundo.

sexta-feira

Hoje não chove...


...mas há um céuzinho tipo-Simpsons, ...
... o que também é muito bom.

quarta-feira

Chuva de Verão


Aquela que, por muito que incomode, que nos obrigue a correr para o carro e que nos molha a roupa leve dos dias quentes (que se cola ao corpo em menos de nada... e em menos de meia dúzia de pingos caídos), pouco mais nos afecta, até porque traz com ela aquele cheirinho à terra seca acabada de molhar. E isso faz esquecer tudo o resto. O incómodo, a roupa colada ao corpo e a inesperada corrida para o carro. Chove no Verão. E quê?... Não é o fim do mundo! E se um dia de chuva nos obrigar a ficar em casa em vez de ir para a praia? E se tivermos de conduzir mais devagar, porque o asfalto está escorregadio? E se o fresquinho substituir o "bafo" de calor habitual por esta altura?... É só um dia, caramba!... E um dia de chuva no meio do Verão, acho eu, só valoriza mais o prazer que os dias quentes (de outra forma curriqueiros) nos proporcionam.

terça-feira

São mãos que...

...deixam marcas no meu coração.

quarta-feira

Se calhar...

...fico por estas bandas mais uns tempitos...
...(só) para ver as vistas...

segunda-feira

De novo, o Inferno

Estou longe de ser insensível a imagens de incêndios, a relatos de incêndios e até ao cheiro dos incêndios. Passei demasiadas horas (dias…) no meio de pinhais, eucaliptais, pastagens secas, escarpas, encostas, casas e arrumos devorados por labaredas de um fogo (ele, sim, insensível) que queima, mata e destrói tudo o que pode. Tive, durante semanas a fio, toda a roupa em casa a cheirar a fumo e dormi muitas nas “ilhas” de edição, ao fim de noites sem descanso a trabalhar ao lado dos bombeiros (e até em sítios onde eles nos aconselhavam a não ir). Por muito fascinante que seja para mim trabalhar no meio dos incêndios, não posso deixar de pensar que em poucos minutos ele arruína a vida de quem levou anos a construir e rechear uma casa, a esperar pacientemente pelo crescimento dos pinheiros e, de um momento para o outro, perdem tudo o que têm… por vezes… até a vida.


PS: Em breve, direi aqui a razão pela qual acho que os incêndios recomeçaram agora em força. Sim... tem a ver com o aumento das temperaturas... mas se calhar essa nem é a causa mais premente...!

Onde pára Lx...?

Como diria Represas em “125 Azul”…

«Não sei mesmo se Lisboa não partiu para parte incerta»

quinta-feira

Teoria da Auto-Estrada


Faz cada vez mais sentido a minha (já algo velha) "Teoria da Auto-Estrada". Há muito que acredito que as vidas podem ser comparadas a percursos de auto-estrada. Cada um de nós segue o seu rumo, paga as suas portagens, faz paragens e saídas pontuais para descanso ou alteração da rota, percorre o caminho à velocidade que melhor lhe convém... Tudo isto com o objectivo de, por fim, alcançar o seu destino. Certo é que, fazendo cada um o seu próprio percurso, todos os outros fazem o mesmo, no mesmo sentido, em sentido inverso ou em qualquer outro sentido/direcção. Muitas vezes, porém, as vidas/percursos cruzam-se. Ou porque há uma uma saída (ou paragem) feita a um mesmo momento, ou porque uma vida segue algo mais lenta (ou rápida) do que outra, sucedendo o inevitável encontro, ou mesmo porque (em sentidos contrários) as vidas cruzam-se ainda que sem se tocar (há sempre um separador em todas as auto-estradas, certo?). Assim é - parece-me - a vida. E cada vez mais me parece que assim é.

terça-feira

Entr'Agosto


1 de Agosto. Primeiro dos meus últimos dias por cá. Ou então, não. É que este início de mês pode ser também o início do resto da minha vida, precisamente... por cá. A verdade é que o foleiro trocadilho do título (imortalizado por esse vulto maior da nossa música popular, que é Quim Barreiros) poderia deixar antever uma super-boa-disposição minha... mas nem por isso. Apreensão, talvez seja o termo mais correcto a utilizar. Simplesmente, porque não sei onde estarei no próximo dia 1; não sei o que estarei a fazer daqui a um mês; não sei que futuro me trarão os próximos 30 dias. Por isso... hoje "entr'Agosto", tal como entrou Março, Abril, Maio, Junho e Julho. Mas como entrará Setembro...? Enfim... não sei.

sábado

Pequenos prazeres da vida - XI


Pode estar longe de ser a "invenção do século" mas proporciona uma surpresa de todo o tamanho aos apreciadores das avelãs por alturas do Natal. Iogurte... de avelãs! Quem diria?!? Ou melhor, quem haveria de prever que, mesmo que já se tendo tentado comercializar e tal... algum iogurte de avelãs singraria no mercado?... Eu, cá, digo que no provar é que está o ganho! E se muitos curiosos (como eu) provarem, o produto singra mesmo... o que só é (muito) positivo!Este (no caso, à venda nas lojas MiniPreço - não... não vou pedir desculpa por estar a fazer publicidade) é um verdadeiro espectáculo. A partir de agora, não vai faltar disto no meu frigorífico!...

Tenho dito.

sexta-feira

Há dias assim...

...em que nada de jeito apetece que nos saia boca fora.

terça-feira

O "inimigo" inglês


Estou cada vez mais ciente de uma realidade que me parece praticamente impossível de refutar. O timing é tudo na vida. E se não é tudo... é... quase tudo. Quantificando (se é possível fazê-lo), eu diria que o timing é 95 a 99% do que acontece na vida de uma pessoa. Ou melhor, 95 a 99% do que acontece a alguém deve-se a um bom... ou mau timing; ao facto de se ter timing... ou de não se ter. Dizer o contrário parece-me inútil. O timing é tudo na vida. E se não é tudo... é... quase tudo.

domingo

"Eu qui sô Zé Kalang...'êscu!..."

Tenho de admitir que estou - em larga escala - fascinado com a notícia da contratação do (já mítico) Zé Kalanga (médio ofensivo / avançado da selecção angolana) pelo Dínamo de Bucareste, da Roménia. Para quem - entre milhares de angolanos em festa - não ouviu outra coisa senão "Eu qui sô Zé Kalanga!!!!", em altos berros, vindo de todos os lados, durante uma tarde inteira (e início de noite)... tentar imaginar agora esse "grito de guerra" dito em romeno é algo de puramente delicioso (como se pode depreender do título do post). Espero e acredito que Zé Kalanga - autêntica superstar do futebol angolano - singre em terras da capital romena e que isso seja a "porta de entrada" do "17" num campeonato melhor, mais competitivo. Quanto ao resto, não tenho dúvidas. Jogue ele ao nível que os anglanos tanto apregoam... vai ser de certeza "ídolo da galera" (como dizem os brasileiros) e chamado de Zé Kalang'êscu muito em breve!...

quinta-feira

Mr.Jenkins, my cat


Temos tido as nossas desavenças, eu e o meu gato. Amiúde revelamos não ter grande paciência um para o outro, é verdade. Ele mija onde não deve... eu não gosto que ele o faça. Eu deixo-o muitas horas sozinho... e ele não vai muito com isso à bola. Ele mia, mia, miiiiiiiiiia a horas tardias e eu... mortinho de sono e a precisar de dormir... passo-me à séria. Eu não lhe ligo aos miados por comida, água ou por uma muda de areia na caixa dele... e lá vem arranhadela ou um dente afiado em direcção às mãos da malta. São coisas nossas, minhas e do meu gato, que nem sempre afinamos pelo mesmo diapasão. Mas de vez em quando há destas coisas...
... e lá me lembro porque é que gostamos um do outro. Está igual a si próprio. Mr.Jenkins, my cat. E eu gosto dele.

Momento(s)


Hoje fiquei a saber (obrigado, caro amigo!...) que um momento - cientificamente falando - são exactamente 90 segundos. Na verdade, nunca tinha pensado nisso e, agora que sou levado a fazê-lo, isso abre uma série (ainda que pequena) de questões relacionadas comigo próprio e com este blog, inclusivamente. Quer isto (de um momento serem 90 segundos - um minuto e meio, portanto) dizer que, sempre que me pedirem para aguardar um momento, terei de o fazer durante exactamente um minuto e meio e não menos ou mais? Tipo... aos 91 segundos, posso descomplexada e legitimamente virar costas e ir-me embora? Ou será precipitado da minha parte perder a paciência para um "momento" que dure (apenas) há um minuto e vinte segundos?... Se houver quem me esclareça... a malta agradece. Quanto a este blog - pode ler-se no topo -, o lema é «Os momentos e os "pequenos nadas" podem valer uma vida inteira... basta que sejam devidamente aproveitados». Ora, perante esta nova realidade, sou impelido a esclarecer publicamente que, à data em que foi criado o dito lema, a questão do "momento = 90 segundos" não se colocava e, para mim, um momento era muito menos (em tempo) e muito mais (em significado) do que isso. Logo, os momentos de que fala o mote do Petit Riens são aquilo que queremos (cada um de nós) que sejam (em tempo e significado) e não uma mera contagem numérica de segundos num relógio Lorus comprado na feira de Carcavelos. Entretanto, ainda outro esclarecimento. Estes "momentos" que aqui (d)escrevo (inclusivamente este) levam, muitas vezes, mais de 90 segundos a redigir e a ler, pelo que se mantém o que escrevi imediatamente acima: os "momentos" são aquilo que queiramos dizer ou fazer sentir, tome o tempo que isso tomar. Ainda assim, prometo tentar sintetizar um pouco a escrita, para que se aproxime relativamente à noção científica... do momento.